Os dias passam e, a cada dia, Victor parece mais distante e ocupado. Marina mal consegue vê-lo no trabalho, já que ambos estão sobrecarregados com suas responsabilidades. Ela percebe que ele está sempre atarefado, envolvido em reuniões e viagens, tornando a comunicação entre eles ainda mais escassa.Por outro lado, sua rotina no escritório também começa a mudar. Havia recebido uma nova sala e uma assistente, algo que todos os advogados mais experientes no escritório possuem. O espaço é elegante e funcional, e a presença da assistente facilita o andamento de seus casos, permitindo que ela se concentre mais nas partes estratégicas.Embora as mudanças profissionais sejam positivas, a distância crescente entre ela e Victor começa a inquietá-la. Apesar de compreender a carga de trabalho de ambos, não pode evitar a sensação de que algo mudou entre eles.De repente, uma onda de insegurança toma conta de seu peito. É como se borboletas agitadas passeassem por seu estômago, mas em vez de uma s
Quando está prestes a sair do quarto, Marina é surpreendida pela entrada da mãe, carregando uma caixa grande que parece pesar tanto quanto a empolgação estampada em seu rosto.— Que bom que te encontrei acordada, Mari! — exclama Daniela, já atravessando a porta sem cerimônia. — Olha só o que comprei para você! — diz ela, abrindo a tampa da caixa com um brilho nos olhos.Apesar da pressa que a domina, Marina sente-se forçada a parar por um momento. A energia da mãe é quase contagiante. Ela se aproxima e olha para dentro da caixa. Seus olhos se deparam com um vestido branco, deslumbrante, todo de seda. Os detalhes delicados e o caimento perfeito são de tirar o fôlego.— Que lindo, mãe! — exclama, deixando escapar a surpresa que não consegue esconder.— Então, vista-o agora! Quero ver como você fica nele — insiste Daniela, quase como uma ordem mascarada por entusiasmo.Marina hesita.— Faço isso quando voltar, mãe. Estou indo ver o Victor agora — explica, tentando argumentar com suavidade
Ainda atordoada com as palavras dele, Marina o encara, como se buscasse alguma confirmação no brilho intenso dos olhos de Victor. Sua mente parece incapaz de processar o momento. As flores, o ambiente cuidadosamente decorado, a caixa elegante em suas mãos… e agora, aquela pergunta que fazia seu coração disparar.— Você… você está falando sério? — ela sussurra, com a voz trêmula, quase em um sussurro de incredulidade.Victor sorri, com uma expressão ansiosa e terna.— Nunca estive tão sério em toda a minha vida, Marina. Você é tudo o que quero, tudo o que eu preciso. Então, por favor… diga que sim.— Eu aceito — ela sussurra, emocionada, enquanto a primeira lágrima escorre pelo rosto. — É claro que aceito.Aliviado por ouvir uma resposta positiva, Victor sorri e a felicidade inunda sua feição. Lentamente, ele retira o anel da luxuosa caixa e, com mãos firmes, mas delicadas, desliza o anel no dedo dela.Marina observa o brilho da joia sob as luzes, mas nada ofusca o calor que sente ao o
Quando a luz da manhã invade o quarto, um pequeno feixe de sol atinge o rosto de Marina, despertando-a suavemente. Ao abrir os olhos, ela se depara com Victor a encarando, seu olhar leve e apaixonado está fixo nela.— O que está fazendo? — ela pergunta, passando a mão pelo rosto, temendo que pudesse estar com algo sujo.— Estou admirando a sua beleza — ele confessa, com um sorriso sincero.— Para com isso — pede, constrangida, enquanto cobre o rosto com o lençol.— Estou falando sério, loirinha. Você é linda de um jeito que me deixa sem palavras — ele insiste, ainda sorrindo. — Fico imaginando como seriam nossos filhos se herdassem a sua beleza.— Filhos? — ela repete, surpresa com o comentário repentino.— Isso mesmo. Teremos filhos, não teremos? — ele pergunta, como se já visualizasse o futuro.— Claro que sim — ela responde, suavizando a expressão do rosto. — Mas não tenho planos para agora — acrescenta, com honestidade.— Que bom, porque eu também não — ele explica, pegando a mão
