Camille CooperÉ difícil de imaginar várias pessoas entrando na minha frente e tirando fotos de mim para fazer alguma matéria que poderia ser uma completa mentira. Esse pensamento tem me dominado esses dias, faz semanas e Gael não está legal pelo que aconteceu naquele dia no restaurante. Até hoje noto aquele olhar distante e frio. Não gosto de vê-lo assim, mas conversar sobre o assunto não é uma opção. Gael não quer falar. Sento no sofá com um pacote de biscoito em mãos. — Qual série assisto… Vejo meu celular tocar em cima da mesinha de centro. Choramingo, deixando o meu pacote de biscoito de lado e pegando o aparelho.— Adivinha quantos meses de gravidez a sua irmã preferida está fazendo? — Lara pergunta sem me dar a chance de cumprimentá-la. — Seis meses! Rápido, não é? — Ri.Ela não me deu chance para responder.— Sim, passou muito rápido. — pego mais um biscoito para comer. — Está bem animada.— Sim! Aí, irmã, tenho ultimamente estado mais família do que antes. — ouço o seu sus
Camille CooperA voz da minha mãe é como uma vibração que percorre todo meu corpo até as minhas espinhas.— Lara deveria ter ficado…— Por que não me contou antes? Estivemos aí e você escondeu essa informação impotentíssima. — Ela começa a falar sem parar. — Por que não nos apresentou ele, menina? Camille Cooper, esse homem é casado e você é amante?! Foi preciso afastar o celular da orelha de tanto que minha mãe gritava. Gael pega o celular da mão, entro em desespero e ergo meu corpo, esticando minha mão na tentativa de pega meu celular de volta. Gael prende suas pernas em volta de mim, me impedindo de levantar.— Olá, Sra. Cooper. — Gael a cumprimenta. — Hum, Sra. Cooper?— Coloca no viva-voz. — Cochicho com ele.Gael não me prende mais entre suas pernas, estou debruçada sobre o seu colo, ambos com olhar fixo no meu celular em sua mão.— Mãe? — A chamo.Estava silencioso demais na outra linha.— Você ouviu o que eu ouvi? — ouço ela perguntar. — Sim, me parecia a voz de homem. — Meu
Gael StoneE não erro na escolha do vestido, Camille fica linda nele. Seu cabelo solto com as ondas naturais entrega mais a beleza dessa mulher. Ela passa por mim com o nariz empinada e me ignorando, tecnicamente não a chamei de gorda. Claro que reparei em seu corpo, não tem como não reparar, procuro ficar atento a tudo sobre ela.Algo que foi se tornando natural para mim. No carro, Camille canta uma música aleatória que toca na rádio. Ela está diferente desde que nos conhecemos e não é só seu corpo, antes era muita correria e se saindo bem em tudo, parecia que sempre estava faltando algo. E ela não sabia o porquê. O sorriso tem sido mais constante e gosto, porque estou constantemente com ela.Droga! Sei que as coisas estão tomando um rumo que talvez não deveria, mas paro e penso: por que não? E esse “por que não?” tem me causado e tirado muita dor de cabeça.Gregório está movendo uma ação contra mim na justiça, alegando abuso de poder e demissão sem motivo, e uma das que ele quer us
Gael StoneEstou pronto para dar um belo sermão nela quando Dr. Hudson dá uma tosse fingida chamando a nossa atenção. Por hora deixo passar, mas Camille terá que me ouvir mais tarde.— É bom saber que a senhorita está se sentindo melhor. — Caminha pelo quarto, parando no pé da cama. Ele sorri para Camille, que logo retribui o sorriso. — Fizemos alguns exames, mas será preciso fazer outros assim que possível. O sorriso de Camille some, olho para ele ansiando que as próximas palavras saem logo da sua boca. Se ela está doente, por que ele não me falou antes? Deveria ter me contado para prepará-la do melhor jeito possível. Droga! Estávamos indo encontrar com a família dela minutos atrás e agora em vez da grande notícia ser eu como seu namorado, teremos que contar que Camille está doente? Não! Ela não pode estar doente.Quero a opinião de outro médico! Passará por todos e será curada. Não há dúvidas disso. Meu Deus, por favor… Sinto o calor de sua mão na minha, olho para baixo vendo que
