KillanVi minha irmã ser levada de volta para a sua cabine e não pude fazer nada, além de acompanhá-la.— Você realmente é uma coisinha muito esperta, não perdeu tempo e na primeira oportunidade tentou fugir, mas eu disse que não iria muito longe se tentasse, lembra-se? — a voz azeda do homem que a conduz adentra nossos ouvidos.Os seguimos em silêncio, mas o esforço é gigantesco para não agarrar o homem pelo pescoço.A distração da briga já está se extinguindo e as pessoas estão retornando aos seus afazeres. A chance de fuga de minha irmã chegou ao fim.Chegamos ao seu quarto e ela é jogada lá dentro pelo bruxo como um saco de batatas.— Partiremos em poucos minutos, fique a vontade para tentar fugir pelo oceano — o homem comenta e ri de sua péssima piada.Entramos sorrateiramente e vimos o canalha sair do cômodo e fechar a porta atrás de si.Margot se lança sobre a cama e começa a chorar.Meu irmão e eu desfazemos a magia e nos tornamos visíveis novamente. Aproximo-me da cama com
HandallO navio acabou de zarpar e eu preciso começar a colocar em prática o que eu tanto planejei. Poder reunir um grande número de escravos de uma só vez, vai permitir que eu me concentre no objetivo de trazer toda tecnologia do mundo dos humanos para terra de Luna.Os humanos são frágeis, adoecem com frequência e muitos vêm sem o hábito de trabalhos pesados e logo já não servem para mais nada. Tudo isso faz com que eu precise estar ativamente em busca de novos escravos, e a magia usada atualmente é capaz de capturar apenas alguns punhados por vez.No momento estou em uma sala luxuosa deste navio que roubei dos humanos, ele tem de tudo: tem piscinas e quartos luxuosos com aparelhos que guardam e conservam a comida. Tudo é muito bem iluminado e todos os detalhes muito bem feitos e pensados para fornecer conforto àqueles que o usarão, no caso, eu.Os bruxos escolhidos a dedo estão à mesa, aguardando o que tenho a dizer. Lanny, a mãe de Marry e avó da pirralha chorona, está sentada a m
EnryQuando o dia amanhece, eu saio da taverna em busca de um trabalho no castelo do supremo. Tory conseguiu a informação de que o navio partirá agora pela manhã. Eu não imaginei que seria tão rápido.Porém, ao chegar no castelo, descubro que o todos os trabalhadores já haviam sido contratados antes que o sol nascesse e que o supremo já havia partido. Galopo o mais rápido que consigo fazer o cavalo correr, mas não é o suficiente, ao chegar onde o navio estava ancorado, o vejo a uma distância considerável. Cheguei tarde demais.Fico observando o navio até sumir completamente na linha do horizonte. Suspiro e a sensação de impotência toma conta de mim. Não sei o que fazer agora. Vim até aqui e de nada serviu, minha irmã foi levada para Terra de Eva.— Perdeu o navio do supremo? — uma voz me tira de meus pensamentos.Viro na direção da voz, e vejo um homem de cabelos grisalhos, barba grande e grisalha, usando uma camisa com apenas alguns botões presos sobre a sua barriga proeminente.— É.
