Se não fosse pela minha máscara, estaria rindo histericamente diante de tanta hipocrisia. Por isso entendo perfeitamente a expressão de confusão de Giana e como ela deve estar sussurrando a fofoca da verdade para Derek. Preciso destacar também que a cara de descontrole e inveja da Amanda é enorme, impossível não me satisfazer.Sergio não fez um discurso tão puxa-saco em seu casamento. Ops.—Te vi crescer e se tornar uma mulher forte, determinada e tenaz. A partir de agora, vocês dois enfrentarão novos desafios e novas experiências, nas quais contarão com meu apoio absoluto. A vocês — finaliza papai erguendo sua taça, com todos seguindo seu gesto.Estamos brindando com nossas taças, e quando começamos a beber, a voz de Amanda interrompe a maioria de nós.—Eu gostaria de acrescentar mais algumas palavras! — praticamente grita.Os convidados ficam na expectativa do que ela vai dizer, e sinto uma opressão no peito. Temo o que ela dirá, principalmente por estar a família de Luciano presente
Eu tinha enviado os convites pessoalmente, sabia que o encontro da América com Liam seria inevitável. Mas não esperava que a surpresa de se verem depois de tantos anos fosse impossível de disfarçar. Os dois estão congelados, olhando um para o outro. É uma imagem que logo desperta certos olhares dissimulados ao redor.—Cheguei a pensar que América não viria. Por que ela está aparecendo só agora? — pergunto a Luciano.—Ela planejava não nos deslumbrar com sua presença. Sergio me disse isso antes de ir te buscar para a cerimônia. Mas, lembrei a ele da importância do nosso casamento, e como seria ofensivo para mim se ela não estivesse entre nós — explica ele, satisfeito.Luciano me fez aproveitar muito o nosso casamento, no entanto, sua insistência em convidar Liam e América para que isso acontecesse é problemática.—Você acha que eles vão brigar? — pergunto observando-os.—Acho que temos lugares privilegiados para esse espetáculo — ele dá outra colherada na sobremesa.Isso de termos lugar
Ele ri e chegamos ao quarto. Vou ao banheiro como mencionei, fecho a porta e sinto um grande alívio por ter um vaso sanitário perto de mim. Mas ao tentar me inclinar para recolher o vestido e poder levantar a saia, não consigo.Tento de outra forma, de lado, abaixar para pegar a barra do vestido de noiva. Também não consigo. A cinta e a estrutura do vestido me impedem de abaixar como eu gostaria. Talvez em outro momento eu pudesse pensar em uma forma de tirar o vestido para urinar, mas não agora. Abro a porta, rendida.—Pode me ajudar a levantar o vestido? Não consigo e preciso fazer xixi — peço ajuda.Luciano me olha ligeiramente surpreso e depois divertido. Aproxima-se de mim e se ajoelha. Não faz bem à minha estabilidade emocional ele estar levantando minha saia, nem o contato direto de suas mãos nas minhas pernas. Aqueles olhos de predador que ele tem não são boas notícias para mim. Quando o tecido está perto das minhas mãos, arranco o que ele está segurando e recuo.—Assim está bo
Quão ruim pode ser proporcionar um momento íntimo ao seu marido? Porque é isso que Luciano é. Meu marido. Me aproximo dele e me ajoelho entre suas coxas, ele termina de tirar sua excitação das calças. Minha boca saliva, estranhamente, tudo é muito estranho, novo e quente.—Não tenha medo, vou te guiar — garante ele baixinho, colocando algumas mechas do meu cabelo atrás da orelha — Seja uma boa menina, abra seus lábios e desça.Respiro fundo para acabar logo com isso, e coloco na minha boca como Luciano está me pedindo. A ação resulta em um ato bastante primitivo e movimentos básicos que não me fazem sentir prazer. No entanto, começar a ouvir os gemidos de prazer dele vai acendendo algo mais em mim. Quanto mais profundo eu ia, mais profundo era o prazer que sua voz revelava. Também quanto mais rápido eu ia, mais ele chamava meu nome.O tempo passa me envolvendo em um tipo de prazer diferente. Não um prazer que sinto diretamente, mas o prazer que faço sentir ao homem que amo. Sei que por
