Os familiares de vocês também chegam em suas casas abrindo os armários?
Balançando a cabeça, claramente irritado com a situação, Victor responde:— Não sei. Eu só fui direto com ela, como sempre faço — admite, com um tom defensivo.A fala do irmão deixa Rodrigo preocupado. Ele sabia que Victor tinha muitas qualidades, mas ser cuidadoso ao medir as palavras definitivamente não era uma delas.— Me fala, Victor, como você começou a conversa? — questiona, cruzando os braços, já antecipando uma resposta problemática.— Eu simplesmente disse a ela para abandonar o caso, pois iria perder — declara, como se fosse algo natural.Rodrigo arregala os olhos, incrédulo.— Assim? Sem introdução? Sem preparar o terreno? — pergunta, espantado.Visivelmente incomodado, Victor rebate.— Eu disse que fui direto, você não entendeu? — retruca, irritado.Rodrigo solta uma risada breve, mas sem humor, balançando a cabeça em descrença.— Pelo amor de Deus, Victor, se você começou a conversa desse jeito mesmo, não tem como não ficar do lado da Marina. — Ele aponta para o irmão, en
Desde que chegou da casa de uma das testemunhas que a auxiliaria no caso de Dona Valquíria, Marina sente um vazio crescente no peito. Ela entra no quarto, liga o notebook e mergulha nos detalhes do caso, analisando cuidadosamente as informações e as declarações das testemunhas. No entanto, mesmo com o foco no trabalho, um sentimento de medo começa a dominar seus pensamentos.As palavras de Victor ecoam em sua mente, trazendo uma insegurança que ela não quis admitir na frente dele. Saber que Victor, com toda a sua experiência, nunca havia perdido um caso era uma pressão silenciosa que a fazia questionar suas próprias capacidades. “E se eu não conseguir defender Dona Valquíria corretamente?”, ela pensa, com o coração apertado. Apesar disso, decide seguir em frente. Ela sabe que precisa fazer o que é necessário, mesmo que o medo persista.Após horas diante da tela do computador, sente a cabeça pesada e decide fazer uma pausa para comer algo. Caminhando pela casa, ao passar pelo quarto da
Ainda abraçada ao namorado, Marina confessa, num sussurro suave:— Não esperava que viesse até aqui hoje.Victor se afasta um pouco, apenas o suficiente para encontrar o olhar dela, então seus lábios esboçam um sorriso leve.— Acha mesmo que eu conseguiria ficar longe de você? — pergunta ele, com uma sinceridade que aquece o seu coração. — Ainda mais após nos afastarmos daquele jeito pela manhã.Marina sente um nó na garganta ao ouvir as palavras dele. Ela sabia que ambos tinham muito para resolver, mas o simples fato de ele estar ali, fazendo questão de consertar as coisas, fazia toda a diferença.— Eu também não queria que fosse assim — admite, com um brilho nos olhos que mistura emoção e alívio. — Não gosto de ficar distante de você, Victor.Ele toca suavemente o rosto dela, enxugando os vestígios de lágrimas com o polegar.— E eu não gosto de te ver chateada, loirinha. Vamos dar um jeito nisso, eu tenho certeza — sugere, num tom reconfortante.Marina assente, sentindo que, apesar
Os dias se passam, e Victor e Marina encontram um equilíbrio delicado em sua convivência. Decidiram, mutuamente, evitar falar sobre trabalho, conscientes de que o confronto iminente no tribunal seria inevitável. Cada um respeitava o espaço do outro, buscando preservar o relacionamento em meio à tensão crescente.Apesar da aparente harmonia, ambos sabiam que a sombra do caso pairava sobre eles. O fato de Dona Valquíria ter rejeitado a proposta de acordo sugerida pela AgroTech apenas intensificava o peso da situação. Victor entendia que, para seu cliente, o acordo teria sido uma saída estratégica, mas também sabia que a rejeição era um reflexo da determinação de Dona Valquíria — uma qualidade que Marina parecia compartilhar.Com o passar dos dias, o caso de Xavier também começava a tomar um rumo mais sombrio. Após semanas de especulações e falhas em comparecer para prestar depoimento, ele desapareceu completamente, levando as autoridades a declará-lo oficialmente como um foragido da just
