Camilla Cooper— Olha só quem está me ligando. — Sorri, ouvindo sua voz. — Lembrou que tem uma amiga, vaca?Lorena mudou tanto seu linguajar desde que conheceu Ronaldo. Antes falavam em inglês tão perfeito que até eu que sou americana me irritava.— Lorena, eu… estou gravida.O outro lado da linha fica em silêncio, sinto meus olhos marejados e fecho com força.— Camille… Meu Deus! — Sua respiração fica falha. — Ronaldo do céu! — Grita. — Ai, desculpa, Camille, não vou contar para ele agora. Ou posso?! Caralho, vou ser tia. — xinga em português.Abro meus olhos e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Não quero chorar e nem deveria.— Estou grávida de verdade. — Olho para a porta. — Hoje que descobri.— É claro que está grávida de verdade, você não é louca de me pregar uma peça. — Sinto a sensação boa voltar novamente. — Desculpe perguntar, mas quem é o pai?— O Gael, a gente…Lorena grita e preciso afasta o celular da orelha.— Amo aquele homem! — Comemora. — Nunca me decepciona
Gael StoneFoi fácil desviar todas as conversas sobre mim e variar perguntas com respostas fazendo com que falem mais deles. Lido com pessoas constantemente e como não posso dizer a minha profissão, foi preciso tirar o máximo possível da atenção sobre a minha vida. Não tem para onde correr, mas preferem fazer perguntas inconvenientes para Camille em vez de me deixar constrangido. Alguma coisa aconteceu e não quero ser chato pressioná-la a contar, não gosto do seu silêncio.Os sorrisos não têm sido mais constante, quando chegamos Camille estava tão empolgada e agora não quer que seus pais saiba sobre a gravidez. Queria ter ficado ao seu lado, seu pai tinha outros planos, cedi em fazer as vontades do meu sogro. E deixei com o que ganhasse no jogo de cartas, ele não é tão bom quanto parece. Os outros que são ruins e não haviam ganhado dele nos últimos anos, não seria eu que cheguei agora que quebraria esse record. Seria uma atenção a mais que Camille e eu não queremos.— Acho que cresceu
Gael Stone.— Impressão sua. — Respondo, passando o braço pelos ombros de Camille. — Estamos indo tomar café, imagino que esteja indo também.Ela sorri gentilmente. Sempre sendo tão legal e gentil, a falsidade dessa mulher grita.— Estou esperando meu marido que foi acorda a minha mais nova. — Ri. — Sabe como é os filhos. — Suspira alisando sua barriga. — Oh, não sei se tem filhos, Gael. Talvez em relacionamentos passados.Camille passa a mão pelo rosto, só faltando bufar.— Não, Lara. — Me limito a falar. — Percebi que não é muito de falar sobre você. — Me olha com intensidade, analisando meu rosto. É seu jeito de advogada de ser. — É um homem com presença, trabalha com o que mesmo?Havia dito que era da área de entretenimento, não especifiquei nada. E ela sabe, os seus olhos estavam em mim o tempo todo. Apenas em busca de um momento para me desmascarar.— Não está em um tribunal, Lara. — Camille finalmente olha para sua irmã. — Por que não procure nada mais útil para fazer?É nítid
Gael StoneVejo que a família de Camile e eu temos uma visão completamente diferente dela, porque quando nos conhecemos Camille não tinha nada a perder. Se eu fizesse algo que ela não gostasse poderia se levantar e ir embora sem problema algum, mostrando o lado que se fizesse com a sua família poderia ser considerada a ovelha negra.Ela sabe o que quer e não aceitaria menos. Camille é uma mulher independente, dona do seu próprio negócio, tem a sua casa própria e podendo viajar quando quiser. Não arriscará perder tudo que tem, a liberdade que tem por um homem qualquer.Com a sua família, a Camille acaba vivendo uma realidade completamente diferente, tendo que ouvir coisas que não gosta justamente para não ser considerada a ovelha negra da família se rebater cada um deles. Tem a pressão da irmã nova chata dela, a família em si já é grande e parece que contam com a Camille para aumentar mais ainda.Querem que a Camille vive sorrindo e pulando de alegria quando é eles que suga toda a ener
Gael Stone— Você falou o que?! — Camille ergue as suas mãos no ar apertando os seus dedos como se estivesse estrangulando alguém. Coloco a mão no meu pescoço e dou um passo para trás, sentindo a minha garganta secar a cada segundo. Como uma mulher tão pequena comparada a mim consegue colocar tanto medo? Depois que comprovei que realmente sou o dono da SMTHO para meu sogro e claro para Benício, me apressei em procurar Camille quanto antes. Ela precisa ficar ciente dessas novas informações, Bruno iria falar com a filha com certeza. — Camille, tenta entender…— Entender o que Gael? Me diz! Porque não há motivo algum para você ter aberto a tua boca e falar do que é o dono da SMTHO.Ah, nisso eu teria que discordar dela. Benício falava como se estivesse propriedade sobre Camille, como ela queria que eu ficasse quieto e ouvisse as barbaridades que saia daquela boca? Ok, ainda não contei sobre ele ter sentimentos por ela. Contei tudo que aconteceu, mas Camille só está focando no problema.
