Liz fica pensativa, mas mesmo assim ela se despede de Eva e segue para a cantina, pois já está morrendo de fome. Ela deseja comer e depois voltar para o seu consultório e tirar um cochilo, pois está bem cansada do dia anterior. Ao chegar na cantina, a primeira pessoa que ela vê é Jack sentado em uma mesa conversando com seu amigo. Ela disfarça ao vê-lo ali e vai para uma mesa no canto. Quando ela menos espera, escuta a voz de Jack atrás dela.— Oi, pequena! Que bom que você já terminou o seu atendimento da parte da manhã. Estava aqui esperando você, pois sei que você vem aqui todos os dias para almoçar. Posso sentar aqui na mesa para fazer companhia?— Ele pergunta com uma voz extremamente sedutora. Liz apenas assente com a cabeça, e Jack senta em sua frente. Ela ainda está um pouco decepcionada por ele não tê-la notado pela manhã e faz cara de desinteressada.— Pequena, vou dizer para você, hoje você me surpreendeu. Você já é linda, mas hoje você está deslumbrante. Quando te vi entra
Jack sai da sala, enquanto a primeira paciente do turno da tarde entra no consultório de Liz. Ela começa o atendimento novamente. O horário da tarde passa rapidamente e, ao final de seu turno, Liz já está ansiosa para encontrar Jack. Só de pensar nele, seu corpo estremece e ela sente um arrepio. É uma sensação tão boa que nem ela mesma consegue explicar. Liz pega suas coisas, deixa a sala arrumada, já que o fim de semana está chegando e ela não tem plantão. Ela tranca tudo e sai em direção à saída do hospital. Ao chegar lá fora, vê o carro de Jack parado. Ela vai até ele e o encontra dormindo dentro do carro com o vidro fechado. Ela dá algumas batidas e Jack acorda atordoado, baixando o vidro.— Desculpe, meu amor. Eu estava aqui te esperando, não sei o que aconteceu. Quando vi, já era você batendo no vidro do meu carro.— Eu entendo. São os efeitos de atender várias futuras mamães. Elas sempre nos esgotam ao máximo. Mas para mim, é um trabalho muito satisfatório saber que estou cuida
— Eu não acredito, pequena, mais uma vez somos interrompidos. — Jack fala, ofegante.— Me desculpe, meu amor, mas eu precisei atender. Poderia ser algo importante ou urgente. Acabei esquecendo que minha irmã se preocupa demais, e com certeza seria ela perguntando onde eu estava. Você não quer entrar?— Hoje eu não tenho condições. Olha só como estou. Sua irmã vai perceber imediatamente o que estávamos fazendo. — Ele mostra sua calça molhada.— Poxa, eu queria tanto que você ficasse aqui comigo. A gente poderia jantar juntos e depois eu poderia pedir para Luiza subir para o quarto, ou nós dois poderíamos subir um pouco para o meu quarto e quem sabe lá ninguém nos interromperia mais.— Ah! Não, pequena, não faz isso comigo, não agora. Logo hoje que estou nessa situação, não há condições mesmo, de jeito nenhum. Se ao menos tivesse outra calça reserva no carro, eu trocaria aqui mesmo e poderia entrar. Mas como vou enxugar isso aqui e explicar o que é?— Vamos, você pode ir até o meu banhe
Lis entra no banheiro sorrindo. Não acredita que conseguiu enganar Leon tão facilmente. Acha aquilo um pouco hilário, pois na hora em que ele perguntou, ela não sabia o que responder. Agora, ela se sente leve. Vai até o chuveiro, liga a água quente e toma um banho demorado. A água quente nas suas costas parece uma massagem. Após o banho, veste uma roupa de moletom para ficar confortável e amarra o cabelo em um coque. Desce as escadas e encontra seus sobrinhos esperando por ela na sala. Senta no tapete e começa a brincar, montando alguns quebra-cabeças e legos. Passa mais de uma hora brincando com seus sobrinhos, até que Luiza avisa que o jantar está pronto e a mesa está posta.Lis pega as crianças nos braços e as leva até a mesa, colocando cada uma em sua cadeira. Ela senta em sua própria cadeira e decide puxar assunto sobre algo que vem observando há alguns dias.— Tenho percebido que Luiza tem passado todo o tempo em casa e não está indo trabalhar. Perguntei a ela na semana passada