As palavras dele atingem-na como uma onda de calor, dissipando qualquer sombra de insegurança que ainda pudesse carregar. Seus olhos brilham com a emoção, e ela sente que, naquele instante, tudo o que importava no mundo estava ali, diante dela, na forma do homem que tanto amava.— Isso foi lindo — diz ela, com a voz suave e emocionada. Seu coração parecia correr em disparada, acelerado pelo impacto das palavras que ouviu.Victor sorri, claramente apaixonado.— Lindo é tudo o que estou vivendo com você — rebate, antes de inclinar-se para beijá-la.Enquanto a beija, a segura com firmeza, suas mãos envolvem-na com uma intensidade que fazia parecer que ele queria fundir suas almas naquele momento. O aperto em sua cintura, a forma como seus corpos se conectavam, transmitiam mais do que desejo; era como se ele quisesse que Marina sentisse o quanto ela significava para ele, cada emoção, cada batida do seu coração.Marina, completamente entregue, entrelaça os braços ao redor do pescoço dele,
Mesmo após o contratempo de uma rapidinha clássica, os dois finalmente chegam à praia. Sob um guarda-sol, Victor relaxa com um copo de água de coco gelada, misturada com um toque de rum premium. Enquanto observa Marina ao longe. Ela caminha pela areia, filmando a paisagem ao redor, provavelmente para mostrar aos pais o lugar deslumbrante onde estava.Ele a observa com atenção, admirando sua alegria genuína. O sorriso dela parecia iluminar tudo ao redor, e sente o coração se aquecer. “Como tive tanta sorte?” pensa, enquanto percebe o quanto Marina, com sua inocência e sinceridade, era alguém por quem valia a pena lutar. Ela não apenas fazia parte de sua vida; ela fazia com que ele quisesse ser melhor a cada dia.Enquanto Victor observa Marina, seu semblante tranquilo se transforma em alerta ao notar um homem sem camisa, exibindo uma tatuagem de leão nas costas, caminhando em direção a ela. O desconhecido tem uma expressão de quem claramente possui segundas intenções.O homem para próxi
No domingo, Victor decidiu aproveitar o último dia do fim de semana para surpreender Marina mais uma vez. Ele a levou para um passeio de barco pela Baía de Guanabara, um cenário que mesclava o brilho do sol com a brisa refrescante do mar. Marina, deslumbrada com a vista do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor ao longe, sentiu-se como em um sonho.— Você realmente pensa em tudo, não é? — comenta, sorrindo enquanto observa o reflexo das águas cristalinas.— Quando se trata de você, loirinha, cada detalhe importa — responde, com um tom que a faz corar levemente.Depois do passeio, ele a levou para um almoço em um restaurante flutuante, onde o cardápio era repleto de frutos-do-mar frescos. A experiência era única e inesquecível, com o balanço suave do barco ao fundo e o som das águas os cercando.Enquanto Marina degustava uma taça de vinho branco gelado, ela observava Victor. A forma como ele planejou tudo com cuidado e fazia questão de vê-la feliz tornava aquele momento ainda mais especial
A semana passa em meio à correria, e, por conta das exigências do trabalho, Victor e Marina não conseguem se encontrar. Ambos sentem a saudade crescendo a cada dia, mas entendem que precisam priorizar suas obrigações, ainda que o desejo de estarem juntos torne tudo mais difícil. O dia do julgamento de Dona Valquíria contra a AgroTech finalmente chega. Antes de entrarem na sala do tribunal, Marina e Victor trocam mensagens breves, mas significativas.“Boa sorte, loirinha. Mostre o quanto é brilhante.”“Boa sorte, Victor. Espero que consiga lidar com minha determinação.”Ambos sorriem ao ler as respostas, cientes de que, apesar do amor que sentiam um pelo outro, naquele momento eram adversários.Na sala do tribunal, o clima é tenso e cheio de expectativas. O juiz toma seu lugar e o julgamento tem início. O advogado da AgroTech, Victor Ferraz, assume a postura séria e confiante pela qual é conhecido, enquanto Marina, apesar de ser sua estreia no tribunal, exibe uma postura firme, irradi