HandallA garota é jovem e inexperiente demais. Nem sabe controlar o seu poder, mas vi o suficiente para comprovar o quanto ela é poderosa e o quanto o que pode fazer é útil para mim. Porém, não há como trabalhar com a garota lúcida, ela entraria em pânico.Por isso Hilla entrou em ação, hipnotizando a jovem e induzindo-a a fazer exatamente o que queremos.— Dara, se prepare — anuncio para a bela bruxa de pele negra. — Vou entoar um feitiço no momento que o poder de Margot estiver sendo extraído, ao meu sinal você irá prendê-lo em seu orbe.— Entendido, supremo — a mulher confirma e autorizo a Hilla começar a extrair.Margot perdeu a consciência, mas o seu corpo continua de pé, seguindo os comandos da bruxa. O poder que deixa o corpo dela é claro, quase transparente, e por onde passa deixa uma imagem distorcida, Isso mostra o quanto ele é forte, porém a garota ainda não sabe utilizá-lo.O cântico que deixa meus lábios, ordena à magia que há em mim a se misturar com o poder de parar o
MargotHandall é um louco. Ele quer escravizar o povo tendo o mínimo de trabalho, e quantos mais possuir para ele é melhor. Onde o homem colocará tantas pessoas escravizadas, eu não faço a menor ideia.A roupa apertada me incomoda, nunca usei nada do tipo. Talvez Naiara fosse gostar deste traje, mas eu não. Me sinto exposta. E agora estou num lugar alto, em cima do que o bruxo chamou de prédio.Uma coisa que ele disse é verdade: eu nunca vi nada parecido com isso. Parece um mundo completamente diferente do meu.Handall ergue os orbes, dizendo que me mostrará o que posso fazer e então tudo acontece: a esfera que ele havia lançado explode e até onde a explosão alcança, o tempo para, nada se move, até mesmo os pássaros param de voar. Olho estupefata, jamais imaginei que a magia que há em mim era capaz de um feito como este.— Agora entende o que há em você e que estava escondido por todo este tempo? — inquire e eu, ainda pasma com o que presencio, o encaro sem ter o que dizer e ele ri. —
MargotQuando chego no quarto, meus irmãos, que estavam sentados em minha cama me aguardando, se colocam de pé de uma única vez. Ambos Vêm na minha direção, preocupados.— O que aconteceu? Sentimos tudo tremer, mas depois cessou e ficamos preocupados — fala Killan, vindo me abraçar.— Você está bem? Não se feriu? Ele fez algo a você? — Hiran também me abraça, preocupado.— Estou bem — respondo e meus irmãos se afastam. — Handall usou meu poder em um feitiço muito cruel — sinto o peso das palavras quando as pronuncio.Conto a meus irmãos sobre como o bruxo usou o meu poder, para quê usou e me sento na cama não conseguindo mais permanecer de pé, tamanho o peso que sinto sobre os meus ombros.Sinto o braço de Killan me envolver e o abraço, apoiando minha cabeça em seu peito.— Irmãzinha — diz ele. — Se ele trouxe todas essas pessoas para cá e disse que se ocuparia com elas, agora... — Ele me afasta um pouco de seu corpo para olhar em meus olhos. — Talvez esse seja o momento de fugir.Com
NaiaraMinha mãe foi embora e eu até agradeci aos céus, sei que ela ama meu pai, mas sua presença traz um peso estranho para o ambiente. Fico com ele por alguns minutos conversando, quando sou surpreendida com meu sogro abrindo a porta do quarto em um rompante para anunciar que os gêmeos haviam enviado uma nova mensagem informando que o navio partiria pela manhã no dia seguinte.Enry havia saído há poucas horas, mas já deveria estar pela metade do caminho.— Como poderemos avisar a Enry? — questiono.— Terei que partir imediatamente — anuncia o Alfa. — Não há como alcançar Enry, e ele não terá tempo de voltar.— Eu vou — falo me colocando de pé.— Não — falam meu pai e meu sogro ao mesmo tempo. Os encaro.— É perigoso para você, filha — meu pai completa, falando como se eu fosse uma criança indefesa.— Eu sei me defender — me pronuncio determinada, — Ele é meu marido, devo ajudá-lo.— Ele a deixou sob meus cuidados e eu digo que você não vai — ordena o alfa e eu estremeço, mas não ob
EnryEnquanto aguardo a partida do próximo navio, percebo outras pessoas atrasadas se aproximando. Estou distraído, olhando para o horizonte quando ouço alguém chamar meu nome.Quando olho na direção da voz, percebo que é minha esposa. Não vejo ninguém ao seu lado, ela está sozinha. Como ela chegou aqui? A que riscos se submeteu para que estivesse na minha frente agora? Meu pai permitiu que ela saísse sozinha? Duvido!— Naiara!Ela corre para mim e a seguro firme em meus braços. A saudade é avassaladora e meus lábios atingem os dela com fome.— Cheguei a achar que não viria — comenta com alívio em sua voz.— Me falaram que o navio partiria de manhã, não que sairia logo que amanhecesse. Quando cheguei ele já havia partido — explico.— Recebemos a mensagem de seus irmãos, chegou poucas horas depois de você sair. Eu vim assim que recebi a mensagem. — Ela explica sobre a mensagem dos gêmeos que receberam e estende sua mão e toca em minha face. — Estava preocupada com você. — Seus olhos de