Contudo no mesmo momento em que estávamos em um momento tão profundo e intenso algo aconteceu, batidas na porta nos fizeram pular da posição onde nos encontrávamos, meu coração parecia que iria saltar juntamente com a surpresa que dominou meu corpo; Julia soltou um gritinho desesperado me empurrando, cai no chão batendo a minha bunda com força, soltei uma reclamação irritada, no entanto me levantei recompondo, passei a mão pelos meus cabelos enquanto que minha secretária fazia o mesmo com a sua roupa que neste momento estava toda amassada; Camila do entrou na sala assim que dei permissão, seus olhos passaram para mim e então para Julia que saia do escritório de cabeça baixa e completamente sem jeito, seus passos foram tão rápidos que nem eu acreditei que era possível uma mulher andar tão veloz como a vi naquele instante, segurei um riso interior, logo direcionando a minha atenção para a outra que me analisava._Como posso te ajudar Camila? - Perguntei ainda sendo analisado por ela brev
Fiquei parada no meio da sala do Fernando, perplexa sem entender o que estava acontecendo quando o próprio saiu transtornado, e a sua mãe ao seu encalço. Quando as coisas ficaram desse jeito? Passei a mão pelos meus cabelos presos, tentando decidir o que deveria fazer. Não fazia nem um segundo, que os dois tinham saído. E eu estava tentando segurar a camisa de Fernando, o que era inútil. Ele nem parecia perceber a minha presença. Parei na porta, olhando para todos lá dentro. Fernando estava furioso demais, nunca o tinha visto tão bravo assim, mas era uma calma gélida que me dava arrepios. A tensão era tão grande que eu nunca me perdoaria se não fizesse nada a respeito. Eu sabia que no fundo o estopim dessa briga me envolvia, mesmo que eu fosse à faísca que atingiu o ponto vital, e fez com que a ira entre os dois explodisse depois de anos de disputa, raiva e magoa acumulada. Como um furacão, passei por todos aqueles olhares curiosos que me encaravam agora também, como se eu fizesse p
Nós dois rimos, e eu me afastei um pouco para trás, ainda impondo um curto limite entre nós. Daniel precisava entender o quando era importante para mim também. E eu precisava esclarecer as coisas entre nós, mas eu não tinha coragem de contar a ele sobre meu relacionamento com seu irmão. Agora não era o momento.— Agora é melhor você desfazer essa bobagem, do contrário as coisas vão ficar feias para seu lado. — apontei para ele de novo, e Daniel encolheu os ombros sem graça. — Não posso, não depois de todos estarem aqui. Eu sinto muito, eu vou dar um jeito de...— Shiuu! — Segurei sua mão e apertei. — Vai dar tudo certo. Vamos? Daniel concordou, e depois de limpar meu rosto, e estarmos sem evidência nenhuma de que estávamos chorando. Entramos na sala da votação novamente. Os cochichos cessaram assim que me viram acompanhada do novo herdeiro rebelde dos Murbeck, todos estavam ainda mais curiosos depois dessa meia hora de espera. Meus olhos seguiram direto para os de Fernando, aquela
Acordei com um braço ao meu redor, me puxando para si, e me pressionando fortemente ao corpo de alguém. Estava meio desorientada, não tinha amanhecido ainda, estava escuro no quarto. E o calor me sufocava, Deus, eu não estava suportando como estava quente de baixo das cobertas! Tentei me remexer um pouco, para me afastar minimamente do Fernando, que segurava como se eu fosse fugir a qualquer momento. Mas toda vez que tentava me mexer, ele me puxava mais para si. Mordi meu lábio para evitar suspirar, e o empurrei com toda delicadeza para não acorda-lo. Ele ressonou e virou para o outro lado, quando rolei fora da cama.Precisava ir muito ao banheiro, e estava morrendo de cede. Não estava mais acostumada a dormir junto de alguém, e Fernando me sufocava ás vezes, como se eu fosse simplesmente desaparecer. Passei no quarto de Bia para ver se ele estava dormindo bem, e depois fui para a cozinha. Estava bebendo água, quando fechei a porta da geladeira e levei um susto, quase derrubando o co
