Nesse momento, Jaqueline despertou repentinamente, dando de cara com um par de olhos cheios de ódio. Seu corpo reagiu antes mesmo de sua mente processar, e ela gritou a plenos pulmões:— Socorro! Alguém ajuda!O homem, pego de surpresa, não teve tempo de abafar o grito dela. Ao perceber que seu plano havia falhado, ele calculou rapidamente suas opções e fugiu pela porta em disparada. Na pressa, deixou cair no chão uma seringa e uma agulha.Jaqueline olhou para os objetos no chão, e algo em sua mente clicou. Sem pensar duas vezes, correu até Clarice e arrancou a agulha do soro presa à mão dela.Clarice, que havia acabado de acordar, observou a cena com um olhar confuso.— Jaqueline... O que foi?Jaqueline apanhou a seringa e a agulha do chão, virou-se para Clarice e explicou:— Aquele homem que entrou agora injetou alguma coisa no seu soro. Não importa o que seja, é melhor não correr riscos. Vamos mandar isso para análise antes de continuar com a medicação.Jaqueline havia crescido test
Asher sorriu levemente e se virou para sair. Jaqueline seguiu logo atrás dele. Os dois deixaram o quarto, mas, de repente, Asher parou abruptamente e girou nos calcanhares. Jaqueline, distraída, quase esbarrou nele. Com um breve suspiro, ela conseguiu frear a tempo. Respirou fundo, tentando recuperar a compostura, e levantou os olhos para encarar Asher. — Sr. Asher, o senhor tem algo a me dizer? — Perguntou ela, num tom direto. — Estou investigando o que aconteceu esta noite. Além disso, coloquei alguém para seguir Clarinha. Se vocês enfrentarem qualquer situação perigosa, gritem por ajuda. Alguém estará por perto para protegê-las. — Respondeu Asher, com a testa franzida e uma expressão séria. Por pouco Clarice não se machucou hoje, e ele sabia que, se isso tivesse acontecido, jamais se perdoaria. Jaqueline rapidamente compreendeu o que ele queria dizer. Era evidente que ele já havia ordenado que alguém protegesse Clarice em segredo. Caso contrário, ele não teria aparecido t
— Olá, o número para o qual você ligou está desligado... Ao ouvir a mensagem automática no celular, o rosto de Sterling ficou sombrio. Clarice achava mesmo que desligar o celular seria suficiente para ele não encontrá-la? Poucos minutos depois, Sterling se levantou e foi até o closet. Ele trocou de roupa rapidamente, pegou o celular e saiu do quarto. Isaac acabara de se deitar para dormir quando recebeu a ligação do chefe. Sem outra alternativa, ele suspirou, levantou-se, vestiu-se e saiu de casa. Ao entrar no carro, ele resolveu tentar ligar para Clarice. O resultado foi o mesmo: celular desligado. Um mau pressentimento tomou conta de Isaac. Ele sabia que algo ruim estava prestes a acontecer naquela noite. …No quarto do hospital, Clarice segurava o relatório da solução intravenosa que haviam tentado aplicar nela. Seu rosto estava sério, os olhos gelados — iguais aos de Sterling. Não havia dúvidas de que eram mesmo marido e mulher. Jaqueline estava furiosa e gritava, i
Ao ver que todo o braço estava inchado, Teresa quase desmaiou de medo. Ela havia sido picada por uma cobra? Será que ia morrer? Teresa não teve coragem de continuar pensando nisso. Com as mãos trêmulas, pegou o celular e começou a ligar para Sterling. Uma vez, duas vezes, três vezes… Ela insistiu mais de dez vezes, mas ele não atendia. A cabeça começou a rodar, e Teresa temeu que, se desmaiasse, nunca mais acordaria. Desesperada, continuou tentando ligar para Sterling, enquanto murmurava baixinho para si mesma: — Sterling, atende logo esse celular! Se não atender, eu vou morrer! Finalmente, a voz de Sterling, impaciente, surgiu no outro lado da linha: — O que foi agora? — Sterling, eu fui espancada e jogada no meio do nada. Agora há pouco, alguma coisa me picou na mão, e meu braço inteiro está inchado. Por favor, venha me buscar! — Teresa falou rapidamente. No final, sua língua parecia pesada, e as palavras saíram embaralhadas. Do outro lado da linha, Sterling hesitou
