Clarice olhou friamente para Sterling. — Sim, ela não é “outra pessoa”. Ela é sua mulher. Eu é que sou a intrusa aqui! Depois de dizer isso, virou-se e saiu, sem querer prolongar a conversa. Se continuasse, talvez perdesse o controle e acabasse partindo para cima dele. Sterling havia ultrapassado todos os limites do descaramento! Sterling estreitou os olhos com uma expressão sombria, visivelmente irritado. — Clarice, você tem o coração menor que a ponta de uma agulha! Para Sterling, Teresa não era “outra pessoa”. Ela era sua cunhada, esposa de seu irmão mais velho, uma integrante legítima da família Davis, cujo nome estava até registrado na árvore genealógica do clã. Ela fazia parte da família, e ponto final. Clarice parou de andar e, sem se virar, respondeu com uma voz firme: — Já que você acha que sou inferior à sua querida cunhada, assine logo os papéis do divórcio. Assim, cada um segue sua vida, e nunca mais nos atrapalhamos. Sterling era o pior tipo de homem: recus
Clarice provocava Teresa de propósito, e Sterling ainda a apoiava! Onde ela iria enfiar a cara depois disso? Vendo Teresa cambalear de raiva, Sterling estreitou os olhos e falou com calma: — Eu já prometi muitas coisas a ela, mas nem todas eu cumpri. Agora você está grávida, então cuide das suas emoções. Não fique se descontrolando, isso não é bom para o bebê. Assim que ouviu isso, Teresa, que estava prestes a chorar, segurou as lágrimas no mesmo instante. Como mágica, seu rosto se transformou em um sorriso radiante. — Tudo bem! Vou manter um bom humor! — Respondeu Teresa, animada. Mas, no fundo, ela sabia que seu humor dependia inteiramente da atenção e do tratamento que Sterling dava a ela. Claro que ela jamais teria coragem de admitir isso em voz alta. — Volte para o escritório. Preciso falar com Clarice a sós. — Você não vai mesmo para o escritório? Vamos juntos, vai! — Teresa ergueu o rosto, olhando para ele com expectativa. Sterling raramente recusava algo que ela p
— Sra. Clarice, você está me ouvindo? Clarice despertou de seus pensamentos e respondeu rapidamente. Desligou o telefone, pegou a bolsa e saiu apressada. Quando chegou à porta, deu de cara com Sterling e Teresa entrando. Fingiu não vê-los e passou direto, sem nem olhar para o lado. — Clarice, para onde você está indo? — Apesar de Clarice não querer confusão, Teresa parecia determinada a não deixá-la em paz. Clarice parou, virou-se devagar e encarou Teresa com um olhar frio. — Vou ao hospital. Ela tentou várias vezes, mas ainda não conseguiu dizer a Sterling sobre o medicamento experimental. Talvez fosse melhor tentar outras alternativas antes de recorrer a ele. Só depois de esgotar todas as possibilidades. No passado, Sterling teria sido a primeira pessoa em quem ela pensaria para pedir ajuda. Mas algumas coisas haviam mudado. Sterling franziu a testa ao ouvir aquilo. Ele se lembrou do que Isaac havia mencionado antes: a avó de Clarice precisava urgentemente de um medic
Clarice ouviu aquelas palavras e, finalmente, não conseguiu mais segurar as lágrimas. Elas caíram sem controle enquanto ela falava: — Eu disse que tinha algo urgente, e mesmo assim ela insistiu em me segurar aqui! Minha avó está na emergência, lutando pela vida, e você ainda quer que eu fique aqui “me comunicando bem” com ela? Sterling, se você está tão preocupado com os sentimentos dela, então não a deixe trabalhar! Afinal, você pode sustentá-la muito bem, não pode? O rosto de Sterling ficou rígido. Ele realmente não fazia ideia de que a avó de Clarice estava na emergência. — Sr. Sterling, agora já posso ir? Estou com medo de que, se demorar mais, não consiga me despedir da minha avó! — Clarice limpou rapidamente as lágrimas, empurrou Sterling com força para o lado, abriu a porta e saiu sem olhar para trás. Do lado de fora, Teresa estava parada perto da porta, ainda decidindo se deveria bater ou não. Quando Clarice abriu a porta de repente, Teresa deu um pulo de susto. Antes q
