Grazy Faustto começou a estudar as joias cuidadosamente. Havia tantas que o processo exigiu tempo e atenção.O ambiente ficou silencioso. Todos observavam Faustto em expectativa, inclusive a confusa Amara.Ela até pensou em contar a verdade ali mesmo, naquele instante. Mas já era tarde demais. Grazy Faustto havia começado a verificar os cristais, e qualquer palavra agora soaria como uma tentativa desesperada de se justificar. Assim, Amara manteve-se em silêncio.Depois de um bom tempo, Grazy respirou fundo, olhou ao redor e declarou:— Desculpem pela demora, pessoal... há muitas pedras aqui, então não consegui verificar todas ainda. Mas todas as que analisei... são verdadeiras!A expressão de Amara mudou instantaneamente. Os demais ao redor também ficaram perplexos.— Isso é... impossível! — Como pode ser? — Mas Grazy Faustto nunca erra...Alice Houtt, que mal podia esperar para ver Amara ser humilhada, sentiu o rosto arder de vergonha.— Faustto! Deve haver um engano! Essas pedras
Alta madrugada, no apartamento de Melissa.Pillar atravessou o corredor apressadamente e, ao entrar, deparou-se com o chão coberto por roupas rasgadas e tecidos em frangalhos.— Minha querida diva destruidora... quem ousou te irritar agora? — perguntou com uma pitada de ironia e medo no olhar.Melissa, com uma tesoura nas mãos, cortava pedaços de um vestido caríssimo como se estivesse dilacerando uma rival. Gritou, furiosa:— Quem mais poderia ser?!Pillar já suspeitava do motivo. Sua assistente havia lhe dado um resumo da situação mais cedo. Rapidamente começou a recolher os tecidos e tentou acalmar os ânimos:— Melissa... eu não queria dizer isso, mas dessa vez você passou dos limites. Você foi paciente por tanto tempo... por que explodir justo agora? Por que se arriscar tanto? Foi como acender um incêndio de propósito.Melissa largou os retalhos e se defendeu:— Acha mesmo que eu não fui paciente? Você viu a situação hoje à noite! Achei que seria o momento perfeito… que tudo sairia
Amara jamais imaginou que seu primeiro trabalho de patrocínio aconteceria daquela forma. Ficou totalmente surpresa.— O quê… isso realmente funciona? — murmurou, atônita.Lenno Bráz respondeu com descaramento:— Por que não funcionaria? Você devia me agradecer! Se não fosse por mim, nem teria conseguido isso.— Tá bom, tá bom... todo o crédito é seu — disse ela, revirando os olhos com um sorriso contido.Gracy Maldovan interveio, focando nos detalhes práticos:— A empresa de jogos solicitou que você e Lenno trabalhassem juntos. Como você ainda é nova no mercado, sua taxa de patrocínio é modesta, apenas alguns mil. No fim das contas, você vai embolsar cerca de trezentos mil.— Trezentos mil? — Amara ficou espantada. — Isso tudo?Ela nunca havia dado muita atenção às cláusulas de participação nos lucros de seus contratos. Normalmente, para artistas iniciantes, os lucros giravam em torno de 20%. O fato de estar recebendo 40% já era um excelente acordo. De alguma forma, o "grande gênio" a
Írys Lestch segurou a caixa de presente nas mãos, observando-a com desprezo estampado no rosto. Sua voz cortante ecoou:— Ela quer colaborar comigo? Ela é digna?Tinha um homem poderoso a protegê-la e apoiá-la — para quê se misturar com alguém de status tão inferior?Elertty Noel, que já conhecia bem os caprichos da estrela, tentou convencê-la:— Digna ou não, o que importa não é a Melissa em si, mas a força por trás dela. Ela conta com o apoio da família Leds... e o namorado dela é Asllan. Você sabe que a influência deles não é pequena.Elertty inclinou-se um pouco mais, como se falasse um segredo perigoso:— A família Anbrósio está sendo disputada por todos no Império. Todo mundo quer conquistar a confiança deles. Essa é uma chance valiosa. Fazer esse favor pode render muito no futuro. Não há o que perder.Apesar dos boatos no meio do entretenimento de que Írys Lestch mantinha um relacionamento sigiloso com alguém influente da Corporação Riddel, Elertty, que a acompanhava diariament
Madalena Kléo hesitou no início, mas acabou cedendo pelo bem de Théo:— Só não deixe o Pitter saber disso, senão ele vai ficar furioso de novo! — disse ela com preocupação.— Acho que aquele homem está enfeitiçado por aquela mulher! — completou o velho mestre, impaciente. — Espere só escolhermos as novas candidatas... vamos colocá-lo em um encontro às cegas imediatamente! Não acredito que, com tantas garotas brilhantes por aí, nenhuma seja melhor do que ela!Após sair da empresa, Amara foi direto para seu apartamento. Ainda deitada na cama, enquanto passava pelos sites de entretenimento no celular, recebeu uma ligação de um número desconhecido.Ela atendeu com certa desconfiança:— Alô?Uma voz masculina, tensa e formal, surgiu do outro lado da linha:— Olá, tudo bem? Falo com a senhorita Amara?— Sim, quem fala?— Sou o terceiro mordomo do senhor Pitter. Hoje, o Mestre e a Madame saíram para resolver alguns compromissos e o pequeno Théo está sozinho em casa. Será que a senhorita Amar
Embora Théo não parecesse compreender tudo completamente, ele assentiu com confiança, sem demonstrar qualquer dúvida.Amara pigarreou, organizando mentalmente suas ideias antes de explicar com suavidade:— A Técnica dos Cinco Animais é dividido em cinco movimentos diferentes: urso, tigre, veado, macaco e pássaro. Cada um tem um efeito único sobre o corpo, e vamos aprender um de cada vez. Vamos começar com o movimento do urso. Essa sequência ajuda a equilibrar o baço e o estômago…Na sala de controle, velho mestre, o patriarca da família Riddel, observava tudo atentamente pelas câmeras de segurança e não conseguiu esconder a surpresa.— Essa garota... será que ela realmente conhece a Técnica dos Cinco Animais?— Essa técnica não é... aquela mesma prática que você tentou ensinar ao Théo? — questionou Madalena Kléo, sentada ao lado do marido, também observando a tela.— Sim — respondeu ele, balançando a cabeça com uma expressão frustrada. — Mesmo que essa garota saiba o básico, não foi b
O velho mestre e Madalena Kléo observavam, perplexos, a tela do monitor. As palavras lhes faltavam diante do que acabavam de ver…Théo havia prometido.O pequeno Théo finalmente havia concordado em ir para a escola. Isso não era apenas uma promessa — era um passo crucial em direção a uma vida mais próxima do que chamavam de normalidade.Madalena estava visivelmente emocionada:— Mestre… você viu isso? O Théo disse que vai à escola! Isso é maravilhoso… inacreditável!— É, o nosso garotinho aceitou ir para a escola! — suspirou o velho mestre, sentindo um peso sair dos ombros. — Tentamos de tudo, durante tanto tempo… cada método, cada tentativa. E bastaram apenas algumas palavras dela para ele mudar de ideia…— Eu confesso que achava que Pietro exagerava — admitiu Madalena —, mas a Amara realmente tem influência sobre ele. O Théo confia nela de verdade. Até o Pitter parece encantado…O velho mestre, porém, logo demonstrou certa inquietação: — Isso também é o que mais me preocupa. Essa mu
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci