Mais uma rasteira do Destino...
Acordo com as meninas na minha cama. Durante a madrugada, Aysha teve outro pesadelo, então achei melhor dormirmos juntas. Sei que elas ainda têm a última imagem do pai morto. Mal consegui pregar os olhos e zelar por elas aqui no meu quarto. Quando já estavam saindo os raios do sol, o cansaço me pegou. Vou saindo da cama devagar para elas não acordarem, minha vontade é de ficar aqui com elas, preciso trabalhar, mas que nunca, agora não posso me dar ao luxo de ficar em casa para cuidar delas. Faço toda a minha higiene, vou para a cozinha, deixo o café delas pronto enquanto dona Maria não chega e assim começa a minha rotina. Quando estou saindo de casa, meu fixo toca, mas deixo de lado, pois já estou em cima da hora. Se for algo sério, entrarão em contato no meu celular. Chego no trabalho um pouco mais desanimada, devido ao cansaço que continua presente em mim. Já perdi as contas de quantos cafés tomei só para ficar mais acordada, hoje foi tranquilo e agradeci a Deus por isso, já estava no final do expediente quando meu celular toca um número estranho, resolvo atender. — Gostaria de falar com a senhora Maya Bellerose? — Sim, é ela, quem gostaria de falar? — Não reconheço a voz do outro lado. — Aqui quem fala é um oficial de justiça, tentamos entrar em contato no fixo, mas não tivemos sucesso, amanhã às 10h, gostaríamos de conversar com a senhora? A senhora estará disponível? — Fico curiosa para saber do que se trata. — Poderia adiantar o assunto? — Não aguento a minha curiosidade e questiono o porquê. — Não, senhora, só pessoalmente? Posso marcar para amanhã às 09h? — A sua insistência está me deixando com uma pulga atrás da orelha. — Se não tenho opção, o aguardarei. — Encerro a chamada. Que estranho, um oficial de justiça, não lembro que eu tenha feito nada perante a justiça. Fico com essa ligação em minha mente martelando… Assim que chego em casa, as meninas estão assistindo ao filme. Me corta o coração vê-las dessa forma triste, mas tenho fé que tudo isso passará, creio que para melhor! — Meninas, o que estão assistindo? — Estamos assistindo uma comédia, é a sua cara, mãe! — Ayla fala com pouco de animação. — Qual o nome? Agora fiquei curiosa! — A minha mãe é uma peça! Tem cenas que parece que a senhora que está lá falando dramática, vem assistir conosco, mãe? — Aysha diz. — Então quer dizer que sou dramática? Deixa só tomar um banho e já venho me juntar a vocês! Quero ver se parece comigo mesmo. Deixo as meninas rindo na sala e vou em direção ao quarto. Meu celular começa a tocar, quando atendo Katharina, não tenho nada para falar com ela, mas fiquei curiosa para saber o porquê de estar me ligando, já que não temos nada para falar uma com a outra. — Alô, em que posso ajudar? — Sou curta e direta. — Queria saber, se você já sabe que tem que sair da minha casa! — A vaca sai soltando seu veneno. — Do que você está falando, Katharina? Que eu saiba, a casa era do Adriel, por morte dele é das meninas. — Rebato o óbvio. — Engano, seu querida, a casa é minha e já acionei a justiça, pois quero que vocês saiam o quanto antes da minha casa, planejo pôr ela para alugar quanto antes. — Não a deixo terminar de falar e já a corto. — Você só pode estar enlouquecendo, eu não vou sair da casa, é das minhas filhas. — Que ousadia dessa vaca, conseguiu me deixar irritada, desligo para não prolongar ainda mais esse assunto com ela. Fico irritada com a tamanha petulância que ela tem, de me enfrentar dessa forma, não a deixo responder e desligo o celular. Adriel não seria tão idiota a ponto de colocar no nome dela, ou seria? Deus, mais essa, não pode ser verdade. Amanhã mesmo, vou atrás de um advogado para saber sobre isso. Adriel não poderia ter feito isso com nossas filhas, vou para o banho tentar me acalmar, pois posso ter um treco aqui, de tão pilhada que estou com toda essa informação… Quando estou debaixo do chuveiro, começo a pensar um pouco mais calma na ligação que recebi hoje, meu Deus, o que faço agora? Me dá uma luz… Assim que chego na sala, as meninas notam que estive chorando, mas tento ao máximo desconversar, pois só a deixariam ainda mais abaladas… Jantamos