Após um almoço repleto de confidências, Cecília se levantou primeiro.— Vou aproveitar esse tempo e ver meu pai. Ele tem tido bons dias ultimamente, quero aproveitar enquanto posso.Samara assentiu, compreendendo a necessidade da amiga.— Vá, Cecília. Você sabe que ele está recebendo os melhores cuidados agora.Cecília sorriu, emocionada.— E tudo graças a você e ao Dom Leonardo… Não sei como agradecer.Samara segurou a mão dela com carinho.— Não precisa agradecer. e pare de chama ele de Dom quando estamos em família ele já falou com você, Seu pai é sua família, e você é minha amiga.Cecília apertou a mão dela em resposta, antes de sair apressada para o quarto onde seu pai estava sendo cuidado.Assim que ficou sozinha, Samara sentiu o peso da manhã se abater sobre seu corpo. O encontro com as mulheres, a conversa com Cecília, a ansiedade pelo baile… tudo a deixara exausta. e a gravidez agora estava a exigindo um pouco mais.Decidiu que um pequeno descanso seria bem-vindo.Subiu para
Leonardo, Fellipo e Fernando vestiam trajes impecáveis, cada um carregando o peso da posição que ocupavam na máfia. Leonardo, como sempre, usava um terno preto sob medida, exalando poder e autoridade. Fellipo, com um olhar mais sério do que o habitual, ajeitava o relógio de pulso enquanto Fernando verificava os abotoados da camisa, ambos se preparando para o impacto que aquela noite teria.No andar de cima, Samara e Cecília desceram as escadas com elegância.Ao chegarem à sala, o ambiente pareceu silenciar por um instante.Os homens já as aguardavam, e assim que Leonardo ergueu os olhos para sua esposa, seu olhar escureceu de imediato.— Santo Deus… — Fernando murmurou, encarando as duas mulheres que tinha como irmãs seus amigos estavam ferrados no bom sentido logico.Fellipo ficou mudo. Apenas apertou os punhos ao ver Cecília daquela forma, tão deslumbrante e inalcançável.Leonardo, por sua vez, levou alguns segundos antes de se aproximar de Samara. Quando o fez, deslizou os olhos po
Assim que chegaram ao luxuoso salão onde o baile da máfia acontecia, todos os olhares se voltaram para eles. Leonardo e Samara eram os homenageados da noite, e isso significava que estariam cercados por pessoas o tempo todo. No entanto, na máfia, não existiam amigos—apenas aliados ou inimigos.Leonardo sabia disso melhor do que ninguém.Por isso, Fellipo, seu subchefe, e Fernando, seu comandante, estavam sempre próximos, atentos a qualquer movimento suspeito. Eles não estavam ali apenas como os de sua total confiança e seus braços direito e esquerdo, mas como sombras inseparáveis do Dom, garantindo que nada saísse do controle.Samara, por sua vez, sustentava a postura de rainha, elegante e confiante ao lado do marido. Seu vestido deslumbrante cintilava sob as luzes do salão, atraindo olhares admirados. Mas ela só se importava com um olhar em especial—o de Leonardo.E ele não a decepcionava.Durante toda a noite, enquanto conversavam com aliados e recebiam cumprimentos, Leonardo mantin
Assim que a dança terminou, Leonardo e Samara convidaram o Don americano e sua esposa para se juntarem à sua mesa. Como era esperado, o subchefe americano também acompanhou o casal, e Cecília, ainda levemente corada pela dança, sentou-se ao lado de Samara.A noite prosseguia animada. Cecília já havia dançado com Fernando, Leonardo e até mesmo com o Ministro da Itália, o que só reforçava sua elegância e presença marcante naquela noite.Foi quando os garçons começaram a servir o jantar que Fellipo finalmente apareceu.Seu semblante estava fechado, e ele parecia conter uma raiva silenciosa. Ele não disfarçava o incômodo de ver Cecília tão confortável e cheia de atenção.Aproveitando-se da posição discreta ao lado de Samara, ele se inclinou e sussurrou com a voz carregada de ressentimento:— Eu pensei que você gostasse de mim… sou tio do bebê seu amigo primeiro que ela Samara não se intimidou. Pelo contrário, virou o rosto na direção dele e respondeu, igualmente em tom baixo, mas sem per
