Fernando se autodeclarou pai dela há uns dias, mas isso era diferente do que apenas palavras. Seria como mostrar a sua família o quanto ele se importava com ela. Era o oposto de estar comigo e ela em nosso mundinho restrito.Meu coração errou uma batida. E ele riu com meu espanto, como se minha reação fosse uma coisa ilógica.- Meu amor é claro que eu quero fazer isso. Estar com vocês duas é uma realização de um sonho. - Ele fez uma pausa e esticou a mão para pegar a minha. - Vocês são minha família, são minha vida. Quero estar ao seu lado sempre, e viver todos os momentos com a nossa filha.Meus ombros caíram sentindo a calmaria me atingir. Era real. Muito real. Ele não iria me abandonar e ficaria comigo.Apertei sua mão e me inclinei na cadeira.- Acho que temos que contar para a sua família o mais breve possível que estamos juntos. - Nervosa passei meus dedos em meu cabelo tentando me distrair do mal estar que estava me consumindo. - Já é estranho o suficiente estar em um lugar e a
Os cantos dos lábios de Eliane se elevaram quando me mostrou um sorriso mordaz. Eu odiava quando ela sorria assim, como se já tivesse ganhado o mundo. Como se soubesse exatamente onde me atingir.Meu celular tocou, e seus olhos correram para a tela, enquanto ignorei a chamada do Fernando.- Você ainda gosta dele né? - Eliane se inclinou sobre a mesa como se tivesse vencido. A bile ameaçou subir pela a minha boca.- Os únicos sentimentos que sinto pelo seu filho são: magoa, raiva e desprezo. - Contei nos dedos cada uma delas. Havia bem mais coisas, do tipo ruins que deixavam o meu coração enegrecido. Mas eu não ia ceder a isso. - Sinto isso por você também, não se preocupe.Meu rosto estava esquentando com a raiva. Foi burrice demais ter vindo até aqui. Achei que estava pronta para enfrentar o meu passado, entretanto estava mais que equivocada. Não conseguia nem suportar no mesmo ambiente que a mãe do Guilherme, era pior ainda sentindo o peso do seu julgamento em mim.- Eu não me impor
Uma sensação estranha se encontrava dentro do meu peito enquanto meu olhar passava brevemente por um dos documentos em cima da mesa do meu escritório, os ponteiros do relógio marcavam exatamente nove horas da noite e Julia não havia me dado notícias nenhuma, soltei um suspiro desacreditado quando meu celular tocou e vi o número da minha mãe registrado nele, soltei o aparelho deixando -o tocar, não queria ocupar a linha falando com ninguém, e se ela me liga-se? Era melhor deixar meu celular livre, assim que a ligação caiu um estalo surgiu em minha mente, peguei o celular que se encontrava na mesa, a chave do carro e então sai do escritório deixando os problemas da empresa para trás, achei que deveria refazer o caminho que ela seguiu ao ir em uma reunião importante em meu lugar, enquanto dirigia me odiei por deixá-la ir sozinha, Julia mostrava uma expressão estranha ao sair do escritório, contudo achei melhor deixa-la ter um tempo sozinha, eu tinha certeza que algo ou alguém a incomodav
Retornei ao meu trabalho sentindo o gostinho de felicidade dentro dos meus lábios, em tanto tempo eu nunca imaginei que sentiria esse sentimento, estava conformado em viver sozinho pelo resto dos meus dias, e então Julia surgiu e virou meu mundo de ponta cabeça, agora não vivo sem ela! Quando o sábado chegou fui buscar Julia em sua casa, deixamos Bia na casa da babá, e então tomamos rumo para a casa dos meus pais, assim que chegamos no local eles nos receberam com total felicidade no entanto a primeira pergunta da minha mãe foi._ Cadê sua namorada?! - Exclamou indignada olhando para mim._ Mãe... - Ethan e sua agora esposa olharam para ela rindo muito - Não entendeu o recado? - Ela olhou para Ethan e então para mim, em seguida para Julia._ Oh! Céus! É a Julia? - Questionou sorrindo largamente - Que boba sou! Fernando que felicidade meu filho não poderia escolher mulher melhor! - Ela se aproximou de Julia a abraçando apertado - Eu sempre tive certeza que você faria parte da nossa fam