juntas, depois colocamos um filme e fomos para a cama. Como não havia dormido direito na noite anterior, acabo dormindo logo e pedindo a Deus que isso não passe de um pesadelo. Quando acordei, já fui fazendo as minhas coisas, no automático, e eu não acredito no que Adriel fez. Estou em choque, com tamanhas informações que obtive agora do oficial de justiça, ainda falei com o irmão do meu amigo que trabalha comigo e ele afirma que os documentos estão em perfeita ordem e realmente Adriel passou a casa para vaca da Katharina, no caso ele vendeu a casa para ela o que é muito estranho, como teve o documento de compra e venda eu não poderia fazer nada, devido estar divorciada dele, e ainda por cima ele ainda estava em seu perfeito estado. Tive esperança de que esse documento fosse falso, mas não é, pior, não tem nada que eu possa fazer porque Adriel atribuiu como venda, o que me prejudica já que não podemos recorrer para o cancelamento do documento, fazendo a única dona Khatarina. E pior, pela lei, tenho que sair conforme o pedido da dona da casa em 72 horas ou posso ser despejada. Até tentei entrar em um acordo para pagar o aluguel, mas a cobra-de-duas-cabeças não quis. Estou simplesmente perdida, não sei o que eu faço. Tento situar minhas ideias, mas está quase impossível, como falo para minhas filhas que precisamos sair da casa que por direito era para ser delas? A situação irá ficar ainda mais difícil, dei uma desculpa no trabalho, pois realmente hoje eu acabaria arrumando problemas, isso era a última coisa que queria no momento. Chego em casa, as meninas ainda não chegaram da escola, vou direto para o meu quarto, muitas coisas a se pensar e tem que ser rápido. Só queria uma luz agora, ou vou surtar de vez… Após um banho, pego meu caderninho, e começo a notar o quanto posso pagar por aluguel, e pior tenho de alugar uma casa por aqui, pois dona Maria ainda olha as meninas, não posso deixar as meninas muito tempo sozinhas o mundo hoje não está para brincadeira, não posso contar com a nova vizinhança que irei para olhar minhas filhas. Depois de tudo anotado, como só uma fruta e saio de novo de casa, para ver se encontro alguma casa dentro do meu orçamento… Nunca andei tanto pelo meu bairro como fiz hoje, mas só encontro casas caras, que não cabem no meu orçamento. Anotei alguns números para entrar em contato, mas é um pouco afastado do bairro onde moro. Quem sabe não tenho sorte, tento manter a positividade. Chego em casa, as meninas se assustam por estar chegando essa hora, dona Maria fica me analisando para saber se tem algo errado com o tempo, dona Maria já me conhece e até sabe quando não está nada bem comigo… — Mãe, chegou cedo! — Ayla fala animada. — Tive que resolver algumas coisas hoje cedo, e não fui trabalhar. — Maya, aconteceu alguma coisa? Você está com aparência cansada. — Dona Maria me pergunta. — Em menos de 24 horas aconteceu tanta coisa, que ainda não consegui absorver, vou tomar um banho e já volto, assim converso com todas ao mesmo tempo. Sigo para o meu quarto com o coração apertado, mas não posso esconder delas, tenho que informar o que está acontecendo ou a louca Katharina vem até aqui só para humilhá-las e isso não permitirei, só em pensar meu sangue ferve, affs. Eu só queria acordar e ver que tudo isso não passa de um pesadelo. Recarrego toda minha força e volto para a sala, chegou o momento de falar. — Bem, meninas, dona Maria, nem sei por onde começar, mas vamos lá. Adriel vendeu a casa e temos menos de três dias para sair, tentei reverte a venda mais sem sucesso, sendo assim fui em busca de casa por aqui, mas infelizmente não encontrei casa que caiba no nosso orçamento, possivelmente teremos que mudar de bairro e até mesmo de escola, e dona Maria não sei nem como posso ficar longe da senhora, tem nos ajudados bastante com tudo, mas penso que não tenho condições de pagar a senhora como venho fazendo, simplesmente são muitas coisas para fazer em pouco tempo, mas creio que isso tudo seja momentâneo. — Falo tudo de vez. — Maya, não se preocupe comigo, estou bem, vou continuar cuidando das meninas até tudo se resolver, não precisa se preocupar comigo. — Mais, dona