Marina entra no elevador com passos apressados, mas assim que as portas se fecham, o nervosismo que vinha segurando se transforma em um aperto esmagador. O silêncio do elevador intensifica os pensamentos confusos que começam a circular em sua mente, tornando a sensação de desconforto ainda mais intensa. Ela tenta respirar fundo, mas a imagem de Katrina e Victor tão próximos não sai de sua cabeça.Quando chega ao seu andar, ela caminha pelos corredores com a cabeça baixa, evitando o olhar de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, desesperada para chegar à sua sala. Ao entrar, fecha a porta atrás de si e, com um suspiro pesado, se senta à mesa.Pressionando os dedos contra as têmporas, tenta acalmar a mente e entender o que está sentindo. Uma mistura de raiva, tristeza e frustração a domina, mas o que mais a assusta é o ciúme que não consegue ignorar. Por que se sentiu assim ao ver Victor e Katrina juntos?“Vocês não têm nada, Marina, além disso, é do Sávio que você gosta”, lembra a
As palavras de Marina o cortam como uma lâmina afiada. Victor sente o impacto profundo, embora sua expressão permaneça impassível. Por dentro, uma batalha silenciosa acontece, uma mistura de emoções que não consegue controlar, muito menos expressar. Ele quer dizer algo, quer reagir, mas as palavras perecem em sua garganta.O que poderia prometer a ela? Que terminasse com Sávio e, depois disso, ele a assumiria como namorada? Não. Victor sabia que não era esse tipo de homem.Nunca se envolveu em relacionamentos amorosos. As mulheres que entravam em sua vida eram passageiras, parte de um ciclo que ele mantinha para evitar laços emocionais. A mulher com quem ficou mais tempo permaneceu ao seu lado por duas semanas, o máximo que ele se permitiu. Esse comportamento fazia parte de sua rotina, um mecanismo que ele dominava com precisão. E agora, diante de Marina, tudo parecia mais complicado, mais profundo.Sem saber o que dizer, e sentindo que a conversa já havia chegado a um ponto irreversív
Andressa observa o carro de Sávio dobrar a esquina e se aproximar. Com um sorriso brincalhão, ela se levanta e lança um último olhar para Marina.— Lá vem seu namorado! Vou deixar vocês mais à vontade — comenta, ajeitando a bolsa no ombro. — Nos vemos no sábado, então?Marina sorri, sentindo-se levemente animada.— Combinado. Até lá.— Mal posso esperar para o fim de semana! — Andressa responde, com um brilho de empolgação nos olhos. Ela se despede e entra em casa.Quando entra em seu quarto, tira rapidamente a roupa que veste e entra no banheiro. Estava se sentindo cansada, havia várias coisas se passando em sua mente. Ao tomar um banho demorado, veste seu pijama e se deita na cama, ligando a televisão em busca de algo para assistir e se distrair. Enquanto procura por algo, pensa no momento que teve mais cedo com Xavier.A expressão séria no rosto dele indicava um conflito entre desejo e racionalidade. Ele segura suas mãos, entrelaçando seus dedos nos dela, enquanto seus olhos fixava
A semana se arrasta lentamente, e cada dia parece deixar um peso maior sobre os ombros de Marina. Desde a última conversa que tiveram em sua sala, ela e Victor não trocaram mais nenhuma palavra que não fosse sobre trabalho. Cada interação entre eles era formal, fria, como se um muro invisível tivesse sido erguido.Na sexta-feira à tarde, enquanto organizava algumas pastas sobre o novo caso em que Victor estava trabalhando, seu telefone toca e o identificador indica que é ele.— Sim, senhor Ferraz? — responde, com um tom profissional, ao atender.— Venha à minha sala. Agora mesmo — ele ordena, desligando logo em seguida, sem qualquer outro detalhe.Ela respira fundo, tentando se acalmar, antes de se levantar e caminhar em direção à sala dele. Seu coração b**e um pouco mais rápido, não importava quantas vezes tivesse que encará-lo no ambiente de trabalho; sempre sentia uma tensão, um nervosismo silencioso ao estarem próximos.Ao chegar, b**e levemente na porta antes de abrir e entrar. As
