Acordo sentindo dores em minha cabeça, não é bem uma dor, é como se alguém estivesse segurando e apertando, fazendo uma pressão horrível. Me sento querendo chorar por isso, levo a mão a cabeça e olho ao redor, Peter está sentado em uma cadeira próxima a cama e lembro do que aconteceu antes. Será que ele vai me culpar pelo que aconteceu? Senti que a culpa foi minha, mas não faço ideia de como isso aconteceu.Deito novamente, ficando de costas para ele e chorando baixo. Fico tensa quando sinto o colchão atrás de mim afundar e logo uma mão tocar minha cabeça, fazendo carícias que parecem expulsar a dor a cada passada de mão. — Vai ficar tudo bem. — Escuto o sussurro em meu ouvido. — É só um pesadelo, não é real. — Deve estar pensando que ainda estou dormindo e está tentando me confortar, mesmo que não seja isso, sua mão me causa uma sensação que dissipa a dor. Não tenho forças para pedir que tire a mão de mim, pois isso está sendo bom, já que trás um conforto que pareço necessitar no m
°•°Peter°•°•Estava quase chegando em casa, quando escutei ela me chamar e a dor em sua voz me fez correr o mais rápido que pude para salvá-la do que quer que fosse. Brian estava mordendo ela, ele estava tocando nela, ela é minha, só eu posso tocá-la. Ela estava prestes a desmaiar, aquele desgraçado iria matá-la, no mesmo instante que vi a cena, avancei nele, mas foi impensado e ela acabou caindo quando ele a soltou. Estou com tanta raiva, que avanço nele, me transformando em lobo e ao menos sentindo dor, é a primeira vez que isso acontece. Minha mente permanece, não me sinto descontrolado, posso controlar cada movimento.— Calma, o que aconteceu? — Brian fala com a mão frente ao corpo, e se afastando conforme me aproximo, sua velocidade impede que me aproxime tanto. — Só estava me divertindo, iria parar, mas não consegui me controlar, o sangue dela é o melhor que já provei até hoje. O gosto é tão… – Todo o meu corpo se impulsiona para ele, e acabo sendo mais rápido, mordendo seu omb
••°• Mellany •°••Acordo sem saber onde estou e essa, definitivamente, não é a cama que durmo ou tento dormir. Me sento devagar, estou tonta ainda, coloco a mão no pescoço.— Ai. – Acabo gemendo de dor assim que encosto. Olho para a janela, e vejo que já está anoitecendo, o céu está em toda sua beleza alaranjada. Levo um susto quando olho para o lado, e vejo Peter sentado na cadeira, me analisando cautelosamente. — Que susto, tá parecendo uma assombração. — Ele ri, isso me faz ficar confusa. Ele não vai brigar comigo por causa do que aconteceu? Sei lá, me culpar por ser atacada.— Bom, pelo visto você já está melhor, está reclamando. — Diz se levantando e vindo em minha direção. — Posso? — Pergunta apontando para a cama, analisando cautelosamente antes de assentir. Ele tem sido legal, acho que não tem problema permitir que se aproxime um pouco. O homem abre um sorriso, feliz com minha permissão e se senta ao meu lado.— Por que ele me atacou? – Pergunto olhando para seu rosto, a cama é
°•°Peter°•°• Ela está aqui ao meu lado e nem posso tocá-la, para confortar seu sono agitado. Estou triste, e a tempos não sinto tantos sentimentos assim. Achava que amava a Dália, mas com a inocência, pureza, delicadeza e atitude dessa menina, ela me conquistou, acho que estou apaixonado, toda vez que a vejo meu coração se enche de alegria. Não acho que foi algo que aconteceu após me dar conta de que era minha parceira, pois sinto esse aconchego desde que a mordi em minha forma de lobo. Deve ter sido a partir daí que nossa conexão começou, o lobo sentiu e eu mesmo, não consegui. — Droga. — Resmungo encarando o teto. Levo a mão à boca quando ela se mexe, sua expressão agora parece mais calma e serena, talvez seja por, inconscientemente, aproximar o corpo do meu até que esteja no meio da cama, quase encostada em mim. Pensei que sabia o significado de gostar de alguém, de amar, mas estava enganado e acho que só o olhar que ela me remete pode dizer o que é a definição do amor, ela é