— Um mês?A voz de Rodrigo ecoa pelo escritório, carregada de incredulidade, enquanto ele encara o irmão, que está parado à sua frente, com uma expressão de quem não entende a reação exagerada.— Não sei por que tanto alarde. Eu já havia dito que iria pedir a loirinha em casamento — comenta Victor, revirando os olhos diante da atitude do irmão, que parece desesperado.— Sei que você iria pedir, mas isso não significava que já planejariam se casar tão rápido! — explica Rodrigo, ainda tentando digerir a notícia. — Eu e a Valen estamos noivos há tanto tempo e nem pensamos em marcar a data do casamento. E vocês já estão prontos para subir ao altar assim, de uma hora para outra?Victor suspira, cruzando os braços.— O problema é que você e a Valen já vivem como marido e mulher há anos, por isso não têm pressa em oficializar nada. Comigo e a loirinha, é diferente. Quero fazer as coisas do jeito certo.Rodrigo levanta as sobrancelhas, intrigado.— Fazer as coisas do jeito certo? O que você q
Enquanto estão no quarto do noivo, organizando as malas para a viagem, o som da campainha ecoa pela casa, interrompendo a conversa tranquila entre eles.— Quem será? — Victor pergunta, franzindo a testa em surpresa enquanto olha para Marina.— Não faço ideia… Você está esperando alguém? — ela responde, largando um vestido que dobrava.— Bem… O Rodrigo mencionou que talvez viesse com a Valen mais tarde, mas pode ser que tenham decidido aparecer mais cedo.— Vou dar uma olhadinha — diz ela com um leve sorriso, saindo do quarto. Seus passos descem suavemente pelos degraus da escada, enquanto a curiosidade começa a se formar em sua mente.Ao abrir a porta, se depara com Joana, parada ali com sua postura altiva e um olhar enigmático que parece analisá-la dos pés à cabeça antes de dizer qualquer palavra. A elegância e frieza da mulher criam uma atmosfera pesada, que a deixa ligeiramente desconcertada.— Onde está o meu filho? — Joana pergunta, com a voz firme e direta, sem qualquer indício
Ao ver Joana Ferraz sair da casa do filho mais novo, o motorista abre prontamente a porta do carro para que ela entre.— Vá direto para casa — ordena, com o tom seco e decidido, enquanto tira o celular da bolsa com certa pressa, os dedos firmes discam um número que ela havia decorado como se fosse parte de si, já que não podia gravá-lo na memória de seu celular.Após alguns toques, a voz de Xavier Ferraz atende do outro lado da linha, num tom de expectativa.— Como foi, querida? Conseguiu convencê-lo? — pergunta, com a ansiedade claramente transparecendo em sua voz.Suspirando pesado, o olhar dela se fixa na paisagem que passava pela janela, enquanto o carro acelerava.— Ainda não sei ao certo, Xavier — responde, misturando um pouco de frustração e determinação. — Mas estou preparando o terreno. Você sabe que o Victor é muito desconfiado. Ele está tão cego por aquela garota que será mais difícil do que eu imaginava.— Isso não importa, no final, nada disso valerá a pena — afirma Xavier
O brilho das luzes de Nova York ofusca a visão de Marina assim que ela e Victor desembarcam do táxi em frente ao hotel. O local é deslumbrante, com uma fachada imponente decorada com milhares de luzes que piscam em tons dourados e prateados, anunciando que o Ano Novo está prestes a chegar. Marina segura a mão de Victor com firmeza, enquanto seus olhos percorrem o cenário à sua volta.— Não acredito que estou aqui — ela murmura, maravilhada.Victor sorri, orgulhoso da surpresa que preparou.— Isso é só o começo, loirinha. Quero que essa virada de ano seja inesquecível para nós dois.No hotel, o luxo é ainda mais evidente. Lustres de cristal iluminam o saguão, e uma grande árvore-de-natal ainda permanece decorada, com presentes fictícios debaixo dela. Marina observa cada detalhe com um sorriso no rosto, sentindo-se em um sonho. Victor faz o check-in rapidamente, e logo ambos são conduzidos até a cobertura.— Prepare-se — diz ele, abrindo a porta do quarto com um gesto teatral.Assim que