No quarto do hospital, não havia sinais de luta ou resistência. Ou Teresa conhecia a pessoa e foi de boa vontade, ou então eram profissionais, como seguranças, que agiram rápido para imobilizá-la. Sterling franziu o cenho, mergulhado em pensamentos. …Enquanto isso, em outro quarto, Jaqueline estava inquieta, olhando para o celular a cada instante. Ela se perguntava por que ainda não tinha recebido notícias. Será que haviam sido descobertos? De repente, o som do celular a fez dar um salto. Ela atendeu rapidamente. — Não conseguimos encontrar a pessoa. Vamos devolver o adiantamento. — Eu não disse onde ela estava? Como assim não encontraram ninguém? — Jaqueline perguntou em um tom irritado. — Fomos até o quarto que você indicou. Não tinha ninguém, então saímos. — Ah, entendi. — Jaqueline respondeu, mas, por dentro, achava estranho. Será que Teresa havia recebido alta? Depois que a ligação foi encerrada, o dinheiro do adiantamento foi devolvido quase imediatamente. Jaqu
O homem estava parado na entrada, na penumbra, e seu rosto era difícil de enxergar por conta da luz de fundo. Mas a frieza emanando de sua presença era impossível de ignorar. Clarice não esperava que Sterling surgisse ali de repente e ficou imóvel por um momento. Jaqueline, instintivamente, apertou a mão de Clarice e sussurrou: — Clarinha, por que você não sai primeiro? Eu fico aqui e falo com ele! Clarice virou-se para ela, esboçando um leve sorriso. — Jaqueline, vá você. Não se preocupe comigo. Clarice havia pagado um preço alto para que Sterling deixasse o estúdio de Jaqueline em paz, sacrificando seu próprio corpo para isso. Ela jamais permitiria que algo acontecesse com o estúdio de Jaqueline. Jaqueline apertou ainda mais a mão dela e balançou a cabeça. Ela temia que, se saísse, Clarice fosse intimidada. Com ela presente, ao menos poderia ajudar. De repente, Clarice aproximou-se de Jaqueline e murmurou ao pé do ouvido: — Vá ao estacionamento e avise Asher para ir
— Clarice, por que você vomitou de novo? Está grávida? — Os olhos negros e profundos de Sterling fixaram-se no rosto dela, com um brilho afiado. Clarice respirou fundo, tentando esconder o nervosismo. Com uma expressão calma, respondeu: — Você está com o cheiro da Teresa. Só de sentir, me dá vontade de vomitar. Mesmo que não tivesse visto com os próprios olhos, Clarice sabia que Sterling havia passado a noite anterior com Teresa. Um homem que ficava tanto tempo com outra mulher, é claro que acabaria impregnado com o perfume dela. Sterling soltou uma risada fria. — E você acha que tem moral pra me criticar? Na cabeça dele, Clarice tinha passado a noite com Asher. Com que direito ela falava isso? — Sterling, por que você veio aqui, afinal? Se tem algo para dizer, fale logo. Vamos resolver isso e pronto. Eu preciso ir trabalhar, tenho uma audiência hoje de manhã. — Clarice tentou mudar de assunto, temendo que a conversa acabasse revelando sua gravidez. Sterling apertou os
Clarice ficou na ponta dos pés e começou a desfazer a gravata dele para refazê-la com cuidado. Quando se casou com Sterling, ela levou um bom tempo para aprender a fazer o nó da gravata corretamente. Durante uma época, todas as manhãs, ela fazia questão de ajeitar a gravata dele. Mas, com o tempo, ela percebeu que Sterling não a amava. Desde então, nunca mais havia feito esse gesto. Agora, ali na frente dele, refazendo o nó, ela não sentia nada. Nenhuma emoção. Talvez fosse porque realmente não o amava mais. Diante dele, sentia-se tranquila, sem qualquer abalo. Sterling abaixou os olhos e a observou. O rosto delicado dela, o nariz pequeno e perfeito, a expressão concentrada e dócil. Ela parecia a esposa ideal. Mas ele sabia que, por trás daquela aparência de inocência, havia algo profundamente provocante. Era o mesmo olhar que ela tinha quando estava deitada sob ele, como se fosse uma mistura de pureza e desejo, o que sempre o deixava louco, a ponto de querer morrer entre suas