— Isaac, você não precisa defender seu chefe! Sei muito bem como ele me trata! — A voz de Clarice era fria, sem qualquer emoção.Se Sterling realmente tivesse mandado Isaac investigar a situação da avó dela, ele deveria saber que a senhora sofria constantes desmaios. Mas Sterling nunca mencionou nada sobre algum novo medicamento especial. Ficava claro que era Isaac quem inventava essas desculpas.— E, além disso, entre o Sr. Sterling e a Sra. Teresa... Isaac mal tinha começado a frase quando a voz irritada de Sterling cortou o ar:— Vai dirigir logo, para de falar besteira! E traz a Clarice aqui agora!Isaac percebeu que não tinha como continuar defendendo Sterling. Clarice, ao notar a expressão frustrada de Isaac, deu um leve sorriso.— A relação do Sterling com a Teresa... Não sou só eu que sei, Isaac. Todo mundo em Londa sabe! Não adianta você querer limpar a barra dele.Sterling, sentado no banco do motorista, lançou um olhar na direção de Clarice. Ela... Estava sorrindo para Isa
Por causa do Sterling, a raiva que ela sentia da confusão no escritório foi, pouco a pouco, desaparecendo.Às vezes, Clarice pensava que, na verdade, era uma pessoa fácil de agradar. Bastava que Sterling demonstrasse um pouco de sinceridade, só um pouco, e ela já estaria satisfeita. Mas o problema era que ele sequer tinha coração para dar a ela... Quanto mais sinceridade!Vendo-a tão calada, Sterling desviava o olhar para ela de tempos em tempos. Sempre que via o reflexo daquela expressão serena no vidro do carro, sentia uma tranquilidade estranha, quase inexplicável. Ele sabia muito bem que não amava Clarice, mas gostava da sensação de paz que a presença dela trazia. Era como se, ao lado dela, o tempo desacelerasse. Tinham se casado há apenas três anos, mas já parecia que dividiam a vida como um casal veterano de décadas.Sabendo que Clarice estava com pressa, Sterling acelerou o carro. Não demorou muito para que chegassem ao hospital. Assim que o carro parou, Clarice se despediu ap
— Não... — Clarice desviou o olhar, completamente desconcertada.Não precisava nem tentar seduzir Sterling para acabar exausta na cama. Se resolvesse mesmo seduzi-lo... Talvez ficasse dias sem conseguir se levantar.O médico lançou um olhar rápido para o homem ao lado dela. Grupo Davis... Sterling Davis... Ele era o presidente daquele conglomerado e, momentos atrás, a havia chamado de “Sra. Davis”. Os dois eram casados? Se Clarice tinha um marido como aquele, por que ele ainda estava ali se preocupando por ela?Depois de refletir por um instante, o médico suspirou e disse, com uma expressão séria:— Vou deixar vocês. Sra. Clarice, faça o possível para conseguir o medicamento experimental o quanto antes. Isso vai ajudar muito no estado da sua avó.Uma mulher idosa, com a saúde já debilitada, não aguentaria continuar entrando e saindo da emergência por muito tempo. O novo remédio poderia poupar a senhora de muito sofrimento.— Sim, eu entendi. Obrigada, doutor. E desculpe pelo incômodo.
Naquele momento, ela sentiu uma leve expectativa pelo que a noite poderia trazer.— Certo! — Sterling respondeu, esticando a mão para tocar de leve na ponta do nariz dela. — Vá para o quarto e fique com sua avó. Eu vou voltar para a empresa.Clarice quis dizer que, nos últimos dias, quando a avó estava lúcida, ela sempre perguntava sobre o genro. Queria saber quando teria a chance de conhecê-lo. Três anos de casamento, e Sterling nunca havia se apresentado à avó pessoalmente, nem mesmo uma única vez.Após hesitar por um longo tempo, Clarice finalmente reuniu coragem para falar:— Sterling, você pode...Mas sua frase foi cortada pelo toque repentino do celular.Sterling pegou o telefone do bolso, e Clarice viu claramente o nome “Teresa” aparecer na tela. No mesmo instante, toda a expectativa e esperança que ela sentia se despedaçaram em sua mente. Aquela história de três pessoas nunca poderia ter um final feliz.— Deite-se e descanse um pouco. Estou indo agora mesmo. — A voz urgente de