Rita deu um leve sorriso antes de dizer: — As famílias Baptista e Azevedo são perfeitamente compatíveis. Meu encontro com o Simão era algo natural. Mesmo que ela não tivesse ido ao encontro com Simão, acabaria conhecendo outra pessoa em um contexto parecido. Depois de passar a noite com Simão, ela tinha uma boa impressão dele. Achava que ele era um homem agradável e, até agora, estava satisfeita com o que havia visto. Callum, por outro lado, permaneceu em silêncio, bebendo seu vinho. Ele sabia que Rita estava certa. Nas famílias como as deles, os casamentos sempre precisavam ser baseados em alianças entre famílias de status semelhante. Já a família Fonseca, de Teresa, estava em decadência há muito tempo. Além disso, Teresa era viúva, o que tornava tudo ainda mais difícil. Callum e Teresa nunca poderiam ficar juntos. Aquela constatação apertava o peito de Callum. Ele sentia uma dor silenciosa enquanto bebia. Rita percebeu que ele estava bebendo de forma introspectiva, sem
O homem respondeu rapidamente à mensagem:[Vou ligar para meu pai para perguntar quando ele tem tempo, e depois te aviso.]Rita segurava o celular, passando os dedos pelas palavras na tela, sentindo-se tranquila. Responder a cada pergunta, dar retorno. Talvez fosse isso o segredo de um bom relacionamento.…Simão teve um trabalho enorme para colocar Jaqueline no carro. Assim que se acomodou no banco do motorista, recebeu a mensagem de Rita. Ele olhou para o retrovisor, onde o rosto da mulher no banco de trás estava refletido, e rapidamente digitou uma resposta.Quanto mais forte e estável fosse sua relação com Rita, mais seguro seria para a mulher no banco traseiro. Simão não amava Jaqueline. Ele nunca pensara em se casar com ela, mas queria mantê-la ao seu lado para sempre. Se precisasse de um motivo para justificar isso, talvez fosse o fato de não suportar que o coração dela pertencesse a Asher.Depois de enviar a mensagem, Simão ligou para sua mãe.— Simão, a essa hora? Aconteceu a
Clarice apertou os lábios e disse: — O Grupo Davis tem os melhores advogados. Se nos divorciarmos, eles vão garantir que você mantenha todos os seus bens. Clarice só queria se divorciar o mais rápido possível. Quanto ao que receberia ou se sairia de mãos vazias, ela realmente não se importava. — Clarice, e se eu dissesse que estou disposto a termos um filho? Você ficaria? Continuaria como minha esposa? — Sterling sentiu um aperto no peito só de imaginar Villa Serenidade sem a presença de Clarice. No passado, Túlio sempre dizia que ele e Clarice deveriam ter um filho. Mas Sterling nunca achou que estivesse preparado para passar a vida inteira com ela. Ter um filho, na sua visão, seria apenas condenar a criança a uma vida infeliz. O maior medo de Sterling era se tornar como o pai, alguém ausente e irresponsável. Ele não queria ser o tipo de homem que arruinaria a vida de um filho. Mas agora, com Clarice tão determinada a se divorciar, ele começou a pensar que, talvez, um filh
Ao pensar nisso, Teresa não teve outra escolha a não ser sair da cama para pegar o celular do chão. Por sorte, o aparelho não havia quebrado e ainda funcionava. Depois de hesitar por alguns segundos, ela digitou o número de Callum. Callum atendeu praticamente no primeiro toque. — Teresa, a essa hora? Aconteceu alguma coisa? — A voz dele carregava uma leve preocupação. — Eu só não consigo dormir e queria conversar um pouco. Você está ocupado? — Teresa suavizou a voz de propósito, quase como um sussurro. — O que poderia me impedir de falar com você? — Callum respondeu com um tom quase de reprovação. — Teresa, por que você ainda fala comigo como se fôssemos estranhos? — Eu lembro que você comentou que sua mãe estava tentando arranjar um casamento para você. Achei que vocês já estivessem morando juntos. Não queria atrapalhar. — A voz de Teresa carregava um tom de brincadeira, mas, por dentro, ela fervia de raiva. Ela amava um homem que nunca foi dela, enquanto outro a amava,
