Hoje só teremos mais dois capítulos, na próxima semana voltarei com a programação normal. Obrigada pela compreensão. Beijos S2.
Não é necessário que alguém explique para Marina quem é aquele homem. Sua semelhança com Victor e Rodrigo é inegável, mas há algo na postura dele que a faz se sentir desconfortável. O modo como Xavier Ferraz lhe observa é estranho e assustador.— Bom dia, senhor — cumprimenta-o com um sorriso educado, tentando não demonstrar seu nervosismo.Xavier a observa por um momento, sem responder imediatamente, seus olhos ainda a analisam.— Bom dia — ele finalmente responde, mantendo um tom firme, mas fazendo uma breve pausa, para estudar as feições de Marina com cuidado. Os olhos azuis da jovem, tão intensos, parecem prender sua atenção, então pensa, por um instante, que agora consegue entender por que seu filho tem agido de maneira tão diferente ultimamente.Marina, ainda sentada em sua cadeira, se pergunta o motivo daquela visita inesperada.— Você é a Marina, não é? — ele questiona, embora já saiba a resposta.— Sim, sou eu. Em que posso ajudá-lo? — pergunta, tentando manter a compostura,
Ao notar a presença do filho, Xavier endireita a postura sem se abalar e dá um passo para trás, enquanto Marina, visivelmente tensa, tenta disfarçar o desconforto.O momento é carregado de uma aura pesada e Victor não consegue conter a raiva ao imaginar o que ambos estavam fazendo ali.— Victor, estou apenas conversando com sua assistente — responde Xavier, com um leve sorriso que, em vez de tranquilizar, só atiça ainda mais a desconfiança do filho.As palavras do pai não trazem nenhuma confiança, então ele encara Marina, que está com a cabeça baixa, visivelmente abalada com o flagra. Victor fica frustrado com aquilo e sua irritação começa a crescer.— Conversando? — questiona, com o sarcasmo gotejando de suas palavras. — E por que me parece que não é só uma "conversa"?Marina levanta o olhar e percebe o quanto Victor está nervoso, porém sente a insinuação que ele faz e acaba ficando confusa.— E o que parece então? — Questiona Xavier, dando de ombros e se afastando da moça, sem dar e
Victor observa o pai sair da sala, e um suspiro pesado escapa de seus lábios. O nervosismo ainda o cerca, com o coração pesado e a mente tomada por uma tempestade de emoções confusas. Há raiva, decepção, medo, ciúme e uma profunda sensação de traição. Tudo dentro dele parece estar se misturando, e não consegue identificar qual sentimento o domina mais.Ele tenta se acalmar antes de procurar por Marina. A ideia de confrontá-la o assombra, enquanto perguntas incômodas surgem em sua mente. "Devo ir direto ao ponto e dizer que sei o que está acontecendo? Ou continuo fingindo que não desconfio de nada?" Esses pensamentos o consomem, e a vontade de resolver a situação à força quase o leva a agir por impulso.Quando finalmente consegue acalmar um pouco os nervos, sai da sala e começa a procurar por Marina. No caminho, se dirige à mesa de sua secretária.— Você viu a Marina? — pergunta, com um tom que tenta soar casual.— Vi, sim, senhor. Ela entrou no elevador recentemente — responde a secre
Victor permanece em silêncio por um longo instante, incapaz de processar completamente o que acabou de ouvir. Sua mente se recusa a aceitar aquela revelação, e a confusão é evidente em sua expressão. — O quê? — questiona incrédulo, esperando que ela estivesse prestes a rir e dizer que tudo não passava de uma piada. Podia entender que Marina não queria continuar com aquilo, mas usar aquela desculpa seria inadmissível. Entretanto, ao se aproximar mais, percebe o quanto ela parece estar envergonhada, suas bochechas tingidas de um vermelho profundo refletem o peso de suas palavras. Ao notar ser observada por aqueles olhos negros, Marina desvia o olhar, enquanto suas mãos tentam cobrir o seu corpo nu. — É o que acabou de ouvir — sussurra hesitante, sem saber como lidar com a situação desconfortável. A seriedade na voz dela, combinada com o rubor evidente em seu rosto, faz com que Victor perceba sua sinceridade. A revelação chega com força a ele, que, há poucos segundos, estava tomado p
