Acreditam nas desculpas de Sávio?
O olhar tenso de Sávio denuncia sua inquietação. Ele não está disposto a deixar o assunto morrer até descobrir quem está interferindo em seu relacionamento.— Fala logo, Mari! — exige, com a voz mais alta do que pretendia. — Quem está tentando destruir a nossa paz?Marina o encara com o coração acelerado pelo estresse do momento. Quer o acalmar, mas sabe que qualquer palavra errada pode inflamar ainda mais a situação.— Fala baixo, Sávio — pede, quase em um sussurro. — Meus pais podem ouvir.— Então diz logo! — insiste ele, impaciente, os olhos fixos nos dela procuram por respostas claras e diretas.Marina suspira, tentando encontrar as palavras certas. Não quer contar que foi Victor que disse aquilo, mas também não queria que aquele clima ficasse entre os dois.— Olha, eu acredito em você, já disse isso. Possivelmente foi um mal-entendido. Quem me falou sobre isso provavelmente se confundiu — diz, tentando convencer não só a ele, mas também a si mesma. — Eu mesma vou esclarecer tudo,
Em casa, Victor se senta à mesa para o jantar com a família. Todos estão presentes, exceto Xavier.Rodrigo observa o irmão com um olhar cheio de questionamentos, notando que Victor parece um pouco mais relaxado, mas opta por não dizer nada. Em vez disso, se volta para a mãe que come em silêncio.— Onde está o papai? — pergunta curioso.Joana decide responder rapidamente, como se fosse a resposta mais natural do mundo:— Ele disse que teria uma reunião com alguns investidores esta noite, então chegará tarde.Victor lança um olhar estreito para a mãe. Sabe que ela está mentindo e não entende como ela consegue agir com tanta naturalidade, como se a verdade não importasse, mas decide deixar esse pensamento de lado. O alívio de saber que a amante de seu pai não era Marina torna aquele problema menor, quase insignificante.— Xavier trabalha muito — comenta Valentina, tentando suavizar o clima.— Sim, ele não pensa em se aposentar tão cedo — responde Joana, assumindo uma postura mais leve. —
Sem paciência, Victor sai do quarto, sentindo a necessidade de procurar um lugar onde pudesse, ao menos, tentar respirar fundo. Ele caminha em direção ao jardim da casa, onde a brisa fresca da noite acaricia seu rosto e o céu estrelado se abre acima dele, oferecendo uma tranquilidade que contrasta violentamente com o redemoinho em sua mente.Ele se senta em um banco, enquanto seus olhos vagam pelas estrelas, mas seus pensamentos permanecem presos em Marina. A imagem dela continua a dançar em sua mente, misturada à frustração que cresce a cada segundo. “O que ela está fazendo agora?”, se pergunta, incapaz de afastar as inquietações. Ele não sabe por que Marina o perturba tanto, mas há uma certeza incômoda que o consome: ele não quer que ela continue com o namorado.Fechando os olhos, tenta afastar os pensamentos, forçando-se a concentrar em qualquer outra coisa. A noite já avança e todos em casa estão dormindo. Justo quando sente seu corpo começar a relaxar, ele ouve o som suave do moto
Na padaria pela manhã, Marina toma o seu café costumeiro, tentando aproveitar um momento de tranquilidade antes de enfrentar mais um dia de trabalho. De repente, Sávio chega e a cumprimenta com um beijo carinhoso.— Bom dia, amor — diz ele, com o tom apaixonado.— Bom dia — responde Marina, esboçando um sorriso discreto.Sávio se senta ao lado dela e a observa.— Vim te buscar para te levar ao trabalho — anuncia, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.Ela o encara em silêncio por alguns segundos. Por dentro, sente uma mistura de gratidão e desconforto.— Não precisa fazer isso — responde calmamente.Atento às expressões dela, sorri levemente, mas suas próximas palavras, ainda que ditas em tom suave, carregam um peso implícito.— Claro que preciso, senão corro o risco daquele seu chefe idiota aparecer por aqui.Mesmo percebendo o veneno escondido na fala do namorado, Marina decide ignorar para evitar uma discussão. Antes que ela possa dizer alguma coisa, Daniela se aproxima com um
