Sterling se aproximou e percebeu que havia algo errado com Clarice. Ele se sentou na beira da cama, inclinou-se e tocou sua testa. Estava coberta de suor, mas sem febre. — Clarice, o que aconteceu? Onde está doendo? — Perguntou ele, arqueando a sobrancelha. Há pouco, quando desceu, ela estava perfeitamente bem. Como, de repente, havia ficado assim? Clarice ouviu a voz dele e, instintivamente, se aconchegou em seu peito. Sua voz saiu fraca, quase suplicante: — Sterling, minha barriga... Está doendo muito. Quero ir ao hospital. — Vou te levar agora. — Sterling respondeu prontamente, pegando-a no colo e levantando-se para sair. De repente, Clarice despertou do torpor. Seus olhos se arregalaram de pânico, e ela disse, apressada: — Me coloca no chão! Eu não quero ir ao hospital! Se fosse ao hospital, sua gravidez seria descoberta, e ela sabia que Sterling jamais permitiria que ela mantivesse o bebê. Isso estava fora de questão! Sterling franziu o cenho. Vendo-a suando de d
Clarice assentiu rapidamente, quase sem pensar: — Sim, não dói mais. Tudo o que ela queria naquele momento era que Sterling fosse embora. Mesmo que a dor estivesse insuportável, ela jamais admitiria. Sterling apertou os lábios, inclinou-se e a colocou no chão. — Volte para o quarto sozinha. Eu estou indo. Sem mais palavras, ele virou-se e saiu. Clarice observou o homem se afastar e, assim que ele desapareceu de vista, levou a mão à barriga. Sussurrou com carinho: — Fica calminho, bebê. Mamãe já vai te levar ao hospital. Catarina saiu de seu quarto e, ao ver Clarice no corredor, apressou-se em sua direção, visivelmente preocupada: — Sra. Clarice, você está bem? Clarice respirou fundo, tentando disfarçar a dor, e balançou a cabeça. — Estou bem. Mas o rosto pálido e a expressão de sofrimento dela contavam outra história. Catarina insistiu: — Tem certeza? Você não parece nada bem. Clarice balançou a cabeça novamente. — Estou bem, mas preciso sair agora. Se o S
“Sterling, esse moleque ingrato, trata a esposa melhor do que trata a própria mãe!” Virgínia pensou consigo mesma, cheia de amargura. Mas, claro, ela jamais diria isso a Teresa. — Ele realmente disse isso? — Teresa sentiu uma pontada no peito, como se o coração tivesse sido apertado. Seus olhos se arregalaram, incrédulos. “Não! Sterling não pode estar apaixonado por Clarice! E mesmo que esteja, eu nunca vou permitir que fiquem juntos!” Teresa pensava, a respiração acelerada. — Disse, sim. — Respondeu Virgínia, sem paciência. — Agora já está tarde. Vá descansar. Virgínia não queria continuar a conversa. Antes que Teresa pudesse responder, desligou o telefone. Enquanto guardava o celular, Virgínia começou a refletir sobre o comportamento de Teresa. Ela está interessada demais na vida do Sterling. Isso não me parece certo... Será que...Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Não queria seguir por aquele caminho. …Do outro lado da linha, Teresa ficou furiosa. Jogou
Nesse momento, Jaqueline despertou repentinamente, dando de cara com um par de olhos cheios de ódio. Seu corpo reagiu antes mesmo de sua mente processar, e ela gritou a plenos pulmões:— Socorro! Alguém ajuda!O homem, pego de surpresa, não teve tempo de abafar o grito dela. Ao perceber que seu plano havia falhado, ele calculou rapidamente suas opções e fugiu pela porta em disparada. Na pressa, deixou cair no chão uma seringa e uma agulha.Jaqueline olhou para os objetos no chão, e algo em sua mente clicou. Sem pensar duas vezes, correu até Clarice e arrancou a agulha do soro presa à mão dela.Clarice, que havia acabado de acordar, observou a cena com um olhar confuso.— Jaqueline... O que foi?Jaqueline apanhou a seringa e a agulha do chão, virou-se para Clarice e explicou:— Aquele homem que entrou agora injetou alguma coisa no seu soro. Não importa o que seja, é melhor não correr riscos. Vamos mandar isso para análise antes de continuar com a medicação.Jaqueline havia crescido test
