Eu fui, em seu momento, uma criança travessa, depois uma adolescente problemática que adorava se meter onde não era chamada. Em seguida, sou uma adulta, que parece que os problemas a seguem sozinhos. A confissão de Jesus me deixou em choque, em completo choque.Embora depois, o comportamento de Emma faça mais ou menos sentido. Essa agressividade que ela tem comigo e que apareceu logo depois de contratar Jesus. Justo naquele dia em que ela começou a me tratar assim, antes disso, cheguei a sentir que a tinha na palma da minha mão.Já vejo por que parei de tê-la, ela deve acreditar que orquestrei isso, sozinha.— Vou assinar minha demissão ao final do dia. Desculpe pela minha falta de honestidade — diz Jesus.Volto à Terra.— Você acha que vou te deixar ir depois de soltar uma bomba dessas sem contexto? — reclamo.— Não é tão interessante ou significativo como você está imaginando… — ele menciona, sem soar convencido.— Ah, sim? Me conta uma história de vaqueiros? Se fosse irrelevante com
— Sara! Como você está? Loren me contou sobre seu acidente… foi terrível. Por que você não nos contou antes? — ela diz.Ah, bom. Lorenzo soube do meu acidente e contou a ela. Parece bom, ridiculamente bom.— Eu estava descansando e com proibição de telas… — respondo forçando um sorriso.— Que horrível deve ter sido para você. Sinto muito…— Sim…— Oi, já que você voltou ao trabalho, eu realmente queria consertar as coisas com você. Sei que da última vez fui meio volátil, mas desta vez, vou compensar, prometo.Arranho minha sobrancelha.— Quando você quer que seja essa vez?— Agora mesmo. Vou te enviar minha localização imediatamente, será um grande presente para você e minhas damas. Te espero! — ela desliga.Olho para Jesus, que está curioso com o que Emma me disse.— Ela quer me dar uma surpresa, é uma oferta de paz…— Ela vai cair nos jogos mentais dela de novo? Não faça isso de novo, senhorita Sara. Não é bom se misturar com essas pessoas, os Bianchi são perigosos e sua segurança me
Narrado por Emma BianchiDe niña, sonhava que meu primeiro amor seria o único amor que eu teria na minha vida. Ansiosamente esperei que ele viesse até mim, mas nunca me foi muito bem nesse departamento. Eu adorava meu pai naquela época, na minha visão ele era perfeito, um homem que trabalhava incansavelmente e ajudava os outros sem pedir nada em troca. No entanto, eu sabia o quão intimidador ele podia ser para os outros, e também achava que os outros não o compreendiam.Eu adorava Mauro como uma de suas seguidoras, como mais uma cidadã que acreditava cegamente em seu discurso, em suas promessas. Com a diferença de que eu era sua filha, eu era o que ele mais queria. Meu pai faria tudo por mim, eu tinha essa certeza cega.Até que eu soube que não era assim.O amor finalmente chegou quando conheci Jesus. Foi amor à primeira vista, lembro que quando o vi pela primeira vez, nunca tinha visto um sorriso tão bonito, nem conhecido um rapaz tão gentil. Jesus trabalhou para meu pai desde muito j
Também não foi ele, quando me levou a um ginecologista amigo dele naquela noite. Ele fez com que me examinasse, com ele presente, ele mesmo queria ver o monitor com meu útero vazio. Ele falou sobre um aborto naquela mesma noite, um aborto que não fazia sentido porque… Jesus e eu nunca tínhamos feito sem proteção. Ele me cuidava tanto, e eu o amava tanto. Cada vez que fizemos amor, foi lindo, foi perfeito, foi espiritual. Mas naquele momento… tudo se sentiu tão sujo.Talvez eu devesse protestar, talvez eu devesse tentar escapar, mas eu não era eu. Eu não… conseguia assimilar. Também não conseguia assimilar como Mauro conseguiu me tirar naquele estado e ninguém disse nada. Nenhum funcionário com quem eu troquei olhares me ajudou, nem o médico que me viu machucada fez isso. Ele se limitou a examinar entre minhas pernas.Foi… traumático.Mauro decidiu falar comigo no dia seguinte, ele me enviaria com minha mãe para o exterior. Adeus aos planos de estudar onde eu queria, adeus a Jesus. E qu