Camille CooperFaço o exercício de respiração que Gael me ensinou a cada 10 minutos. Marisa havia ensinado a ele o que fazia frequentemente antes de subir ao palco no teatro. O exercício faz com que não deixe que os meus pensamentos me dominem, mesmo tendo ele ao meu lado e podendo conversar a qualquer momento, essa parte de respirar faz com que não surte.Estou gravida!Muito animada com a notícia, o que faz com que eu capriche no exercício de respiração.Lembro que o doutor falou sobre eu ter fortes emoções, não quero que nada saia errado a partir de agora.— Dr Hudson é um médico particular da sua família? — Não acho que ele seja apenas o médico, senti que tem algo a mais acontecendo e confesso que estou curiosa para saber.Gael mexe os ombros, desconfortável.— Ele e minha mãe… — É tão nítido o seu desconforto. — Se conhecem profundamente.— Hum, como a gente?— É. — Sua resposta é seca. — Desculpe, Camille, é que… não gosto de falar sobre esse assunto. Para falar a verdade, não é
Camille Cooper Quando foi que Gael errou? Não me lembro. Me salvou de ficar pelada em uma boate quando fiquei bêbada, me ajudou quando comecei a me perder e nos tirou daquele restaurante antes que aquelas pessoas pudessem nos ver. Sempre procurando estar um passo à frente. Automaticamente acaba levando a minha mão a barriga e logo abaixo. Gael beija minha testa e se afasta quando Bruno o chama para jogar cartas com os outros.— Que partidão, hein?! — Uma prima diz.— Não é? — Minha tia se estica toda para continuar olhando o Gael que está do lado de fora com os outros. — Que homem bonito!— Bonito é pouco! — Outra fala.Me sinto incomodada por tantos elogios para Gael.— Dá para vocês pararem de ficar assediando o meu genro? — Íris as olha. — Temos que terminar essa comida logo ou não terá jantar.Elas voltam a cozinhar. As crianças corriam pela casa e de vez em outra algum adulto chamava a atenção delas. Corto as verduras para fazer a salada.— Camille, querida, já tem planos de ter
Camilla Cooper— Olha só quem está me ligando. — Sorri, ouvindo sua voz. — Lembrou que tem uma amiga, vaca?Lorena mudou tanto seu linguajar desde que conheceu Ronaldo. Antes falavam em inglês tão perfeito que até eu que sou americana me irritava.— Lorena, eu… estou gravida.O outro lado da linha fica em silêncio, sinto meus olhos marejados e fecho com força.— Camille… Meu Deus! — Sua respiração fica falha. — Ronaldo do céu! — Grita. — Ai, desculpa, Camille, não vou contar para ele agora. Ou posso?! Caralho, vou ser tia. — xinga em português.Abro meus olhos e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Não quero chorar e nem deveria.— Estou grávida de verdade. — Olho para a porta. — Hoje que descobri.— É claro que está grávida de verdade, você não é louca de me pregar uma peça. — Sinto a sensação boa voltar novamente. — Desculpe perguntar, mas quem é o pai?— O Gael, a gente…Lorena grita e preciso afasta o celular da orelha.— Amo aquele homem! — Comemora. — Nunca me decepciona
Gael StoneFoi fácil desviar todas as conversas sobre mim e variar perguntas com respostas fazendo com que falem mais deles. Lido com pessoas constantemente e como não posso dizer a minha profissão, foi preciso tirar o máximo possível da atenção sobre a minha vida. Não tem para onde correr, mas preferem fazer perguntas inconvenientes para Camille em vez de me deixar constrangido. Alguma coisa aconteceu e não quero ser chato pressioná-la a contar, não gosto do seu silêncio.Os sorrisos não têm sido mais constante, quando chegamos Camille estava tão empolgada e agora não quer que seus pais saiba sobre a gravidez. Queria ter ficado ao seu lado, seu pai tinha outros planos, cedi em fazer as vontades do meu sogro. E deixei com o que ganhasse no jogo de cartas, ele não é tão bom quanto parece. Os outros que são ruins e não haviam ganhado dele nos últimos anos, não seria eu que cheguei agora que quebraria esse record. Seria uma atenção a mais que Camille e eu não queremos.— Acho que cresceu