LuanOlho pro despertador. Já era hora de levantar, eu já não aguento mais ter que ficar com esse negócio nas minhas costas, me prendendo o tempo todo. Fui pro banho e depois coloquei a minha roupa de trabalho. Eu queria poder ficar em casa como uns pessoa normal depois de sofrer um acidente, mas segundo o meu pai eu já estou bem demais e agora também estou afastado da faculdade até eu cumprir a minha pena no centro, serão seis meses.Fui pra sala de jantar, todo mundo ficou me olhando.— Bom dia filho. — minha mãe falou e me deu um beijo na bochecha.— Bom dia mãe. — dei um leve sorriso.Me sentei a mesa e tomei o meu café, todo mundo ainda estável em silêncio. Parece realmente que eu matei alguém, ou então que eu fui preso por tráfico, como se eu fosse a pior pessoa do mundo.Depois do café fiquei esperando o meu pai do lado de fora de casa, porque além de eu não ter mais a minha carteira de motorista, eu também não tenho carro.Meu pai destrancou o carro e eu entrei,
EmmaE lá estava eu, com aquele garoto insuportável, tendo que aguentar ele, mais um dia.Além de tudo hoje a Cris ainda disse que eu teria que ser sua tutora durante os seis meses que ele tem que cumprir a pena.Era só o que me faltava mesmo. Nem desinformar um bolo ele sabe. — Não. — ele respondeu. — Vou te ensinar. — falei e ele fez uma cara de surpreso. Ele que vá achando que vai ter moleza comigo, vai ter que aprender a fazer as coisas. Me agachei e tirei o bolo do forno, coloquei ele em cima do balcão. — Não sabia que você era... — ele disse me olhando. — Boleira? — perguntei sem entender o que ele queria dizer. — É, se é que você é isso. — ele diz. — Sou confeiteira. — falei e olhei pra ele que estava me olhando. Desviei o olhar. — Ata. — ele disse. — Tá vendo essa bacia, coloca água nela, não muita. — falei aprontando pra bacia do outro lado do balcão. Ele legou ela encheu de água e me entregou. — Eu sempre faço isso, enquanto eu peço pra elas esperar
LuanLá estava eu, cortando carne, outra vez usando touca e avental.Isso o é muito humilhante. To começando achar que era melhor eu ir pra prisão mesmo. — O que é pra fazer com isso? — pergunto pra Emma. Pega pegou a bacia e colocou a carne dentro de uma panela de pressão. — O que mais você faz aqui? — perguntei e ela me encarou. Ela estava quieta desde quando eu cheguei, falou o básico comigo. — Tudo. Ela faz de tudo. — Hanna surgiu na cozinha colocando um avental. — Você veio. — Emma disse e deu um leve sorriso. É, o problema sou eu mesmo! — Oi Hanna. — falei e ela acenou pra mim sorrindo. — O que eu faço? — Hanna perguntou. — Pode colocar o arroz e feijão nas marmitas pra mim, o frango já tá pronto. — Emma disse. Lavei a louça ser dizer nada, a cozinha estava quieta, depois chegou mais algumas meninas e começaram a montar as marmitas. — Coloca as marmitas nas caixas por favor. — Emma me disse e eu apenas fiz que sim com a cabaça. Ela é meio bipolar, nã
Emma— Querida me passa a manteiga. — meu pai pede.Entreguei a manteiga pra ele. Já estava quase na hora de sair de casa pra ir pra faculdade, ontem além de dar aula no centro fiz mais bolos. Hoje tem marmita e tem que montar o mural das crianças e deixar tudo o mais arrumado possível. — Sábado vai ter aquela festa das crianças? — meu pai perguntou. — Vai sim, a gente vai terminar as coisas hoje. — eu falei. Minha mãe ficou me encarando, depois levantou da mesa sem dizer nada. Eu e a Hanna fomos pegar nossas coisas e então saímos de casa pra ir pro ponto de ônibus. — Ah, eu tenho uma coisa pra te contar. — falei e ela me olhou. — O que? — perguntou toda curiosa. — A mãe do Luan pediu meu número e é encomendou um bolo comigo. — falei e ela fez uma cara de choque. — Sério? Como ela soube que você faz bolo? — Ele comprou o bolo que eu fiz terça feira, acho que ela gostou e acabou pedindo o meu número. — Que tipo de bolo você vai fazer? — Um bolo de noivado, mas