Asher sorriu levemente e se virou para sair. Jaqueline seguiu logo atrás dele. Os dois deixaram o quarto, mas, de repente, Asher parou abruptamente e girou nos calcanhares. Jaqueline, distraída, quase esbarrou nele. Com um breve suspiro, ela conseguiu frear a tempo. Respirou fundo, tentando recuperar a compostura, e levantou os olhos para encarar Asher. — Sr. Asher, o senhor tem algo a me dizer? — Perguntou ela, num tom direto. — Estou investigando o que aconteceu esta noite. Além disso, coloquei alguém para seguir Clarinha. Se vocês enfrentarem qualquer situação perigosa, gritem por ajuda. Alguém estará por perto para protegê-las. — Respondeu Asher, com a testa franzida e uma expressão séria. Por pouco Clarice não se machucou hoje, e ele sabia que, se isso tivesse acontecido, jamais se perdoaria. Jaqueline rapidamente compreendeu o que ele queria dizer. Era evidente que ele já havia ordenado que alguém protegesse Clarice em segredo. Caso contrário, ele não teria aparecido t
— Olá, o número para o qual você ligou está desligado... Ao ouvir a mensagem automática no celular, o rosto de Sterling ficou sombrio. Clarice achava mesmo que desligar o celular seria suficiente para ele não encontrá-la? Poucos minutos depois, Sterling se levantou e foi até o closet. Ele trocou de roupa rapidamente, pegou o celular e saiu do quarto. Isaac acabara de se deitar para dormir quando recebeu a ligação do chefe. Sem outra alternativa, ele suspirou, levantou-se, vestiu-se e saiu de casa. Ao entrar no carro, ele resolveu tentar ligar para Clarice. O resultado foi o mesmo: celular desligado. Um mau pressentimento tomou conta de Isaac. Ele sabia que algo ruim estava prestes a acontecer naquela noite. …No quarto do hospital, Clarice segurava o relatório da solução intravenosa que haviam tentado aplicar nela. Seu rosto estava sério, os olhos gelados — iguais aos de Sterling. Não havia dúvidas de que eram mesmo marido e mulher. Jaqueline estava furiosa e gritava, i
Ao ver que todo o braço estava inchado, Teresa quase desmaiou de medo. Ela havia sido picada por uma cobra? Será que ia morrer? Teresa não teve coragem de continuar pensando nisso. Com as mãos trêmulas, pegou o celular e começou a ligar para Sterling. Uma vez, duas vezes, três vezes… Ela insistiu mais de dez vezes, mas ele não atendia. A cabeça começou a rodar, e Teresa temeu que, se desmaiasse, nunca mais acordaria. Desesperada, continuou tentando ligar para Sterling, enquanto murmurava baixinho para si mesma: — Sterling, atende logo esse celular! Se não atender, eu vou morrer! Finalmente, a voz de Sterling, impaciente, surgiu no outro lado da linha: — O que foi agora? — Sterling, eu fui espancada e jogada no meio do nada. Agora há pouco, alguma coisa me picou na mão, e meu braço inteiro está inchado. Por favor, venha me buscar! — Teresa falou rapidamente. No final, sua língua parecia pesada, e as palavras saíram embaralhadas. Do outro lado da linha, Sterling hesitou
No quarto do hospital, não havia sinais de luta ou resistência. Ou Teresa conhecia a pessoa e foi de boa vontade, ou então eram profissionais, como seguranças, que agiram rápido para imobilizá-la. Sterling franziu o cenho, mergulhado em pensamentos. …Enquanto isso, em outro quarto, Jaqueline estava inquieta, olhando para o celular a cada instante. Ela se perguntava por que ainda não tinha recebido notícias. Será que haviam sido descobertos? De repente, o som do celular a fez dar um salto. Ela atendeu rapidamente. — Não conseguimos encontrar a pessoa. Vamos devolver o adiantamento. — Eu não disse onde ela estava? Como assim não encontraram ninguém? — Jaqueline perguntou em um tom irritado. — Fomos até o quarto que você indicou. Não tinha ninguém, então saímos. — Ah, entendi. — Jaqueline respondeu, mas, por dentro, achava estranho. Será que Teresa havia recebido alta? Depois que a ligação foi encerrada, o dinheiro do adiantamento foi devolvido quase imediatamente. Jaqu