Victor desperta com o som insistente do celular vibrando na mesa de cabeceira. Ao abrir os olhos, percebe que já são mais de quatro horas da tarde. Ele se dá conta de que adormeceu abraçado à Marina no quarto, algo que jamais imaginaria acontecer no início daquele dia.Com o barulho do celular, ela também acorda, então ambos se levantam lentamente. Victor pega o celular para atender a ligação, observando ser de Rodrigo. — Onde você está? — a voz de Rodrigo soa preocupada do outro lado da linha. Victor raramente falta ao trabalho, ainda mais sem dar satisfações. — Sua secretária disse que você não voltou do almoço e deixou dois clientes esperando. Victor passa a mão pelos cabelos e veste a camisa que havia tirado antes de deitar. Ele se move devagar, ainda assimilando o que aconteceu. — Me esqueci, acabei perdendo a hora — responde com a voz tranquila, algo incomum para quem costuma estar sempre no controle.— Aconteceu alguma coisa? — Rodrigo pergunta, visivelmente preocupado com
Ao chegar em casa, exausta após um longo dia de trabalho. Tudo o que Marina deseja é um momento de paz, onde possa desligar a mente e descansar o corpo. Ela se apressa em tomar um banho relaxante, permitindo que a água quente lave o cansaço acumulado. Quando está prestes a vestir seu pijama confortável, um pensamento invade sua mente, deixando-a tensa. Lembra-se da promessa que havia feito a Sávio: eles se veriam naquela noite. — Droga — murmura para si mesma, sentindo um peso no peito. Sentando-se na beirada da cama, sente a consciência pesar pelo compromisso que havia assumido. Sua mente estava longe, repleta de lembranças e confusões que ela mesma ainda não entendia completamente. A tarde que passou com Victor, repleta de emoções intensas e momentos inesperados, a deixa profundamente desconcertada. Ela não consegue afastar as imagens que se formam em sua mente, dos toques, dos olhares, do jeito como ele a tratou. Sem querer, Marina começa a comparar as atitudes de Victor com as d
O olhar tenso de Sávio denuncia sua inquietação. Ele não está disposto a deixar o assunto morrer até descobrir quem está interferindo em seu relacionamento.— Fala logo, Mari! — exige, com a voz mais alta do que pretendia. — Quem está tentando destruir a nossa paz?Marina o encara com o coração acelerado pelo estresse do momento. Quer o acalmar, mas sabe que qualquer palavra errada pode inflamar ainda mais a situação.— Fala baixo, Sávio — pede, quase em um sussurro. — Meus pais podem ouvir.— Então diz logo! — insiste ele, impaciente, os olhos fixos nos dela procuram por respostas claras e diretas.Marina suspira, tentando encontrar as palavras certas. Não quer contar que foi Victor que disse aquilo, mas também não queria que aquele clima ficasse entre os dois.— Olha, eu acredito em você, já disse isso. Possivelmente foi um mal-entendido. Quem me falou sobre isso provavelmente se confundiu — diz, tentando convencer não só a ele, mas também a si mesma. — Eu mesma vou esclarecer tudo,
Em casa, Victor se senta à mesa para o jantar com a família. Todos estão presentes, exceto Xavier.Rodrigo observa o irmão com um olhar cheio de questionamentos, notando que Victor parece um pouco mais relaxado, mas opta por não dizer nada. Em vez disso, se volta para a mãe que come em silêncio.— Onde está o papai? — pergunta curioso.Joana decide responder rapidamente, como se fosse a resposta mais natural do mundo:— Ele disse que teria uma reunião com alguns investidores esta noite, então chegará tarde.Victor lança um olhar estreito para a mãe. Sabe que ela está mentindo e não entende como ela consegue agir com tanta naturalidade, como se a verdade não importasse, mas decide deixar esse pensamento de lado. O alívio de saber que a amante de seu pai não era Marina torna aquele problema menor, quase insignificante.— Xavier trabalha muito — comenta Valentina, tentando suavizar o clima.— Sim, ele não pensa em se aposentar tão cedo — responde Joana, assumindo uma postura mais leve. —