Para nossa desgraça, os avisos de Giana se mostraram verdadeiros. É isso que estamos comprovando ao ver, em pleno salão, Liam golpeando meu pai e meu pai golpeando Liam. Os dois parecem mal, até vejo sangue na camisa de Sergio e no nariz de Liam. O resto dos convidados está afastado desses dois, alarmados com a cena. Com exceção de alguns casos.Por exemplo, Lucia, Clara e Leah estão tirando as crianças do salão; enquanto América está sentada em uma cadeira sem reagir e pálida. Essa senhora não faz nada, nem vê a briga que deve estar acontecendo por sua culpa. Não é preciso mencionar o constrangimento dos pais de Andrew ou do próprio Andrew, nem o desespero de Amanda. Esta implora à sua mãe que reaja, mas ela não o faz.Antes que queiram ir para outra rodada de golpes, e derrubar mais da louça do hotel, já que se vê que derrubaram parte dela na mesa próxima; Lemuel e agora Luciano se metem no meio desses dois. Lemuel segurando seu irmão, e Luciano seu sogro.—É o suficiente para os doi
Encontrar o local onde Sergio decidiu gritar a plenos pulmões com América é mais fácil do que imaginei. Ele escolheu uma das salas privativas e de fora escuto seus gritos estridentes.—POR QUE VOCÊ NÃO É CAPAZ DE REAGIR, MULHER INCOMPETENTE? DE ONDE VOCÊS SE CONHECEM? COMO VOCÊS SE CONHECEM?—Pai, pare de gritar assim com a minha mãe... — implora Amanda.Entro na sala para encontrar mais do mesmo. América sentada em uma cadeira esfregando suas pernas com as mãos, a cor de sua pele não melhorou. Amanda está grudada nela. Sergio gritando de pé.—NÃO SE META, AMANDA! — ele grita.—Como quer que eu não me meta? É a minha mãe! Você não pode continuar humilhando-a por culpa do sogro da sua filha favorita! — recrimina Amanda, sim, olhando para mim com ódio.Claro, porque eu era a culpada de que nenhum dos dois soubesse se controlar no casamento de seus filhos. Mesmo assim, eu devia acalmar as coisas por aqui.—Pai, Amanda tem razão. Você deve parar de gritar e se acalmar — aconselho.Sergio f
—Você precisa se acalmar. Luciano está casado comigo, Belmonte Raíces está em boas mãos — afirmo.—Você é estúpida ou está se fazendo? — recrimina cruelmente América — Os Brown vão nos destruir até os alicerces.—Não vão. Sou a esposa de Luciano. Para que ele destruiria a empresa da sua família política? Essa em que investiu tanto dinheiro? Quem não está raciocinando bem é você, América.—Nossa empresa não é nada para eles, nada — insiste América.—Você também está sendo obtusa — acuso e olho para Sergio confiante — Vou me candidatar para ser a CEO da empresa. Tenho tido um bom desempenho, me casei com ele, em alguns anos, quando ele deixar o cargo, vai cedê-lo a mim. Trabalharei até colapsar se for necessário. Não deixarei que ele destrua a Belmonte Raíces.Então Sergio pega minhas mãos e as usa para apoiar sua cabeça nelas. Sinto-o tremer de medo, de desespero. Desse mesmo medo e desespero que está me invadindo.—Já comprovei. Você é estúpida e ingênua. Tudo o que essa gente toca, qu
Narrado por Luciano BrownSempre fui uma ave em liberdade. Voei para onde quis, como quis e com quem quis. Sem limites, sem prestar contas a ninguém, sem desperdiçar minhas energias em conexões emocionais ou apegos desnecessários.Essa tinha sido minha vida, esta excitante vida que tive a sorte ou desgraça de viver. Talvez deva pedir perdão àqueles que incomodei ou feri neste trajeto, mas dizem que pessoas feridas costumam ferir os outros. O que mais se poderia esperar de alguém como eu? Abandonado por sua mãe, à mercê de um pai alcoólatra e na batalha constante por ter a atenção da minha avó.Fiz o que fiz, não me arrependo, não me sinto culpado. Ou era assim, até que tive um lembrete de que o tempo não perdoa ninguém, incluindo a mim. O Luciano de 18 anos não era o mesmo de 34, e inevitavelmente o peso das consequências do que uma vez fiz teria que me alcançar.Estive consciente de que nesta vida tudo se paga, e com gosto pagaria esse preço. O pequeno inconveniente era que havia me p