No centro do salão, Cecília e o subchefe americano deslizavam pela pista de dança, movendo-se no ritmo da música animada. A iluminação suave e o ambiente requintado tornavam tudo ainda mais intenso.O americano era um exímio dançarino e conduzia Cecília com firmeza e destreza, suas mãos segurando a cintura dela de maneira segura, mas respeitosa. Cecília, por sua vez, riu, um pouco nervosa no início, mas logo se deixou levar pelo momento.— Você dança muito bem, Cecília. — Ele murmurou próximo ao ouvido dela, sua voz rouca e carregada de charme.Ela sorriu, sentindo um leve arrepio.— Você também. Quase parece que nasceu para isso.— Eu nasci para muitas coisas, ma belle. — Ele piscou para ela, intensificando o clima de flerte.Cecília riu, sentindo-se pela primeira vez em muito tempo… desejada. E o melhor? Ela gostava disso.De longe, Samara observava a cena, seu olhar malicioso encontrando o de Leonardo, que segurava um sorriso. Isabella, a esposa do Don americano, também acompanhava
Leonardo recostou-se no sofá de couro, girando lentamente o whisky no copo, seus olhos fixos em Samara e Cecília, que estavam animadas, relembrando cada detalhe do baile. e ficou feliz por elas pois ate pouco tempo elas não tinham essa liberdade e que bom que agora elas podem, daria o mundo pra Samara era só ela pedir.— E você viu a cara do Fellipo quando o subchefe americano levou a Cecília para dançar? — Samara perguntou, rindo baixinho, enquanto massageava os próprios pés doloridos.Cecília revirou os olhos, ainda corada com tudo o que havia acontecido.— Ele não tem o direito de agir assim! — resmungou, cruzando os braços. — Passa o tempo todo me ignorando, dizendo que não quer nada comigo, mas surta quando alguém me dá atenção não vou esquecer fácil o que ele me falou na cozinha.Fernando, que estava ao lado de Leonardo, soltou uma risada baixa e tomou um gole de sua bebida.— Mafioso é um bicho possessivo, Cecília. E o Fellipo… bem, ele não sabe lidar com o que sente e não sab
Na manhã seguinte, Leonardo se levantou cedo, deixando Samara dormindo tranquila. Ele vestiu um terno impecável, passou as mãos pelos cabelos e saiu do quarto com passos firmes, já com a mente focada na reunião com o Dom americano e seu Subchefe.Ao descer para o café da manhã, encontrou Fernando já sentado à mesa, saboreando seu espresso com calma. Fellipo, por outro lado, parecia um vulcão prestes a entrar em erupção. Ele mexia o café de maneira brusca e não parava de bater o pé no chão.— Dormiu bem, irmão? — Leonardo perguntou, servindo-se de café.— Como acha que eu dormi, Leonardo? — Fellipo respondeu com sarcasmo, sem encarar ninguém.Fernando segurou um riso.— Sabe que ninguém colocou uma arma na cabeça da Cecilia para ela aceitar o passeio, né?Fellipo levantou os olhos, fulminando Fernando com um olhar mortal.Leonardo suspirou e ajeitou o terno.— Se quiser impedir, fale com ela. Mas não apareça lá fazendo cena, porque se me envergonhar na frente dos nossos aliados, eu mes
Samara dobrava algumas roupinhas do bebê enquanto observava Cecilia ajeitar os pequenos enfeites na prateleira. O quarto estava ficando perfeito, cheio de detalhes carinhosos escolhidos por elas. Entre uma tarefa e outra, o assunto inevitavelmente voltou para a noite do baile.— E então, Cecília… Como foi dançar com John? — Samara perguntou com um sorriso travesso, jogando uma almofadinha no colo da amiga.Cecilia, que estava organizando os bichinhos de pelúcia, parou por um instante e suspirou.— Foi… foi legal. Ele é um cavalheiro, super educado, sabe conduzir bem.Samara estreitou os olhos e se sentou na poltrona de amamentação, cruzando as pernas.— Só ‘legal’? Cecilia, por favor! O cara não tirava os olhos de você. E você estava radiante!Cecilia corou e desviou o olhar.— Ah, Samara, não exagera. Ele foi gentil, mas não significa nada, não tem como pois além de ser de outro país é de outra máfia mesmo sendo aliada a nossa.Samara riu e pegou um dos sapatinhos minúsculos do bebê.