Patrick ficou emburrado por duas aulas, mas no intervalo ele ia contar o que aconteceu para ficar tão chateado.
Seria um ex o azucrinando?
– Lie, você é tão sortuda! – começou quando nos sentamos no nosso local habitual.
Pior que isso é verdade na maioria das vezes.
– Só agora percebeu? – questionei em um muxoxo.
– É que o Ben foi falar comigo ontem, mas para afirmar que te ama e que não é mais para eu ficar o beijando.
Disse com todas as letras ainda. Meu coração doeu por sua causa vadia. – disse em tom de brincadeira, mas ainda assim parecia triste.
Ah, é isso!
– Não tenho culpa se todos os homens me querem. – devolvi ao mexer no cabelo.
– E eu ainda sem namorado. – sussurrou ao outro enquanto comia uma barra de cereal.
Já o quarto integrante continuava calado.
“Tudo bem?” – Eliana.
– Porque não quer. – respondi sem dó.
“Claro que sim. Vai querer algo para comer?” – James.
Isso fez-me lembrar que ninguém veio me abordar com essa pergunta.
“Que tal um assado de queijo, presunto e tomate?” – Eliana.
Vi-o sair no mesmo instante para enfrentar a fila da cantina.
– Não vou repetir o que tinha dito. – contrariou-me.
– Então não reclama Ally. – dei outra patada.
Às vezes precisamos ser duras com os outros.
– Só não quero que descubram,
– Melhor falarmos de outro assunto não? Que tal sobre qual balada iremos? – como sempre animado.
– Depois que a... – comecei, mas parei ao me lembrar que era segredo por enquanto.
Falar sobre a entrada da Tina no outro grupo não é apreciável agora.
– O que ia dizer? – quis saber o meu amigo gay.
– Minha mãe resolveu sair mais com meu pai será fácil dar uma escapada. – improvisei.
Neste instante o garoto veio com o meu lanche, que eu saboreei com a maior fome do mundo. Não era sempre que poderia me alimentar de algo mais gorduroso E realmente só ficar no sanduiche natural me deixou enjoada.
– E o que aconteceu depois que o Ben te falou aquilo? – voltei ao antigo assunto.
– Tentei dar outro beijo nele, mas ele desviou e me deu um soco. – choramingou.
Então era por isso que um curativo se encontrava na bochecha dele.
– Quem manda ser atrevido. – disse aos risos.
Só paramos de nos divertir com a sua situação quando o sinal bateu. E quando estávamos no corredor umas pessoas começaram a nos cercar, mas dessa vez não era para nos elogiar.
– Onde está seu namorado Alisson? – começou uma.
– É... – praticamente travou.
– Não conseguiu arranjar mais nenhum querida? Se quiser eu peço para o jornal colocar um anuncio para te ajudar. – o veneno escorrendo de sua boca.
Minha vontade era de defende-la, mas algo não me deixava fazê-lo. A minha covardia e egoísmo que não me permitia ser grossa. Ao olhar para o lado notei que estava quase chorando.
– Não vai falar nada? – provocou a outra.
– Eu... – quando foi finalizar alguém a parou.
– Ela não está solteira, pois nós estamos juntos! – exclamou um aluno.
Percebi que era ninguém menos que Vinicius Mitchell. Apesar de não se aproximar dela discretamente foi astuto.
Quando novamente os mirei percebi que estavam se beijando de maneira desesperada. Pareciam que iam fazer outra coisa naquele corredor, e bem provável chegarem a esse ponto.
Meu queixo praticamente caiu ao ver essa cena.
– Satisfeitos? – questionou ao lamber os lábios.
– Desculpa por termos te incomodado Ally. – disseram de forma sem graça antes de partir.
Andamos juntos até a nossa sala, mas antes de entrarmos ouvi algo que me deixou surpresa e ao mesmo tempo contente.
– Quer namorar comigo? – disse o outro a minha amiga.
– Com certeza. – aceitou rapidamente.
E então novamente trocaram caricias na minha frente. Simplesmente não resisti e fui até a sala enquanto meu estomago se embrulhava, sentando-me na cadeira que a mim pertencia.
“Pede para aquele seu amigo me deixar em paz!
– Ben S.”
Simplesmente peguei o papel e coloquei em minha mochila, escrevendo a resposta em seguida.
“Não vai dar nem um “oi”?
P.S: Ele está apaixonado por você.
– Eliana D.”
Depois disso ele só mandou o que eu pedi e nada mais disse sobre o Patrick. Os novos pombinhos entraram na sala no mesmo momento que o professor. Só que o que mais me chamou a atenção foi a alegria da Alisson, do qual me contagiou.
Depois de uma imagem praticamente abalada houve a luz no fim do túnel. Mesmo sem saber me beneficiou também, pois o nosso acordo estará avançando a passos largos depois desse dia.