Observando atentamente a expressão de Victor ao ouvir a resposta de Marina, Katrina capta como aquelas palavras o afetam. Percebe a raiva sutil que surge nos olhos dele, e, aproveitando a oportunidade, decide aprofundar a conversa, com um toque de provocação.— Uau, que romântico! — comenta, com um brilho maldoso nos olhos. Sua voz carrega um tom levemente irônico, mas seu sorriso disfarçado faz parecer que estava sendo gentil.Contudo, Marina percebe a intenção de Katrina e decide manter a postura calma, e responde sem hesitação e com o olhar firme.— Sim, é bem romântico mesmo. Precisamos de um tempo só para nós e creio que a oportunidade é perfeita — diz, com uma ênfase sutil, deixando claro que o fim de semana era especial.Sem perder a chance de alfinetar, Katrina sorri e complementa.— Isso mesmo, Mari. Aproveite bastante o tempo com seu namorado e… não desgrude dele nem por um segundo — aconselha, enquanto um sorriso malicioso se forma em seus lábios. — Pode ficar tranquila, qu
Mais um fim de semana havia chegado, trazendo consigo a empolgação de Marina para os planos que havia feito com a amiga. No quarto, separava alguns pertences e arrumava uma pequena bolsa com tudo o que precisaria para usar no apartamento do namorado de Andressa. Daniela passa pelo quarto da filha e a observa tão animada logo pela manhã. A curiosidade a leva a interromper a arrumação.— Para onde vai, Mari? — pergunta, intrigada.— Passarei o fim de semana com a Andressa — responde, sem tirar os olhos da pequena bolsa.— Com a Andressa? E onde vocês ficarão? — questiona Daniela, interessada.— No apartamento do namorado dela — responde de maneira casual.Ao ouvir isso, o interesse de Daniela se aguça. Ela estreita os olhos, tentando entender melhor a situação.— Então, você conhece o namorado dela? — indaga.— Não, não conheço — responde. — Na verdade, nunca o vi e, provavelmente, não o verei hoje também, porque ele estará viajando.Daniela franze o cenho, agora ligeiramente preocupada
Mesmo incomodada com o teor da conversa, Daniela sente que precisa ser realista com Marina. Ela observa a filha por um momento, medindo cada palavra antes de prosseguir. Com um toque suave e carinhoso, pousa a mão sobre o ombro dela.— Olha, Mari, sei que você já é uma mulher adulta, mas ainda é inocente em relação a algumas coisas — começa, com um tom gentil, mas firme. — E quero ser sincera com você. Embora eu, pessoalmente, ache muito errado um casal ter relações antes do casamento, se isso acontecer… bem, ficarei feliz em saber que será com um homem que você ama e que também te ama.Daniela dá um leve suspiro, os olhos se suavizam com um toque de compreensão e aceitação. Para ela, a presença de Sávio na vida de Marina era um conforto, e a confiança que ele demonstrava parecia verdadeira.— No fundo, tenho certeza de que vocês ficarão juntos para sempre, então não precisa se preocupar tanto caso algo aconteça nessa viagem — continua, com um sorriso caloroso, quase como se estivesse
Marina afasta as mãos da amiga, sentindo-se um tanto desconfortável com o rumo daquela conversa. Ela passa a mão pelo cabelo, empurrando algumas mechas para trás da orelha, um gesto que revela o quanto estava se sentindo pressionada pelas palavras de Andressa.— Não me peça desse jeito — diz Marina, com as bochechas levemente coradas. — Faz parecer que está me pressionando.Sem que Marina perceba, Andressa revira os olhos e solta um longo suspiro, demonstrando um leve traço de impaciência.— Mari, você pediu um conselho e eu estou te dando — responde, tentando manter a calma. — Se não quer seguir, não siga, mas acredite em mim… você pode se arrepender amargamente se não ficar com o Sávio nessa viagem.Marina a encara, confusa.— Por que você diz isso? — pergunta, intrigada com a afirmação da amiga.Andressa inclina-se um pouco mais, com o olhar sério.— Porque, se não fizer isso logo com o Sávio, acabará fazendo com o Victor — explica. — Seja sincera consigo mesma. Você quer que sua p