- Bom dia. - Uma voz suave e rouca sussurrou em meu ouvido, e eu me remexi na cama. - Acorda amor... Abri meus olhos completamente sonolentos para encontrar o amor da minha vida parado em minha frente. Com seus lábios formando um imenso sorriso. - Me de mais cinco minutos... - Murmurei e fechei meus olhos me virando na cama. - Ainda é cedo. Meu chefe poderia me dar folga. - Deveríamos estar na empresa há uma hora - Sua mão tocou minha cintura, fazendo com que eu me virasse para ele. Eu grunhi, mas me sentei mesmo sem vontade alguma. - Mas se quiser uma folga mamãe, seu chefe vai dar isso com muito prazer. Aquele sorriso que Fernando me dava sempre fazia meu coração dar cambalhotas. Passei a mão pelos meus cabelos emaranhados e me levantei em direção à porta. - Vou arrumar a Bia... - Fernando se colocou a minha frente e passou a mão na minha cintura mais uma vez. - Já fiz o café, e já arrumei a nossa filha para ficar na casa da babá. Apenas vá se arrumar nosso dia será longo. E
Eu o amava tanto, mais tanto, que não conseguia mais esconder esse sentimento. Não conseguia mais suportar essa ideia de convivermos e jamais demonstrar o quanto ele era importante para mim. Mas tudo mudaria...Era disso que eu me lembrava, enquanto eu estremecia desesperada nos braços de Fernando, enquanto eu gritava e implorava por minha filha. Minha pequena e doce filha. Isso não podia estar acontecendo!Não, não, não... Nenhuma câmera captou o sequestrador da Beatriz, ninguém havia visto nada. A única hipótese era que alguém ligaria pedindo dinheiro em troca, tinha que ligar!Tudo acontecia tão rápido que eu mal me dava conta do movimento ao nosso redor, os policiais isolando toda casa de Mariana, fazendo interrogatórios, buscando uma solução e uma pista que levassem há algum suspeito. Que me trouxessem a minha menininha. Eu vi o desespero no olhar de Fernando refletido em meus olhos enquanto ele tentava agir racionalmente. Ele era forte por nós dois, enquanto eu sentia que me
Eu não conseguia respirar, sequer pensar a voz tenebrosa de Guilherme ecoava em meus pensamentos. Eu só queria a minha filha, e para estar com ela eu faria qualquer coisa. Saí do quarto afoita, mas logo me recompus e encontrei Fernando lá embaixo ao celular, conversando com alguém baixinho com seu pai ao seu lado. Ele me olhou sobre o ombro com as chaves do carro na mão, enquanto colocava meu cabelo atrás da orelha com a outra. - Aonde você vai? - Todos estavam me olhando preocupados. Desviei meu olhar e respirei fundo contando as batidas do meu coração. - Eu preciso dar uma volta, talvez parar para comer em uma padaria. - Meus olhos encheram de lágrimas. - Ficar em um ambiente que não seja aqui. Fernando trocou um rápido olhar com Daniel, uma conexão que nunca vi entre os dois, e depois passaram a me encarar. - Tudo bem, eu vou junto com você. - Meu melhor amigo disse pegando seu casaco sobre a poltrona, mas eu neguei. - Não. - Hesitei dando um passo para trás, eu não podia arr
A vida é para ser vivida, é estranho parar e analisar esse pensamento mas ele faz todo o sentido agora, viver pode ser desgastante, cansativo e de uma forma penosa, isso depende do nosso ponto de vista; a vida é algo que quando estamos passando por momentos insuportáveis, acaba deixando de ser vista como algo importante, se torna um peso viver, eu me sentia assim todos os dias antes de conhecer a pessoa que mudaria completamente essa minha vida, ai que entra aquela frase “A vida é para ser vivida” seja ela em um momento feliz ou amargo, devemos viver o tempo que temos independente do que aconteça, sempre vai surgir um motivo para se viver… O telefone interrompeu meus pensamentos, os toques angustiantes mostravam um número desconhecido, atendo demonstrando confiança na minha voz, o som rouco ecoa de longe e eu consigo escutar a respiração afobada ao dizer:_ Você deve sair imediatamente temos a localização… - Sabe quando o seu coração para por alguns instantes, e você simplesmente sent