“Ah, se eu pudesse abrir a minha cabeça, colocar tudo para fora. Arrumar tudo direitinho como quem arruma uma gaveta. Ou tomar um banho de chuveiro por dentro.”(Caio Fernando Abreu)Abri o armário, em uma terça-feira chuvosa, e me deparei com algo que me deixou completamente chateada e irada. Sabia que provavelmente meu rosto estava em chamas neste instante, legado que tenho por ser ruiva.“Vinicius e Eliana estão juntos? Ontem o dito cujo disse que estava namorando a melhor amiga dela, Alisson. Só que pela foto que vimos abaixo a popular de cabelos de fogo está furando o olho ao estar tão próxima do Mitchell na semana passada. Ela se agarrando nele enquanto segredavam algo parece cena de novela, mas não seria nada emocionante sem um possível triangulo amoroso. Seria digna de novela mexicana não? Pamela&rdquo
– Amor. – berrou a Alisson.Minha animação diminuiu e eu dei espaço, fazendo-a abraça-lo enquanto ficava espremida no canto. E fiquei pior por ter desejado que ela não viesse neste instante, apenas para que continuássemos com o que estávamos fazendo.– Vejo que estão se entendendo. – fez uma observação.– Falávamos sobre o jornal. – escondi a verdade.Senti-me mal por isso e engoli em seco.– Logo se ocuparão com outro assunto. – devolveu com calma.Ela sabia do que eu era capaz de fazer.Pisquei para ela e o silêncio reinou. Depois só o que houve foram beijos e carinhos, sem contar os apelidos melosos. E em alguns momentos o Vinicius me encarava de maneira decepcionada. Com
“Por que que todo amor não dura eternamente e quando tudo acaba a gente sente?”(Belo)- Quer o que hoje Lie? – disse um garoto, com um sorriso aberto.Meu apelido de novo, que não me faria esquecer do que sou.Será que um sanduiche natural? Não, não agora!- Um doritos de chilli pepper. – sussurrei.Sua alegria cresceu enquanto me olhava de forma abobalhada.- Está bem? – questionei em preocupação.Pareceu se recompor ao me ouvir.- Não, é que seu sotaque inglês é tão fofo. – declarou.- Obrigada. – a vergonha me abateu com fúria.Olhei ao redor e só estavam Ally, James e Patrick ao meu lado. Mesmo que o quarteto esteja presente o namorado da minha amiga não se encontrava aqui, e nem nas cadeiras da cantina.- A
Ainda bem que era um dia de sol. Assim eu poderia colocar o meu óculos de sol, permitindo com que não me vissem com a face abatida, e deixando o meu cabelo como estava. Vesti uma blusa rosa e saia.Vou com o pai até a escola e o vejo partir com o carro depois de me dar um beijo terno no rosto. Como sempre me desejando sorte. E ao passar pelo pátio vejo muitas pessoas fazendo uma roda.- O que aconteceu? – pergunto para um garoto que estava do meu lado.Seu rosto ficou vermelho e ele tremeu.Ah, a reação Eliana.- Parece que alguém está brigando com um professor. – declarou depois de um tempo.Simplesmente agradeci com nervosismo e fui em direção a multidão. Querendo conferir o que pensava.Que provavelmente era o de biologia que estava lá apanhando. Só que ao imaginar não sentia pena, mas como se estivesse novament
“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”(Machado de Assis)Quando tive a chance fui olhar o jornal, e me surpreendi com o que vi. Todavia felizmente foi para o lado bom. Nem eu esperava que iam escrever dessa maneira. E nada como uma vingança bem feita para aterrorizar os outros.Resumindo: o jornal elogiou o meu look de antes e falou do novo casal, Vinicius e Ally, ao desmentir a notícia de ontem.Mostrei para a minha amiga, junto com o seu namorado, e ela deu um sorriso enorme em resposta. Nunca contei para ela sobre esse meu lado, no entanto sabia que eu poderia passar por cima das pessoas que tentam nos destruir.Sempre foi assim.- Hoje é o teste para a escolha dos novos membros? – questionou.Amassei o papel que estava em mãos e a olhei.- É na sexta. – declarei.
Uau! Ele acertou mesmo.- Só isso? – questionou.- Por R$10,00 apenas poderei revelar o que ouviu. – revidou.Depois foi a minha.- Tadinha de você! Esconde muitos segredos e não quer contar de qualquer jeito com medo de perder a popularidade. É uma mentirosa de carteirinha. – disse.Assustei-me e ao nos liberar eu praticamente tremi com a verdade em suas palavras. O Vinicius estava um pouco machucado, mas não tanto quanto eu, e por isso me levou em seu colo até a minha bicicleta um pouco amassada, deixando-me na garupa.- Segura bem para não cair. – exclamou.Enlacei meu braço em sua cintura e me encostei nele, sentindo seu perfume invadir minhas narinas. Sem falar do cabelo, que ficava cada vez mais desarrumado por conta do vento, deixando-me com vontade de tocá-lo.- É-é... você escutou o que ele disse? &Eacu
– Tenho pegar um livro que emprestei. – dei uma desculpa.– Mas você nem...Nem ouvi sua resposta e corri para a porta que dava para as salas, e ao passar por uma parte do corredor ouvi umas risadas. E ao chegar mais perto notei que era nada menos que Ben e o meu amigo gay.– Pelo jeito estão se entendendo. – intervi.E então sorri por vê-los sem brigar.– Mas se ele me querer eu pego. – comentou ao dar uma piscadela.– Você prometeu que não ia mais insistir. – devolveu.– É porque é tão lindo e meigo que não resisto. – continuou.– Ele tem razão. – concordei.Percebi que neste instante ficou mais vermelho e nervoso.– Obrigado. – sussurrou.– Vai na festa da redatora? – mudei de assunto.Voltou ao normal com essa pergunta.
“Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santo, quero morrer feliz.”(Clarissa Correa)Estava sentada no sofá ao lado da Ally no hospital. Ainda estava com a mesma roupa da festa e com um sono que não me deixava. Já minha amiga já estava dormindo h&a