•°•°Peter°•°•Escuto ela gritar assim que saio do ambiente. Não consigo entender ela. Mesmo que fosse a pessoa mais gentil do mundo, ela deveria ser do tipo que coloca veneno e não que tenta alimentar quem te causou mal. É impossível que aquele homem podre possa ter feito uma filha assim. Certamente, isso é para me enganar e evitar que seja repreendida. — Garota estranha. — Resmungo subindo as escadas e um sorriso bobo brota em meus lábios, mas logo desfaço. — Devia estar me odiando e não ficar sendo toda gentil, pode ser assim o quanto quiser, não vai mudar o que sinto e a minha vingança. — Falo entrando em meu quarto. *Eu gosto dela.* Balanço a cabeça negativamente quando começo a escutar coisas que não deveria. Pensamentos assim me irritaram durante todo o dia Preciso tomar banho, dormir e tentar relaxar. Todo esse estresse está me causando esse pequeno conflito. Nada que uma boa noite de sono não faça. A primeira lua cheia me obriga a ser um monstro, monstro esse que está estr
•°• Mellany •°•• O homem começa a se afastar e começo a segui-lo. Não pode se desculpar e sair assim. Sempre consegui sentir quando estavam sendo sinceros ou mentindo para mim. Quando ele pediu desculpa, foi como se algo dentro de mim quebrasse e todo o ódio que estava tentando construir se dissipou. Como o clima ficou estranho, perguntei sobre a idade, mas não entendi quando me deu as costas. Não posso mudar o que aconteceu, mas posso tentar melhorar o clima e convencê-lo de que me libertar é a melhor escolha. Se eu fugir, serei alvo de seu ódio e do lobo que se transforma, se for embora a mando dele, vai ser diferente. Poderei ser, verdadeiramente, livre. Não consigo ser ruim, mas posso ser esperta. — Te fiz uma pergunta. — Comento quando fico perto o bastante para que ouça. — Não vai responder? — Aproveito para secar meu rosto com a capa que achei no quarto e meu nariz também. — Você pediu desculpa. Precisa ficar e falar sobre isso. — Tenho vinte e dois anos. — Para abruptame
°•°Peter°•°• Coloco a garota deitada na cama, ajeito seu corpo e cubro. Volto à sala e vejo minha tia lendo um livro tranquilamente. Me sento no sofá e recebo seu olhar, não está mais de decepção como antigamente. — Ela vai demorar a acordar? — Pergunto temendo que a garota acorde e venha até nós, não quero que escute nossa conversa. — Sim, ela só vai acordar quando eu quiser. — Diz sorrindo e assinto. — Agora, me diga o que é tão importante a ponto de te fazer vir me visitar. – Sua curiosidade é notória. Minhas visitas são bem raras mesmo, normalmente ela vai até minha casa e se intromete em meus assuntos. — No dia que me transformei, não consegui me prender e acabei atacando a garota. — Vou direto ao ponto e vejo os olhos da mulher se arregalar. — Você fez o quê? — Pergunta chocada. — Posso continuar? — Pergunto irritado com sua interrupção. Já estou nervoso e confuso, falar com alguém é extremamente difícil. Ela deve ter noção do quão difícil isso está sendo. — No momento em
•°• Mellany •°•• Não entendi o motivo deles se afastarem, mas os cochichos estavam me incomodando demais, e por isso, acabei me excedendo e ficando bem irritada. Não é legal ficar fazendo essas coisas, me senti péssima. Primeiro me enche de perguntas e depois começa a falar em segredo com o homem que me odeia, sei que não são pessoas que se importam comigo, mas deveriam ter o mínimo de consideração. Estou andando na direção em que viemos, completamente irritada, mas assustada com meu lapso de coragem. Meu corpo trava no instante em que escuto passos atrás de mim, pois sei exatamente quem é. O único que me põe medo o suficiente para tremer dos pés a cabeça. Ele vai me punir e não me atentei a isso antes. — Poderia me explicar o que acabou de acontecer? — Engulo seco ao ouvir a pergunta dele. Me viro lentamente, encarando seu rosto e fico trêmula ao ver sua expressão raivosa. Olho para a porta, vendo a tia dele e torcendo para que interceda por mim. — Estou esperando um motivo plausí
