“Ah, se eu pudesse abrir a minha cabeça, colocar tudo para fora. Arrumar tudo direitinho como quem arruma uma gaveta. Ou tomar um banho de chuveiro por dentro.”
(Caio Fernando Abreu)
Abri o armário, em uma terça-feira chuvosa, e me deparei com algo que me deixou completamente chateada e irada. Sabia que provavelmente meu rosto estava em chamas neste instante, legado que tenho por ser ruiva.
“Vinicius e Eliana estão juntos? Ontem o dito cujo disse que estava namorando a melhor amiga dela, Alisson. Só que pela foto que vimos abaixo a popular de cabelos de fogo está furando o olho ao estar tão próxima do Mitchell na semana passada. Ela se agarrando nele enquanto segredavam algo parece cena de novela, mas não seria nada emocionante sem um possível triangulo amoroso. Seria digna de novela mexicana não? Pamela&rdquo
– Amor. – berrou a Alisson.Minha animação diminuiu e eu dei espaço, fazendo-a abraça-lo enquanto ficava espremida no canto. E fiquei pior por ter desejado que ela não viesse neste instante, apenas para que continuássemos com o que estávamos fazendo.– Vejo que estão se entendendo. – fez uma observação.– Falávamos sobre o jornal. – escondi a verdade.Senti-me mal por isso e engoli em seco.– Logo se ocuparão com outro assunto. – devolveu com calma.Ela sabia do que eu era capaz de fazer.Pisquei para ela e o silêncio reinou. Depois só o que houve foram beijos e carinhos, sem contar os apelidos melosos. E em alguns momentos o Vinicius me encarava de maneira decepcionada. Com
“Por que que todo amor não dura eternamente e quando tudo acaba a gente sente?”(Belo)- Quer o que hoje Lie? – disse um garoto, com um sorriso aberto.Meu apelido de novo, que não me faria esquecer do que sou.Será que um sanduiche natural? Não, não agora!- Um doritos de chilli pepper. – sussurrei.Sua alegria cresceu enquanto me olhava de forma abobalhada.- Está bem? – questionei em preocupação.Pareceu se recompor ao me ouvir.- Não, é que seu sotaque inglês é tão fofo. – declarou.- Obrigada. – a vergonha me abateu com fúria.Olhei ao redor e só estavam Ally, James e Patrick ao meu lado. Mesmo que o quarteto esteja presente o namorado da minha amiga não se encontrava aqui, e nem nas cadeiras da cantina.- A
Ainda bem que era um dia de sol. Assim eu poderia colocar o meu óculos de sol, permitindo com que não me vissem com a face abatida, e deixando o meu cabelo como estava. Vesti uma blusa rosa e saia.Vou com o pai até a escola e o vejo partir com o carro depois de me dar um beijo terno no rosto. Como sempre me desejando sorte. E ao passar pelo pátio vejo muitas pessoas fazendo uma roda.- O que aconteceu? – pergunto para um garoto que estava do meu lado.Seu rosto ficou vermelho e ele tremeu.Ah, a reação Eliana.- Parece que alguém está brigando com um professor. – declarou depois de um tempo.Simplesmente agradeci com nervosismo e fui em direção a multidão. Querendo conferir o que pensava.Que provavelmente era o de biologia que estava lá apanhando. Só que ao imaginar não sentia pena, mas como se estivesse novament
“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”(Machado de Assis)Quando tive a chance fui olhar o jornal, e me surpreendi com o que vi. Todavia felizmente foi para o lado bom. Nem eu esperava que iam escrever dessa maneira. E nada como uma vingança bem feita para aterrorizar os outros.Resumindo: o jornal elogiou o meu look de antes e falou do novo casal, Vinicius e Ally, ao desmentir a notícia de ontem.Mostrei para a minha amiga, junto com o seu namorado, e ela deu um sorriso enorme em resposta. Nunca contei para ela sobre esse meu lado, no entanto sabia que eu poderia passar por cima das pessoas que tentam nos destruir.Sempre foi assim.- Hoje é o teste para a escolha dos novos membros? – questionou.Amassei o papel que estava em mãos e a olhei.- É na sexta. – declarei.
Uau! Ele acertou mesmo.- Só isso? – questionou.- Por R$10,00 apenas poderei revelar o que ouviu. – revidou.Depois foi a minha.- Tadinha de você! Esconde muitos segredos e não quer contar de qualquer jeito com medo de perder a popularidade. É uma mentirosa de carteirinha. – disse.Assustei-me e ao nos liberar eu praticamente tremi com a verdade em suas palavras. O Vinicius estava um pouco machucado, mas não tanto quanto eu, e por isso me levou em seu colo até a minha bicicleta um pouco amassada, deixando-me na garupa.- Segura bem para não cair. – exclamou.Enlacei meu braço em sua cintura e me encostei nele, sentindo seu perfume invadir minhas narinas. Sem falar do cabelo, que ficava cada vez mais desarrumado por conta do vento, deixando-me com vontade de tocá-lo.- É-é... você escutou o que ele disse? &Eacu
– Tenho pegar um livro que emprestei. – dei uma desculpa.– Mas você nem...Nem ouvi sua resposta e corri para a porta que dava para as salas, e ao passar por uma parte do corredor ouvi umas risadas. E ao chegar mais perto notei que era nada menos que Ben e o meu amigo gay.– Pelo jeito estão se entendendo. – intervi.E então sorri por vê-los sem brigar.– Mas se ele me querer eu pego. – comentou ao dar uma piscadela.– Você prometeu que não ia mais insistir. – devolveu.– É porque é tão lindo e meigo que não resisto. – continuou.– Ele tem razão. – concordei.Percebi que neste instante ficou mais vermelho e nervoso.– Obrigado. – sussurrou.– Vai na festa da redatora? – mudei de assunto.Voltou ao normal com essa pergunta.
“Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santo, quero morrer feliz.”(Clarissa Correa)Estava sentada no sofá ao lado da Ally no hospital. Ainda estava com a mesma roupa da festa e com um sono que não me deixava. Já minha amiga já estava dormindo h&a
- Quer ser minha namorada?A sobrancelha arqueada e nenhum pingo de divertimento ou brincadeira.- Bebeu por acaso? – fui ríspida, confesso.- Não. Se fingir estar comigo ela pode sentir ciúmes e talvez até dizer que me ama. Por favor. – implorou.Simplesmente engoli o resto do sanduiche natural enquanto pensava na proposta. E eu soube que correria risco se negasse ao saber o que tinha em mãos. Só que imporia condições.- Tudo bem, mas é por pouco tempo. E não poderemos fazer perto da Alisson.- Com certeza. Você também pode me ajudar com ela? Como saber o que pensa de mim? E até pode falar bem da minha pessoa para ver sua reação. – quis saber.- Não acha que isso já é demais? – reclamei.- Mas você é vizinha dela. Não custa nada. – teimou.-