Luan— A primeira festa de criança a gente bunda esquece. — Hanna disse.Eu já estava no centro ajudando a montar o mural pra tal festa das crianças que vai acontecer amanhã.O meu dia foi tranquilo, foi o de sempre, de casa para o trabalho, do trabalho para o almoço, do almoço para o trabalho outra vez e do trabalho pro centro a diferença é quer hoje eu decidi ir a pé com as meninas e Emma não gostou muito de me ver, eu acabei descobrindo que ela mentiu pra mim, que ela não é lésbica, que na verdade essa foi apenas uma desculpa pra não ficar comigo na festa em que nos conhecemos.Parei pra me perguntar, eu acho que ela não gosta muito de mim desde esse dia. Talvez seja porque eu tenha insistido em ficar com ela e por isso ela achou que eu só a deixaria em paz se ela inventasse uma mentira. O que funcionou, mas eu não ia insistir depois dela dizer não.— Eu juro que eu vou ficar chateado se alguma criança me chamar de tio amanhã. — falei e todo mundo riu.— Então não ven
EmmaOs bolos já estavam prontos.— Tempo record. — Hanna disse feliz.— Nossa de verdade. — falei sorrindo.— Já podemos começar a nos arrumar? — ela perguntou.— Acho que sim. — falei.Meus pais haviam saído depois da minha pequena discussão com a minha mãe mais cedo. Ela não gosta da mãe do Giu, por ela sempre ter nos apoiado, por ter feito mais por mim do que a minha própria mãe, por as vezes me estender os braços e entender o luto, mesmo o dela sendo maior do que o meu.Comecei a procurar uma roupa.— Não sei o que usar. — falei.— Sendo roupa, já serve. — Hanna disse e eu joguei uma almofada nela.— Idiota. — falei e ela riu.— Porquê você não usa aquele macacão novo? — ela disse.— Aquele colorido? — perguntei.— É. — ela respondeu.— Não é meio depravado é uma festa de criança? — perguntei.— Tu é criança? É a mãe da criança? Não é. Então vai ficar lindo. — ela disse e me fez rir.— Você tem horas que é uma péssima amiga. — disse e ela jogou a almofada de volta.
HannaA música tocando alto. Olho para fora do vidro e vejo a cada grande. Do meu lado a minha melhor amiga, na frente Luan, filho do meu chefe e Enzo o seu melhor amigo.Como eu vim parar aqui?Eu não sei por onde eu começo. Começo como eu conheci a minha melhor amiga?Acho que esse é um bom começo.Flashback onOlho pela janela do meu quarto. Já são 06:12 da manhã. Eu já estava me arrumando pra ir para a escola. 08° ano não é para os fracos.Vejo Yago passar na porta do meu quarto.— Hanna? — ouço a sua voz baixa perguntar.— Oi o que foi? — perguntei abrindo a porta.— As nossas mães ainda não acordaram. — ele disse.— Tudo bem, se arrume, vou fazer o nosso café. — falei pra ele que apenas balançou a cabeça em afirmação. Ele foi pro quarto dele. Arrumei a minha cama e então fui pra cozinha, coloquei a água no fogo e fui fazer nosso pão do jeito que nossas mães sempre fazem. É legal ter duas mães, as vezes as pessoas ficam nos zoando, mas eu não ligo, minhas mães são
LuanEmma estava linda.Radiante, usando um macacão ou vestido aquarelado, ele tem um recorte abaixo do peito e um decote em V, que valorizava muito ela. Ela se virou de costas e deu pra ver os detalhes do macacão, ele também tinha um decote em V nas costas e os cortes na cintura.Fui caminhando até elas. Hanna também estava muito bonita, ela estava usando um vestido preto justo com um detalhe na lateral mostrando uma parte da sua cintura. — Olha só. — cheguei falando. Emma me olhou e deu um sorriso, sem mostrar os dentes é claro. — Nossa você tá bonito, só falta ficar calado o dia todo calado pra melhorar. — ela disse e Hanna e Enzo deram risada. Olha só ela me elogiou. Logo depois me insultou, mas ela me elogiou e agora vou focar nas coisas boas que ela fala sobre mim. — Não dá pra elogiar normal? — perguntei rindo. — Não. — Hanna disse rindo. — Ei eu disse que você estava bonito. — ela disse e deu uma batidinha no meu ombro. — Claro que disse, e me insultou lo