O problema do passado é que mesmo distante ele ainda se faz presente, muitas vezes desejamos esquecer algo, contudo se torna tão difícil e doloroso, que se assemelha a uma tortura, recordei no mesmo instante de vários momentos em que simplesmente desejei não existir, enquanto todos aqui soltavam risadas satisfatórias pelas lembranças de sua juventude, às minhas surgiram também, mas de uma forma perturbadora, na época em que meus irmãos estavam vivendo suas experiências novas, passando pela faculdade e se divertindo de tantas formas, eu; Fernando Murbeck me encontrava sendo enviado para um país totalmente diferente, sendo expulso de casa e dado como incapaz pelo meu pai. Essa época foi tão difícil que ter lembranças boas se tornou impossível, me encontrava tão inerte e concentrado perdido em minhas próprias dores que nem notei o silêncio que havia se tornado ao meu redor, apenas quando Júlia se levantou da mesa, no meio da jantar fazendo um barulho com a cadeira é que retornei para o p
_ EU AINDA AMO VOCÊ JULIA! NÃO ENTENDEU?! – Eu não acreditava no que estava ouvindo – Eu errei! Me perdoa, a Bia é minha filha! Eu também tenho direito! – Ele exclamou de modo feroz na direção dela, Júlia já abalada pelo jantar, e agora por aquela situação apenas se manteve agarrando a bebê que chorava alto pelos gritos do “homem que se dizia pai" enquanto que a mãe dela apenas tentava se livrar das garras dele, quando finalmente me aproximei o suficiente deles, não pensei duas vezes, desferi um soco certeiro na face de Guilherme, ele imediatamente soltou o braço de Júlia levando a mão ao nariz que sangrou imediatamente, Julia me olhou assustada._ Entra Julia, cuida da Bia, deixa esse vagabundo comigo. – Ela assentiu na minha direção rapidamente e então com a bebê para dentro do saguão, minha atenção logo mudou para Guilherme que desferiu um soco no meu rosto como resposta ao anterior, contudo ao retornar meu olhar para o dele, um sorriso sarcástico se fez nos meus lábios._ Eu sabia
Não tocamos no assunto Guilherme. Não naquela noite, nem nos dias seguintes. Fernando pereceu achar melhor não me bombardear de perguntas, quando eu claramente estava me sentindo nervosa em abordar o assunto. Quanto mais me sentia pressionada a explicar minha vida ao meu namorado, mais ficava desconfortável com a sua possível opinião e o seu julgamento por me manter em muito tempo em uma relação abusiva.Era madrugada, e eu estava rolando sobre o colchão, sem conseguir me entregar ao sono. Então há duas horas me encontrava sentada e apoiada na bancada de mármore da cozinha com uma caneca de chá de camomila fumegante entre as mãos. Meus dedos tamborilavam constantemente na porcelana, quando eu sentia minha mente divagar cada vez mais longe.As mãos quentes e firmes de Fernando me despertaram do meu devaneio, quando ele me puxou para junto de si, e se arcou beijando meus cabelos.- Sinto sua falta até mesmo quando estou dormindo, será que é normal isso? - Fernando murmurou para mim e ri
- Até me levar e me buscar na faculdade ele ia enquanto eu estudava. Às vezes ficava meu período inteiro de aula ali plantado esperando para ver se eu não ia para outro lugar escondida. - Soltei uma risada sem humor e funguei. - Eu tinha medo que ele me abandonasse que me deixasse. Então eu fazia tudo o que ele queria. Mas um dia eu acordei, mesmo que tarde, eu fui embora, carregando dentro de mim uma parte dele.Eu tinha esperado ele viajar para juntar poucos pertences meus e saí de casa. Fiquei alguns dias no apartamento de Daniel, que me acolheu como se eu nunca tivesse me afastado de sua segurança. Me deu emprego e proteção, quando eu não podia mais contar com ninguém que não fosse a Ana. Eles foram os únicos que souberam mais detalhadamente tudo o que aconteceu comigo. Até quando procurei Guilherme para contar sobre a gravidez, e ele declarou que eu era uma vagabunda e minha filha era de outro, enquanto eu só queria dar o golpe da barriga.Agora Fernando sabia de tudo...Ele foi