Bernardo sorriu, pegando um taco e girando-o habilmente entre os dedos.
— Então vamos tornar as coisas mais... interessantes. — Seu tom era sedutor, seus olhos brilhando com malícia.
— Interessantes como? — respondi, aceitando o desafio.
— Vamos apostar. Para cada bola que encaçaparmos, o outro deve tirar uma peça de roupa.
Minha risada ecoou na sala.
— Estou de vestido, Bernardo. Isso não me parece muito justo.
— Você me pareceu bem segura das suas aptidões para o jogo. — Ele sorriu, aproximando-se e entregando-me um taco. — Vamos ver quem é melhor.
Começamos o jogo, e logo ficou claro que Bernardo subestimara minhas habilidades. Cada vez que eu me inclinava sobre a mesa para fazer uma tacada, sentia seus olhos fixos em mim, o que só aumentava minha determinação. Concentrei-me em cada movimento, apr
~BERNARDO~Dirigia com Alice ao meu lado e Ian seguro na cadeirinha no banco de trás, observando o movimento da cidade que lentamente se transformava em paisagem rural. O silêncio entre nós era pesado. Alice mal me olhara desde a noite passada, e sua decisão de me fazer dormir no sofá era um claro sinal de ciúmes. Isso me divertia um pouco. Se ela estava com ciúmes, então ela tinha sentimentos por mim, o que era um bom sinal, eu diria. Eu podia sentir a intensidade de suas emoções, mesmo sem ela dizer uma palavra. O contraste entre a tranquilidade do campo e o turbilhão de sentimentos no carro era quase irônico. Eu queria quebrar o gelo, então tentei me agarrar a um tema seguro quando puxei assunto.— Você costuma viajar muito para a fazenda dos seus pais? — perguntei, tentando iniciar uma conversa leve.— Não tanto quanto gostari
Enquanto Bernardo estacionava o carro, eu olhava ao redor, sentindo uma mistura de nostalgia e animação ao chegarmos na casa dos meus pais. A casa grande e aconchegante parecia nos receber de braços abertos, com suas janelas iluminadas e o cheiro de comida caseira no ar. As lembranças da minha infância inundavam minha mente, cada canto do lugar trazendo à tona um momento especial. Ian, na cadeirinha no banco de trás, observava tudo com curiosidade, seus olhos brilhando com a excitação de estar em um novo lugar, enquanto balbuciava sons animados. Virei-me rapidamente para ele e comecei a dizer:— Mamãe... mamãe...Bernardo riu. E eu ri de volta. Eu tinha pegado a mania de fazer isso quando Ian começava a emitir sons desconexos.— Para de tentar influenciá-lo, é claro que ele vai falar papai primeiro.— Ah, cala a boca! — brinco.D
~BERNARDO~O quarto preparado para nós era o antigo quarto de Alice, um espaço que repleto de aconchego e nostalgia. As paredes estavam decoradas com lembranças de sua infância e adolescência, desde fotos antigas de família até pôsteres de bandas que ela gostava. A cama, coberta com uma colcha colorida, parecia um convite ao passado dela.Colocamos Ian no berço que sua mãe havia preparado, e ele adormeceu rapidamente. Alice e eu nos acomodamos na cama, mas o silêncio entre nós era denso e carregado de uma tensão não resolvida. Eu podia sentir a proximidade de seu corpo, cada movimento sutil, cada respiração, como se estivéssemos ambos cientes da barreira invisível que se erguia entre nós. Nos viramos para lados opostos, tentando encontrar uma posição confortável, mas a inquietação era inevitável.Não sei quanto tempo fiquei lá, fingindo que estava dormindo, mas tenho certeza de que Alice apenas fazia o mesmo. Finalmente, Ian acordou, seu balbucio cortando o silêncio do quarto. Alice s
O fim de tarde da véspera de Natal na fazenda dos meus pais tinha um ar mágico, com o cheiro da ceia sendo preparada invadindo a sala. Meus pais e meus avós estavam na cozinha, sendo completamente babões com Ian. Eu, Bernardo, Liz e seu marido Cristiano, Pedro e sua namorada Gabi estávamos jogando Banco Imobiliário na mesa de centro. A televisão estava ligada mas ninguém prestava atenção, e o ambiente era acolhedor e festivo.Bernardo, pela primeira vez na vida, estava frustrado por não ter dinheiro. Seus olhos azuis brilhavam com uma mistura de incredulidade e diversão enquanto ele olhava com as poucas notas de papel em sua frente. Segundo ele disse, era sua primeira vez jogando, mas nós não pegamos leve por isso.— Sério, Alice? Você me hipotecou a última propriedade? — perguntou ele, balançando a cabeça.Eu ri, incapaz de conter a diversão.— Desculpa, Bernardo. Mas você está jogando com uma família competitiva, e você é o novato aqui.Liz, sempre rápida com uma piada, riu.— Bem-v