Lis entra em seu quarto muito pensativa, pois o que sua irmã acaba de contar é um golpe muito forte para ela. Ela não imagina que terá que passar por toda essa dor e angústia novamente. Sabe que serão longos meses de dores e sofrimento com o início do tratamento contra o câncer. Nunca imaginaria passar por isso novamente. A perda da mãe foi muito dolorosa para ela, e agora o medo toma conta de seu ser novamente. O medo de perder a única família que lhe resta, sua irmã, que sempre cuidou dela desde que era criança. Lis anda de um lado para o outro do quarto, com as mãos na cabeça, tentando encontrar uma solução para o problema de sua irmã. Sabe que, embora a medicina tenha evoluído muito, ainda há um grande risco dela não resistir e falecer. Lis sabe que não suportaria de jeito nenhum. Ela senta na cama, dá um suspiro profundo e coloca as mãos no rosto. Encosta o rosto em seus joelhos e as lágrimas rolam sem parar. Ela não sabe mais o que fazer ou dizer. Sabe que precisa ser forte na f
Lis olha para Liam um pouco confusa, pois tem certeza de que ouviu um nome feminino, e não masculino. Por que Liam estava mentindo sobre estar falando com um homem quando, na verdade, estava falando com uma mulher? No entanto, ela decide deixar isso de lado, não querendo criar teorias em sua mente. Talvez fosse realmente apenas uma cliente preocupada que ligou para ele com medo de algo dar errado em seu processo. — Tudo bem, se é o que você está dizendo, tudo bem. — E você, o que está fazendo acordada a essa hora da madrugada? Amanhã de manhã você vai para o hospital cedo. Deveria estar dormindo agora. — Na verdade, nos finais de semana eu não trabalho. Só trabalho de segunda a sexta, pois ainda estou fazendo residência médica. É como se fosse a faculdade, entende? Só tem aulas de segunda a sexta. — Ah, entendi. Então, hoje você não trabalha. Isso é bom. Vai ficar em casa descansando ou pretende sair? — Ainda não sei. Pretendo ficar aqui com a Luiza e fazer companhia para ela. Nã
Depois do banho, Liz desce em direção à cozinha. O tão esperado final de semana chegou, e finalmente ela poderá descansar do trabalho cansativo. No entanto, está preocupada com a saúde de sua irmã. Ela sabe que resolverá isso quando voltar ao hospital na segunda-feira, e talvez fale sobre o assunto com Jack antes. Ao chegar à cozinha, Liz é atacada por seus sobrinhos, que correm em sua direção e a derrubam no chão.— Ah! Então é assim, é guerra! — Liz fala, fazendo cócegas na barriga dos sobrinhos. Eles riem e se divertem. Luiza observa-os da cozinha, com um sorriso no rosto. É gratificante ver sua família reunida e feliz. Depois de alguns minutos, Liz se levanta e senta os sobrinhos de cada lado dela, para tomarem o café da manhã. No sábado, o café da manhã costuma ser servido por volta das 9 horas, já que todos decidem dormir um pouco mais tarde para descansar da semana agitada.— E você, mana? Como está? — Liz pergunta, olhando para Luiza.— Estou bem, obrigada. E você dormiu bem e
Jack, após alguns minutos em silêncio, pensando em como convencer Liz a acompanhá-lo, finalmente fala:— Você é nerd, mas é a nerd que eu amo. Não se preocupe, meu amor, não tenho vergonha de você. Não vamos apenas dançar, vamos nos divertir, aproveitar a festa, tomar alguns drinques e depois voltar para casa. Eu te deixo aqui, está tudo bem.Liz responde, hesitante:— Na verdade, não tenho roupas de festa. As roupas que uso são sempre as mesmas do hospital, pois são mais confortáveis.Jack tenta convencê-la:— Podemos ir a uma loja esta tarde e comprar algo para você vestir. Isso não é uma desculpa para não ir comigo. Não se preocupe, meu amor, não é uma boate comum. É um lugar exclusivo para a alta sociedade. Tenho certeza de que você vai gostar.Liz, pensativa, fica em silêncio ao telefone. Ela prefere descansar e dormir à noite, já que sabe que a segunda-feira a espera. Além disso, ela nunca foi fã de festas ou baladas, e não sabe dançar. No entanto, não sabe como dizer não a Jack