Marina entra no elevador com passos apressados, mas assim que as portas se fecham, o nervosismo que vinha segurando se transforma em um aperto esmagador. O silêncio do elevador intensifica os pensamentos confusos que começam a circular em sua mente, tornando a sensação de desconforto ainda mais intensa. Ela tenta respirar fundo, mas a imagem de Katrina e Victor tão próximos não sai de sua cabeça.Quando chega ao seu andar, ela caminha pelos corredores com a cabeça baixa, evitando o olhar de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, desesperada para chegar à sua sala. Ao entrar, fecha a porta atrás de si e, com um suspiro pesado, se senta à mesa.Pressionando os dedos contra as têmporas, tenta acalmar a mente e entender o que está sentindo. Uma mistura de raiva, tristeza e frustração a domina, mas o que mais a assusta é o ciúme que não consegue ignorar. Por que se sentiu assim ao ver Victor e Katrina juntos?“Vocês não têm nada, Marina, além disso, é do Sávio que você gosta”, lembra a
As palavras de Marina o cortam como uma lâmina afiada. Victor sente o impacto profundo, embora sua expressão permaneça impassível. Por dentro, uma batalha silenciosa acontece, uma mistura de emoções que não consegue controlar, muito menos expressar. Ele quer dizer algo, quer reagir, mas as palavras perecem em sua garganta.O que poderia prometer a ela? Que terminasse com Sávio e, depois disso, ele a assumiria como namorada? Não. Victor sabia que não era esse tipo de homem.Nunca se envolveu em relacionamentos amorosos. As mulheres que entravam em sua vida eram passageiras, parte de um ciclo que ele mantinha para evitar laços emocionais. A mulher com quem ficou mais tempo permaneceu ao seu lado por duas semanas, o máximo que ele se permitiu. Esse comportamento fazia parte de sua rotina, um mecanismo que ele dominava com precisão. E agora, diante de Marina, tudo parecia mais complicado, mais profundo.Sem saber o que dizer, e sentindo que a conversa já havia chegado a um ponto irreversív
Andressa observa o carro de Sávio dobrar a esquina e se aproximar. Com um sorriso brincalhão, ela se levanta e lança um último olhar para Marina.— Lá vem seu namorado! Vou deixar vocês mais à vontade — comenta, ajeitando a bolsa no ombro. — Nos vemos no sábado, então?Marina sorri, sentindo-se levemente animada.— Combinado. Até lá.— Mal posso esperar para o fim de semana! — Andressa responde, com um brilho de empolgação nos olhos. Ela se despede e entra em casa.Quando entra em seu quarto, tira rapidamente a roupa que veste e entra no banheiro. Estava se sentindo cansada, havia várias coisas se passando em sua mente. Ao tomar um banho demorado, veste seu pijama e se deita na cama, ligando a televisão em busca de algo para assistir e se distrair. Enquanto procura por algo, pensa no momento que teve mais cedo com Xavier.A expressão séria no rosto dele indicava um conflito entre desejo e racionalidade. Ele segura suas mãos, entrelaçando seus dedos nos dela, enquanto seus olhos fixava
A semana se arrasta lentamente, e cada dia parece deixar um peso maior sobre os ombros de Marina. Desde a última conversa que tiveram em sua sala, ela e Victor não trocaram mais nenhuma palavra que não fosse sobre trabalho. Cada interação entre eles era formal, fria, como se um muro invisível tivesse sido erguido.Na sexta-feira à tarde, enquanto organizava algumas pastas sobre o novo caso em que Victor estava trabalhando, seu telefone toca e o identificador indica que é ele.— Sim, senhor Ferraz? — responde, com um tom profissional, ao atender.— Venha à minha sala. Agora mesmo — ele ordena, desligando logo em seguida, sem qualquer outro detalhe.Ela respira fundo, tentando se acalmar, antes de se levantar e caminhar em direção à sala dele. Seu coração b**e um pouco mais rápido, não importava quantas vezes tivesse que encará-lo no ambiente de trabalho; sempre sentia uma tensão, um nervosismo silencioso ao estarem próximos.Ao chegar, b**e levemente na porta antes de abrir e entrar. As