Em vez de me esquecer dele, eu investiguei mais e mais para perceber que algo ruim havia acontecido com Jesus. Eu pude comprovar isso ao localizar onde ele morava, ele ainda morava na mesma casa de sempre da mãe dele. Aquela casinha que ele disse que não gostava para a mãe dele, e sonhava em comprar uma maior. Eu fiquei apavorada porque eu não devia estar lá, se Mauro descobrisse, mas eu precisava saber e precisava que Jesus soubesse que eu ia me casar.Ele me tratou mal de novo.E eu pude comprovar, eu não havia me esquecido do que sentia por Jesus.Eu não podia me casar, eu precisava de mais tempo. Mais tempo para explicar minhas ações a Jesus, para que ele me falasse, apenas me falasse sobre o que havia acontecido. No entanto, eu ainda tinha tanto medo de Mauro, que cada vez que tentava me aproximar dele era às escondidas ou de surpresa.Eu também não podia cancelar aquele casamento, Mauro vinha falando sobre isso há anos. Se eu cancelasse… eu temo pela minha vida. Daí surgiu meu pl
Narrado por Emma BianchiTenho que fazer um grande esforço para mover minhas pernas com o peso deste vestido. Mesmo assim, tentei alcançar Jesus nesta loja de noivas.— Espere! Vamos conversar! — peço desesperada.Ele para de andar, se vira para me ver com uma máscara de indiferença.— Não temos nada para conversar, senhorita Emma — ele diz — Volte para sua prova. Vou me retirar por um instante.Jesus tenta continuar andando, mas eu o pego pelo braço. Ele fica impaciente ao olhar para os lados, algumas funcionárias estão nos olhando disfarçadamente, incluindo uma que estava na minha prova, ela está parada na porta, como esperando saber o que vai acontecer.— Eles estão nos vendo — ele sussurra entre dentes.— Que nos vejam o quanto quiserem. Precisamos conversar… — imploro com os olhos marejados.— Do que vamos conversar além do que já conversamos? — ele desvia o olhar, era como se me ver o machucasse.— Talvez de como você me tratou desde que nos reencontramos. De todos os equívocos q
— Deixe-me ajudar, ou você vai acabar caindo com esse vestido… — ela menciona.— Se eu cair, você vai amar… — respondo de má vontade.— Pode ser, eu não preciso de incentivo para te empurrar — ela sorri enquanto voltamos — É para isso que você vai se casar com Loren? Para ir atrás de outro homem que não é ele?— Você sabe de tudo, não é? — sorrio com hipocrisia como ela faz.— Quase, mas eu não sabia do seu passado com ele… — ela olha para onde Jesus está — Ele estava desesperado por conseguir um emprego, e é primo de um dos meus funcionários mais confiáveis. É isso, um funcionário que eu respeito muito.As palavras de Sara me impactam, eu não esperava a última parte, nem que ela dissesse isso parecendo honesta antes de me soltar. Eu a observo enquanto ela vai se sentar, enquanto minhas amigas me perguntam se estou bem. Eu digo que não, que estou muito sobrecarregada com os preparativos e que preciso de um tempo.Elas entendem e nós acabamos adiando este encontro para algumas semanas d
Minha mãe opera em situações de emergência perfeitamente, está acostumada a isso. Ela abaixa a descarga, pega guardanapos e me faz levantar do chão. Ela começa a limpar minha boca.— Você sim pode continuar com isso. Você tem que continuar com isso. Do que nós estávamos falando? — ela diz em um tom suave.— Eu o vi de novo… — eu revelei — Ele me odeia, não quer saber nada de mim.Ela me olha com paciência e um toque de tristeza. Ela termina com o guardanapo.— Minha querida, seu relacionamento com aquele rapaz aconteceu há muitos anos. Foi um amor de juventude. Você o idealizou, deixe-o ir. É o mais conveniente para todos.— Para todos ou para meu pai? Porque se Jesus não tivesse aparecido de novo, eu ainda não queria me casar. Eu sinto que estou me afogando e queria… só queria… parar com isso. O que eu faço? Me jogar na frente de um carro ou pelas escadas? Se eu terminar com as pernas quebradas, Mauro vai entender que eu não quero me casar e vai parar de ameaçar nos bater, nos matar?