Camille CooperA minha vontade de estar na casa de campo da minha família acabou depois da minha conversa com Lara no quarto. Naquela hora passei a conhecer uma versão da minha irmã que muitos conheciam, mas comigo e tenho certeza que com os nossos pais ela não é. O final de semana acabou, no domingo meus familiares começaram a ir embora cedo porque a minha prima e seu marido tinham um voo para pegar ainda naquele dia. Na volta para casa, Gael e eu passamos na clínica do Dr. Hudson para fazer o exame e começar o acompanhamento do nosso bebê. Foi agoniante esperar os dias passarem para ter o resultado dos exames. No dia seguinte, Gael precisou fazer uma viagem de negócios descobri que era para ele ter ido nesse final de semana, mas decidiu ficar comigo e minha família. Me sentir culpada, porque parece que as coisas não estão boas com esses clientes.Gael me chamou para ir com ele, considerei muito ir, mas precisava de um tempinho para mim. Porém, não fiquei sozinha. Lorena estava na
Camille CooperInfelizmente minha amiga precisou ir embora, afinal Lorena tem a família dela para cuidar. Esses dois dias com ela foi maravilhoso, conversar com ela é sempre bom. Minha vida pode estar bem agitada agora, mas a troca que a gente tem independente da fase que estamos em nossa vida é bom demais. Lorena sempre me procura quando quer conversar ou precisa de algo e sei que posso contar com ela. Somos irmãs, mas de mães diferentes. Independente do que aconteça, podemos contar uma com a outra.Gael chega 2 horas depois que Lorena vai embora. Estou sentada em meu sofá assistindo a programa qualquer na televisão. Na televisão que Gael me deu mesmo que tenha recusado. Hoje ainda vamos pega o resultado dos exames e falar com a médica. Ergo meu pescoço olhando para a porta, quando ouço o barulho da maçaneta.Gael aparece, o belo homem de 32 anos parece ter envelhecido durante esses dias fora. O cansaço é nítido e me preocupo. Ele tira o seu sobretudo, colocando no suporte perto da
Camille CooperPoderia até me questionar se ele tem algum conhecido no prédio ou comprou algum apartamento, mas as atitudes de Gael estão suspeitas de mais. Nosso carro passa despercebido pelo Gregório que entra no prédio em passos firmes. Gael passa a mão pelo cabelo nervoso e pega o celular novamente. Estou invisível aqui? — Gael, o que está acontecendo?— Gregório está movendo uma ação contra mim na justiça sem sucesso. — Responde digitando no celular. — Desde aquele incidente na SMTHO, vem tentando conversar com você, mas tenho intervindo. Sabia que alguma coisa estava acontecendo e sentia que Gregório não ficaria quieto, mas me envolver? Por quê? Aquele filho da mãe gritou comigo, foi sem educação e não contato com ele novamente, é algo que não quero. Foi um desastre o último encontro, mas pelo menos me livrei dele. Pensei haver me livrado. Gael me olha e responde à pergunta que não foi feita.— Quer que você testemunhe a favor dele, Gregório não citou seu nome como uma das pos