— Eu sei que o Sterling não está aí com você, porque ele acabou de vir me procurar. Neste exato momento, ele está no banho! — A voz de Teresa carregava um tom de provocação e, mesmo pelo celular, era possível sentir a satisfação que ela exalava. Clarice arqueou as sobrancelhas, um sorriso frio surgindo em seus lábios. — Sterling acabou de voltar para casa. Como é que ele pode estar aí com você? Teresa, admita logo: o homem que ele ama sou eu, não você! Era apenas um jogo de palavras provocadoras, e Clarice sabia que Teresa não resistiria. Quanto ao paradeiro de Sterling, ela realmente não se importava mais. O rosto de Teresa ficou sombrio de raiva. Suas unhas cravaram na palma da mão com tanta força que quase machucaram a pele. Não era amanhã que Sterling e Clarice deveriam se divorciar? Como poderiam ainda estar na mesma casa? Será que Callum havia mentido para ela? Será que eles nunca chegaram a discutir o divórcio de verdade? — Se ele não me ama, por que ele trocou todas
— Clarice, estou grávida. Você precisa se divorciar do Sterling o quanto antes, senão, quando a criança nascer, vai crescer sem pai. Que crueldade seria! — A voz chorosa da mulher ecoava pelo telefone.Clarice Preston apertou as têmporas com os dedos, o rosto impassível enquanto respondia com frieza:— Teresa, quer dizer mais alguma coisa? Fale logo, assim eu gravo tudo de uma vez. Vai ser útil no processo de divórcio para eu pegar mais dinheiro dele.— Clarice, sua desgraçada! Está gravando?! — Teresa gritou, furiosa, antes de desligar abruptamente.O som do telefone mudo ficou no ar. Clarice abaixou o olhar para o teste de gravidez que segurava nas mãos. As palavras "quatro semanas" saltavam da folha como se estivessem em negrito. Aquilo parecia um golpe, mas, ao mesmo tempo, uma chance de redenção.Ela havia planejado contar a Sterling sobre a gravidez naquela mesma noite, mas agora sabia que isso era desnecessário. A decisão já estava tomada: aquele filho, apesar de vir em um momen
Clarice olhou para o homem que havia falado. Era Callum Martinez, amigo de infância de Sterling. A família Martinez era uma das mais tradicionais de Londa, e Callum sempre desprezara Clarice por sua origem humilde. Contudo, aquele típico playboy arrogante não passava de uma ferramenta nas mãos de Teresa, constantemente usado por ela para atacá-la.Pensando nisso, Clarice esboçou um leve sorriso. Seus lábios vermelhos se moveram com delicadeza, e sua voz soou suave:— A senhora Teresa de quem você fala é a esposa legítima do irmão mais velho do Sterling. Se alguém ouvir o que você acabou de dizer, pode acabar pensando que existe algo... Inapropriado entre eles.Callum havia falado de propósito para irritá-la, mas Clarice não via necessidade de poupar Sterling na frente de seus amigos. Ela o amava, sim, mas não ao ponto de aceitar humilhações.Teresa, que até então parecia satisfeita, imediatamente apertou os punhos ao ouvir aquelas palavras. Uma expressão sombria passou rapidamente por
— Você não disse que alguém queria te matar? Só liguei para confirmar se você já morreu. — A voz do homem era carregada de sarcasmo. Clarice apertou o celular com força, respondendo palavra por palavra: — Eu sou dura na queda. Não vou morrer tão fácil! Assim que terminou de falar, desligou a ligação e bloqueou o número de Sterling em um movimento rápido e decidido. …Na suíte VIP de um hospital pertencente ao Grupo Davis, Teresa estava deitada na cama. Sua pele parecia pálida demais, quase translúcida, como se uma brisa pudesse derrubá-la. Sterling estava encostado em uma das paredes, segurando o celular. Seu rosto estava impassível, difícil de ler. Teresa, nervosa, tentou medir suas palavras: — Sterling, a Clarice está bem? Ele guardou o celular no bolso, sem mudar a expressão: — Ela está bem. Por dentro, Teresa amaldiçoava Clarice, mas manteve a voz doce e preocupada: — Você deveria ir para casa ficar com ela. Aqui tem médicos e enfermeiros, não precisa se preoc