Amara jamais imaginou que seu primeiro trabalho de patrocínio aconteceria daquela forma. Ficou totalmente surpresa.— O quê… isso realmente funciona? — murmurou, atônita.Lenno Bráz respondeu com descaramento:— Por que não funcionaria? Você devia me agradecer! Se não fosse por mim, nem teria conseguido isso.— Tá bom, tá bom... todo o crédito é seu — disse ela, revirando os olhos com um sorriso contido.Gracy Maldovan interveio, focando nos detalhes práticos:— A empresa de jogos solicitou que você e Lenno trabalhassem juntos. Como você ainda é nova no mercado, sua taxa de patrocínio é modesta, apenas alguns mil. No fim das contas, você vai embolsar cerca de trezentos mil.— Trezentos mil? — Amara ficou espantada. — Isso tudo?Ela nunca havia dado muita atenção às cláusulas de participação nos lucros de seus contratos. Normalmente, para artistas iniciantes, os lucros giravam em torno de 20%. O fato de estar recebendo 40% já era um excelente acordo. De alguma forma, o "grande gênio" a
Írys Lestch segurou a caixa de presente nas mãos, observando-a com desprezo estampado no rosto. Sua voz cortante ecoou:— Ela quer colaborar comigo? Ela é digna?Tinha um homem poderoso a protegê-la e apoiá-la — para quê se misturar com alguém de status tão inferior?Elertty Noel, que já conhecia bem os caprichos da estrela, tentou convencê-la:— Digna ou não, o que importa não é a Melissa em si, mas a força por trás dela. Ela conta com o apoio da família Leds... e o namorado dela é Asllan. Você sabe que a influência deles não é pequena.Elertty inclinou-se um pouco mais, como se falasse um segredo perigoso:— A família Anbrósio está sendo disputada por todos no Império. Todo mundo quer conquistar a confiança deles. Essa é uma chance valiosa. Fazer esse favor pode render muito no futuro. Não há o que perder.Apesar dos boatos no meio do entretenimento de que Írys Lestch mantinha um relacionamento sigiloso com alguém influente da Corporação Riddel, Elertty, que a acompanhava diariament
Madalena Kléo hesitou no início, mas acabou cedendo pelo bem de Théo:— Só não deixe o Pitter saber disso, senão ele vai ficar furioso de novo! — disse ela com preocupação.— Acho que aquele homem está enfeitiçado por aquela mulher! — completou o velho mestre, impaciente. — Espere só escolhermos as novas candidatas... vamos colocá-lo em um encontro às cegas imediatamente! Não acredito que, com tantas garotas brilhantes por aí, nenhuma seja melhor do que ela!Após sair da empresa, Amara foi direto para seu apartamento. Ainda deitada na cama, enquanto passava pelos sites de entretenimento no celular, recebeu uma ligação de um número desconhecido.Ela atendeu com certa desconfiança:— Alô?Uma voz masculina, tensa e formal, surgiu do outro lado da linha:— Olá, tudo bem? Falo com a senhorita Amara?— Sim, quem fala?— Sou o terceiro mordomo do senhor Pitter. Hoje, o Mestre e a Madame saíram para resolver alguns compromissos e o pequeno Théo está sozinho em casa. Será que a senhorita Amar
Embora Théo não parecesse compreender tudo completamente, ele assentiu com confiança, sem demonstrar qualquer dúvida.Amara pigarreou, organizando mentalmente suas ideias antes de explicar com suavidade:— A Técnica dos Cinco Animais é dividido em cinco movimentos diferentes: urso, tigre, veado, macaco e pássaro. Cada um tem um efeito único sobre o corpo, e vamos aprender um de cada vez. Vamos começar com o movimento do urso. Essa sequência ajuda a equilibrar o baço e o estômago…Na sala de controle, velho mestre, o patriarca da família Riddel, observava tudo atentamente pelas câmeras de segurança e não conseguiu esconder a surpresa.— Essa garota... será que ela realmente conhece a Técnica dos Cinco Animais?— Essa técnica não é... aquela mesma prática que você tentou ensinar ao Théo? — questionou Madalena Kléo, sentada ao lado do marido, também observando a tela.— Sim — respondeu ele, balançando a cabeça com uma expressão frustrada. — Mesmo que essa garota saiba o básico, não foi b
O velho mestre e Madalena Kléo observavam, perplexos, a tela do monitor. As palavras lhes faltavam diante do que acabavam de ver…Théo havia prometido.O pequeno Théo finalmente havia concordado em ir para a escola. Isso não era apenas uma promessa — era um passo crucial em direção a uma vida mais próxima do que chamavam de normalidade.Madalena estava visivelmente emocionada:— Mestre… você viu isso? O Théo disse que vai à escola! Isso é maravilhoso… inacreditável!— É, o nosso garotinho aceitou ir para a escola! — suspirou o velho mestre, sentindo um peso sair dos ombros. — Tentamos de tudo, durante tanto tempo… cada método, cada tentativa. E bastaram apenas algumas palavras dela para ele mudar de ideia…— Eu confesso que achava que Pietro exagerava — admitiu Madalena —, mas a Amara realmente tem influência sobre ele. O Théo confia nela de verdade. Até o Pitter parece encantado…O velho mestre, porém, logo demonstrou certa inquietação: — Isso também é o que mais me preocupa. Essa mu
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci
Cinco anos se passaram.No bar Eton, em um corredor isolado no último andar, Amara estava com a cabeça latejando após horas acompanhando alguns investidores. Procurando um lugar tranquilo para se recompor, ela encontrou um canto discreto. Porém, antes que pudesse relaxar, ouviu os passos determinados de Pillar, sua empresária, que a seguira até ali.Amara respirou fundo, reunindo energia para encará-la.– Pillar, o que você quer? – perguntou, visivelmente cansada.– Amara, deixe-me ser direta: você se inscreveu para o teste do papel principal feminino em Se Amar nas Estrelas? – Pillar cruzou os braços, a expressão carregada.– Sim. E daí? – respondeu Amara, erguendo uma sobrancelha.– Você não tem permissão para ir amanhã! – Pillar declarou com firmeza.Embora soubesse que deveria se surpreender, Amara apenas sorriu de leve.– E qual seria o motivo?– Agiu pelas minhas costas! Como sua empresária, eu já havia providenciado para Melissa fazer o teste.– Isso não impede minha inscrição,
Na sala de recepção do Eton Bar, o ambiente era sufocante.O chefe do bar, gerentes, seguranças e todos os funcionários relacionados estavam alinhados, com os rostos tomados pelo pavor. A tensão era palpável, pois o pequeno príncipe da Família Rideel, o precioso filho de Pitter Rideel, havia desaparecido dentro do estabelecimento.Sentado no sofá, Pitter permanecia impassível, com o rosto tão frio quanto mármore. Não demonstrava emoção alguma, mas a autoridade que exalava parecia sufocar todos na sala. As pernas de alguns tremiam visivelmente, e o suor escorria de seus rostos, como se estivessem à beira de um julgamento final.Diante dele, ajoelhado, estava Pietro, o irmão mais novo de Pitter, que chorava desesperadamente: — Irmão! Me perdoe! Foi culpa minha! Eu não deveria ter levado Pequeno Théo para um bar! Se algo acontecer com ele, eu não me perdoarei!Mal terminou de falar e Pitter desferiu um chute certeiro contra seu peito.O som do impacto ecoou, seguido de um leve estalo. Os