~BERNARDO~Depois da confusão, não tivemos opção a não ser subir para nos arrumarmos para a ceia, por mais que ainda fosse um tanto cedo. Enquanto Alice se preparava, eu a observava atentamente, encantado. O brilho suave da luz do entardecer realçava seus traços delicados, e o vestido verde que ela havia escolhido parecia feito sob medida para ela, destacando sua beleza natural de uma maneira quase hipnotizante. Alice estava deslumbrante naquela noite, e não consegui tirar os olhos dela. Cada movimento que ela fazia, desde ajeitar uma mecha de cabelo até passar o batom, me deixava mais fascinado. A visão dela assim, tão serena e ao mesmo tempo radiante, era simplesmente arrebatadora.— Você está me deixando sem graça, sabia? — ela reclamou, seus olhos encontrando os meus através do espelho.— A culpa é sua por ser tão linda... — respondo, fazendo a sorrir e corar ao mesmo tempo.Eu queria aproveitar o momento em que Ian estava sendo paparicado pelos avós e bisavós, então logo disse:—
Seus lábios encontraram os meus novamente, e desta vez havia uma urgência maior, uma necessidade que não podia ser ignorada. Ele me guiou gentilmente para o chão do barco, onde o movimento balançante nos envolvia ainda mais no momento. A lua e os últimos fogos de artifício refletiam na água, criando uma atmosfera mágica e íntima.Bernardo deslizou as alças do meu vestido pelos meus ombros, revelando minha pele à medida que o tecido descia pelo meu corpo. Suas mãos, agora mais ousadas, encontraram o fecho do meu sutiã, abrindo-o com habilidade e liberando meus seios. Ele logo cobriu-os com suas mãos, sentindo a suavidade da minha pele e a rigidez dos meus mamilos sob seus dedos. Cada toque enviava ondas de prazer pelo meu corpo, e eu arqueei o corpo contra o dele, soltando um gemido que ecoou na noite silenciosa.As mãos dele deslizaram pelo meu corpo com uma precisão hábil, puxando minha calcinha para baixo e sentindo a umidade entre minhas pernas. A intensidade do desejo entre nós er
Depois de nos recompormos rapidamente para a ceia, Bernardo e eu voltamos para a mesa de jantar. Sentamo-nos e, enquanto todos retomavam suas conversas, não conseguia parar de olhar para o contraste do anel de diamantes em meu dedo com a simplicidade da cena que se desenrolava à minha frente. O brilho do diamante parecia capturar a essência de cada luz na sala, refletindo pequenos arco-íris que dançavam na superfície. Cada vez que eu movia a mão, o anel reluzia, lembrando-me da noite mágica no lago.Ao meu redor, a mesa de jantar estava cheia de vida e risos. Meus pais conversavam animadamente com Liz e Cristiano sobre as tradições de Natal. Pedro estava ao lado de sua namorada Gabi, ambos imersos em uma discussão amigável sobre quem era melhor nos jogos familiares.Observando a cena, senti uma mistura de emoções. A simplicidade da ceia de Natal com minha família contrastava fortemente com a sofisticação do anel em meu dedo. As velas tremeluziam suavemente, iluminando os rostos ao meu
Acontece que Bernardo não me deu só mais um presente de Natal. Nem dois. Ele deu vários. Quando alguém como ele fala que quer te dar o mundo... bem, talvez não seja um pleonasmo. Mas o presente ao qual ele se referia àquela noite era algo que me deixava um tanto dividida. Bernardo havia conseguido a minha transferência para o Mercy Hospital, um renomado hospital privado, conhecido por seus recursos de última geração e atendimento a uma clientela de alto poder aquisitivo. Os recursos que eles possuíam eram infinitamente mais modernos que os do São Lucas, e meus plantões, segundo ele, seriam menos exaustivos. Mas havia um detalhe que me incomodava profundamente: eu não tinha conseguido essa transferência por mérito próprio. Era o nome e a influência de Bernardo que tinham aberto aquelas portas para mim, e isso me deixava com sentimentos conflitantes.No último dia de trabalho no São Lucas, senti um aperto no coração. Passei pelos corredores cumprimentando os colegas, e cada despedida pa