Ando até o espelho, e fico de costas, vejo a marca que ele estava falando. É como se fosse um ramo de folhas verdes, onde o galho e também a folha que está na ponta é completamente verde. É um símbolo tão lindo. Isso me deixa intrigada, talvez faça parte dessa magia que a tia dele usa em mim. Coloco a roupa e corro ao encontro dele, a porta do quarto está aberta e por isso, decido entrar. Paro no mesmo momento em que já estou completamente dentro e não consigo evitar de ver o homem de costas, mas completamente nu. Me viro e cubro o rosto, devo estar vermelha demais. — Já pode virar. — Não confio muito nesse homem. Não quero ver a bunda dele de novo ou qualquer outra coisa. — O que quer aqui? — Só me viro quando pergunta novamente e vejo que já está dentro da banheira. — Desculpa entrar assim, é que eu não sei que marca é essa. O que fez comigo na hora que encostou? Parece que me queimou e agora estou com isso. — Espero atentamente a resposta. — Não fiz nada, quando entrei no qua
°•°Peter°•°•Desde que descobri sobre a garota ser minha companheira, tudo ficou meio intenso e comecei a entender melhor esses extremos que tenho sentido. Porém, não posso deixar que isso me atrapalhe em meu plano de vingança. É algo que pode me destruir, mas farei o máximo para que isso não aconteça. Observo as feições da garota, ela está olhando para frente e mesmo assim, consigo ver o sorriso que dá e a forma que seus olhos se movimentam atenta a todos os lugares. Quando cheguei ao jardim, fiquei hipnotizado com a forma que seu cabelo parecia vermelho como o fogo e estava se destacando mesmo com a escuridão que estava ao nosso redor. No momento em que ela caiu da árvore, senti algo tão estranho, foi como se meu corpo tivesse ganhado vida própria para protegê-la e senti tanto medo. Não sei se foi por ela ser minha companheira ou por causa da vingança, mas não podia deixar ela se machucar. O que foi irônico, pois fui a pessoa que mais a fez sofrer e machuquei. Junto com o medo, s
•°• Mellany •°••Estava me sentindo realmente bem naquele lugar, mas minha barriga começou a roncar, estou com fome, mas as frutas daqui não são suficientes para me satisfazer. Além da fome que a cada momento cresce, minhas roupas ainda estão úmidas e sinto nervoso só de segurar. Pelo céu estrelado, está bem tarde e tenho certeza que o homem já foi dormir. O melhor é que me deixou aqui e sumiu.Estendo o vestido frente ao meu corpo, para tapar a nudez da frente e ando em direção a casa. Tomara que ele esteja dormindo, estou torcendo para isso. Não é como se fosse me ver nua pela primeira vez, mas ainda parece muito errado. Me senti muito estranha após cairmos na água, um sentimento esquisito se apoderou de mim e isso acontece sempre que ele está por perto. Não gosto de como isso me deixa nervosa. Quando acariciou meu rosto e falou sobre meus olhos, me senti hipnotizada e por sorte, consegui me afastar. Certamente, a loucura dele já está me afetando. — Ele deve estar dormindo agora.
Acordo sentindo dores em minha cabeça, não é bem uma dor, é como se alguém estivesse segurando e apertando, fazendo uma pressão horrível. Me sento querendo chorar por isso, levo a mão a cabeça e olho ao redor, Peter está sentado em uma cadeira próxima a cama e lembro do que aconteceu antes. Será que ele vai me culpar pelo que aconteceu? Senti que a culpa foi minha, mas não faço ideia de como isso aconteceu.Deito novamente, ficando de costas para ele e chorando baixo. Fico tensa quando sinto o colchão atrás de mim afundar e logo uma mão tocar minha cabeça, fazendo carícias que parecem expulsar a dor a cada passada de mão. — Vai ficar tudo bem. — Escuto o sussurro em meu ouvido. — É só um pesadelo, não é real. — Deve estar pensando que ainda estou dormindo e está tentando me confortar, mesmo que não seja isso, sua mão me causa uma sensação que dissipa a dor. Não tenho forças para pedir que tire a mão de mim, pois isso está sendo bom, já que trás um conforto que pareço necessitar no m