•°• Mellany •°•• Faz uma semana que Peter me deu meu cachorro, desde esse dia, quase não o vi, ele sempre saia antes que eu acordasse e chegava quando já estava dormindo. Somente duas vezes que o vi, mas nossos diálogos não foram grandes, foi mera cordialidade e isso me incomodou tanto. Não deveria, mas… por que estou sentindo tanta falta dele? Estou de mau humor, me sentindo frustrada e propensa a tentar fugir só para ver se ele aparece para me impedir. Isso não é normal. — Aaah, que raiva! O que está acontecendo comigo? – Me questiono, dando um soco na árvore devido a minha loucura aparente. — Não consigo parar de pensar nele! – Outro soco. — Sai da minha cabeça. — Choramingo. — Que raiva! — Desisto de me machucar, apenas encosto com as costas na árvore e me sento no chão. Tutty vem correndo deitar em meu colo. — Oi! — Levanto meu olhar em desespero assim que escuto a voz do homem que mentalmente chamei. Engulo seco, ele se aproxima sorrindo com certa malícia. — Por que não con
•°• Mellany •°•• Não consigo esconder meu desespero e meu estado de choque, que, por incrível que pareça, não é pelo beijo, é pelo que ele falou. Como posso estar apaixonada por ele sem ao menos saber? Somos compatíveis? Isso não faz sentido. — Só quero ir para casa. — Resmungo. — Não quero ficar aqui. Fico em alerta quando escuto ele bater na porta, pela minha falta de resposta ele tenta abrir, mas desiste. — Me desculpe, não queria que ficasse assim, me deixei levar pela conversa, me desculpa, abre a porta, por favor. — Escuto a voz dele e engulo seco. — Não. — Respondo, firme. — Não quero que chegue perto de mim. — Tudo bem, eu entendo, não devia ter feito aquilo. — Parece arrependido. — Não quero que chore por minha culpa. — Diz e noto que, apesar do meu susto, não estou chorando. Acho que estou aprendendo a controlar melhor algumas emoções. Meu coração está batendo freneticamente contra meu peito, não sei ao menos o motivo, mas me deixa nervosa. — Escutei você fala
Recobro a consciência quando passamos pela porta do castelo. Resmungo de dor, levando minha mão a cabeça e apertando. Não me sinto nada bem. Meu corpo relaxa um pouco quando escuto o latido fino de Tutty, ainda bem que não deixaram ele lá.— Me coloca no chão. — Peço a quem me segura.Percebo que não é meu pai, é um dos guardas dele. Ele me obedece, e quando o faz, quase caio no chão, mas me apoio em seu corpo para ficar de pé. Puxo o ar com força, sem entender o motivo de minha súbita falta de energia, estava tão bem.— Obrigada. — Agradeço e me afasto, meu cachorro vem até mim e pego ele no colo. Estou com tanta saudade de uma pessoa em especial. — Nana! — É a primeira coisa que grito, pois pretendo ter uma conversa acalorada com meu pai. — Nana! Adentro mais minha casa, ela não parece tão aconchegante como antes na verdade, nunca me senti bem aqui, por isso sempre fugia pra natureza. Droga, diferente da casa do Peter, gostava de lá, apesar de tudo. Acho que fiquei louca, só pode.
Permaneço um bom tempo sentada na sacada, desperto dos meus pensamentos quando um uivo me faz ficar atenta e meu coração começa a bater com mais força. Procuro o local de onde veio o som, meu corpo relaxa no mesmo instante em que dois olhos oscilando entre azul e vermelho me fazem notá-lo na floresta.Corro em direção a porta, torcendo para que consiga chegar até ele e … Não sei, sinto necessidade de vê-lo, apesar de tudo que passamos. Abro a porta na euforia e saio, mas acabo batendo de frente com alguém, olho para cima e engulo seco ao notar o semblante fechado do meu pai.— Para onde vai com tanta pressa? — Pergunta me empurrando para dentro do quarto, trancando a porta como se soubesse que quero fugir.— É... — Penso. — Eu… ia tomar um pouco de água. — Falo e ele me olha sem acreditar muito, cruzo os braços e fico o encarando também.— Você não vai a lugar algum, só sairá desse quarto com minha permissão. — Fico surpresa com o tom que fala comigo, é tão áspero.Ele passa por mim,