Em meio à multidão, o som metálico de utensílios caindo ecoou pelo salão, desviando brevemente a atenção de todos.O jornalista gastronômico, que até então não parava de elogiar William Faustino, levantou-se abruptamente, com os olhos fixos no homem atrás do proprietário do hotel. Sua voz carregava excitação:— William... Faustino...Poucos tinham o privilégio de vê-lo pessoalmente. Até então, sua imagem era restrita às capas de revistas internacionais. Mas naquela noite, ele estava ali — real, presente, e ainda mais imponente do que qualquer fotografia poderia retratar.Várias atrizes endireitaram as posturas, ajeitando discretamente os cabelos, tentando chamar sua atenção. Com seus traços caucasianos marcantes, um carisma maduro e uma fama internacional incontestável, William exalava masculinidade e prestígio.— Aquele na entrada é o dono do hotel... Mas e o homem atrás dele? — cochicharam alguns convidados que não o reconheceram de imediato.— É o próprio William Faustino! — exclam
Os jornalistas gourmet estavam ocupados registrando cada detalhe do serviço do aperitivo. Suas lentes disparavam freneticamente, tentando capturar o requinte do momento.De repente, um dos jornalistas parou abruptamente. Seus olhos se fixaram em um homem caucasiano, de postura serena e olhar imperturbável. Num instante, sua mente ficou em branco, como se tivesse levado um choque elétrico. As mãos tremularam, a câmera quase caiu.— Meu... meu Deus! Alain! Não pode ser... é mesmo o Alain? Senhor Alain, o que está fazendo aqui?! — balbuciou incrédulo.— Alain Chef? Quem é esse? — murmurou um convidado, franzindo o cenho.— Nunca ouvi falar... Por que esse jornalista está tão emocionado assim?Os convidados, em sua maioria, estavam confusos. Não sabiam quem era aquele homem misterioso. No entanto, os jornalistas gourmet se entreolharam com os olhos arregalados, boquiabertos.Logo, começaram a explicar, num tom quase reverente:— Alain! Ele é o chef principal do Ledoyan, um restaurante trê
Todos ficaram estupefatos.— O que... o que está acontecendo? — murmurou alguém.— Não sei! Parece que vem mais alguém! — exclamou outro.— Pelo que parece, Alain é apenas o subchefe. O verdadeiro chefe de cozinha ainda não chegou! — deduziu um dos convidados.Um jornalista gastronômico quase perdeu o fôlego:— Céus! Que loucura! No nível dele, Alain é só um subchefe? Quem será esse chef principal?Outro blogueiro gastronômico juntou as mãos em gesto de oração:— Já me sinto honrado o suficiente por ter visto um mestre assim em minha vida... Quem sabe... talvez... hoje eu tenha a sorte de presenciar o lendário...— Quem é? — alguém perguntou, curioso.O blogueiro levantou a sobrancelha de maneira misteriosa:— Para Alain ser apenas o subchefe... quem mais poderia ser?Imediatamente, todos os jornalistas e blogueiros de gastronomia pensaram na única pessoa que se encaixava nessa descrição, embora a ideia parecesse inacreditável. Um burburinho de descrença se espalhou:— Isso... isso é
No palco, a presunçosa Melissa pensou em algo. Então, sorriu e olhou para Amara, chamando-a gentilmente:— Amara, você pode vir aqui?Ao ouvir Melissa pedir para que Amara subisse ao palco, Alice Houtt e os demais ficaram um pouco confusos. Por que ela chamaria aquela mulher ao palco? Ainda assim, como era um pedido de Melissa, ninguém ousou contestar.Ellma Instan encarou Melissa com raiva e, virando-se para Amara, insistiu em voz baixa:— Amara, vá! Senão, os outros vão pensar que temos medo dela! O que ela pode fazer sob os olhares atentos de todos?Naquela situação, recusar diretamente o pedido de Melissa poderia parecer rude. Além disso, havia câmeras filmando tudo ao vivo...Amara estreitou os olhos. Depois de tantos anos enfrentando Melissa, ela praticamente podia prever o que a rival estava tramando só de observar seu sorriso.Sem hesitar, Amara se levantou lentamente e caminhou até o palco, parando diante de Melissa.Ao vê-las juntas, algumas atrizes não esconderam seus risos
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci
Cinco anos se passaram.No bar Eton, em um corredor isolado no último andar, Amara estava com a cabeça latejando após horas acompanhando alguns investidores. Procurando um lugar tranquilo para se recompor, ela encontrou um canto discreto. Porém, antes que pudesse relaxar, ouviu os passos determinados de Pillar, sua empresária, que a seguira até ali.Amara respirou fundo, reunindo energia para encará-la.– Pillar, o que você quer? – perguntou, visivelmente cansada.– Amara, deixe-me ser direta: você se inscreveu para o teste do papel principal feminino em Se Amar nas Estrelas? – Pillar cruzou os braços, a expressão carregada.– Sim. E daí? – respondeu Amara, erguendo uma sobrancelha.– Você não tem permissão para ir amanhã! – Pillar declarou com firmeza.Embora soubesse que deveria se surpreender, Amara apenas sorriu de leve.– E qual seria o motivo?– Agiu pelas minhas costas! Como sua empresária, eu já havia providenciado para Melissa fazer o teste.– Isso não impede minha inscrição,
Na sala de recepção do Eton Bar, o ambiente era sufocante.O chefe do bar, gerentes, seguranças e todos os funcionários relacionados estavam alinhados, com os rostos tomados pelo pavor. A tensão era palpável, pois o pequeno príncipe da Família Rideel, o precioso filho de Pitter Rideel, havia desaparecido dentro do estabelecimento.Sentado no sofá, Pitter permanecia impassível, com o rosto tão frio quanto mármore. Não demonstrava emoção alguma, mas a autoridade que exalava parecia sufocar todos na sala. As pernas de alguns tremiam visivelmente, e o suor escorria de seus rostos, como se estivessem à beira de um julgamento final.Diante dele, ajoelhado, estava Pietro, o irmão mais novo de Pitter, que chorava desesperadamente: — Irmão! Me perdoe! Foi culpa minha! Eu não deveria ter levado Pequeno Théo para um bar! Se algo acontecer com ele, eu não me perdoarei!Mal terminou de falar e Pitter desferiu um chute certeiro contra seu peito.O som do impacto ecoou, seguido de um leve estalo. Os
Pitter observava Amara atentamente, seu olhar fixo parecia querer penetrar na mente dela, como se buscasse a verdade por trás de sua surpresa. Ele analisava cada traço do rosto dela, tentando entender se o espanto era genuíno ou uma farsa bem elaborada.Depois de um longo momento de silêncio, parecia que ele finalmente acreditava que Amara não tinha ideia da identidade de Théo. Sua voz soou fria, como se fosse esculpida em gelo:— Faça seu pedido.— Pedido? Que pedido? — Amara franziu o cenho, confusa.— Meu irmão quer agradecer por salvar Théo. Ele está pedindo que você declare seu pedido! — Pietro Riddel respondeu com uma expressão animada, como se tivesse acabado de encontrar um tesouro perdido.Amara processou rapidamente as palavras. Cautelosa, ela respondeu:— Vocês realmente não precisam me agradecer. É verdade que salvei o Théo, mas ele também me salvou. Se não fosse por ele saindo para buscar ajuda, eu ainda estaria presa lá. Podemos considerar que estamos quites.Ela sabia q