Maria, e se chegamos a ir para longe, como a senhora fará? — Sou sincera, eu não a quero sobrecarregar caso eu vá para um lugar mais longe. — Maya, mesmo se você for para uma casa mais distante, eu irei, pois tenho suas filhas como minhas netas. Não aceito não como resposta, eu estarei com vocês, não importa a situação que vocês estejam passando. — Obrigada, dona Maria! — Mãe, não se preocupe se tiver que sair da escola ou até mesmo nos mudar para outro lugar, nós vamos, sem problema. — Ayla, falando como uma mocinha, enche meu coração de orgulho. — É, mãe, quem sabe não seja bom a gente mudar um pouco? Outro lugar, outra casa, não importa que seja mais simples ou pequena, o importante é que estaremos juntas! — Aysha diz. Já disse que amo minhas filhas? — Vocês não sabem como estou me sentido agora, vocês são meu porto seguro, meninas. — Você tem uma família incrível, nunca duvide disso, Maya. — Dona Maria fala emocionada. — Sempre soube que tinha uma família incrível, e nessas horas que dou maior valor a elas, tudo por elas, eu amo muito vocês meninas…Uma batalha por dia!Conseguir uma casa conjugada que só tem um quarto, cozinha banheiro e uma sala, a área de serviço tenho que dividir com os outros moradores, somos em cinco casas, pequenas, mas aconchegante foi o que me apareceu no momento e ainda é próximo ao bairro que eu morava, minha sorte que dona Maria continua cuidando das meninas, não ficaria tranquila de deixar as meninas sozinhas com pessoas desconhecidas principalmente nesse bairro que me dá até medo, mas foi o que me apareceu no momento.No dia em que teria que devolver a casa, deixei as meninas com dona Maria, pois não queria mostrar meu ponto fraco, minhas filhas. Eu não daria esse gosto nunca. Nem que eu passe por cima de qualquer um, até da vaca da Katharina, que chegou com aquele olhar prepotente, questionando tudo, contas e até mesmo os desenhos que sempre teve no quarto das meninas, me chamando de cafona. Não sabe ela que tenho pena de pessoas como ela, que pensa serem importantes por estarem dando golpe nos hom
Dias melhores virão! Só basta acreditar!— Bom dia, dona Maria! Eu já falei que não precisa se preocupar. — Sei o quanto ela tem o coração bom, sempre pensando nas meninas.— Bom dia! Maya, pare de bobagem, até parece que, como todas essas frutas sozinha, não custa nada trazer para comer com as meninas!— Sei, a senhora pensar que me engana, dona Maria, sou grata pelo seu carinho com as minhas filhas, quem sabe um dia não possa retribuir de alguma forma. — Falo já colocando esse lembrete mentalmente dela voltar à cidade onde sua irmã vive, eu creio que um dia eu possa ajudar lá.— Só em ver vocês felizes já é o bastante. — Quando ela fala assim, logo vem a lembrança da minha mãe.— Então aproveite para tomar café com as meninas, e tenho uma novidade: hoje vou fazer uma entrevista mais tarde, se Deus quiser, vai dar tudo certo.— Já deu certo, Maya, basta acreditar. E assim foi nossa manhã animada, conversas, isso me ajudou a distrair um pouco, já que eu estava nervosa por conta da en
Sentido que a vida nos dá!Mais um dia e estou exausto, ando trabalhando muito. Minha família é dona de uma empresa de tecnologia TechnoTrends a mais avançada que existe no país. Onde não me deixa descansar, já que meu pai resolveu antecipar a sua aposentadoria, me deixando como diretor-geral da empresa e meu irmão como vice-diretor. São muitas burocracias, reuniões infinitas que tento sempre dar conta, para não acumular ainda mais na minha agenda, essa que mal consigo almoçar em paz.Coisa que odeio é levar trabalho para casa, tento dar atenção à pequena Elise. Desde a morte da minha mulher, as coisas têm saído de controle. Só ela conseguiria me ajudar nesse momento, fico me lamentando por sua morte, ela saberia agora como lidar com Elise, que começou a questionar meu comportamento, até mesmo me cobra atenção. Mora só eu, Elise e minha fiel governanta Margarida, que tenho muito carinho como se fosse minha segunda mãe, já que me entende até nos meus piores momentos. Com ela não precis
Por que é tão difícil?Acabo voltando para casa depois da entrevista, que gostei bastante, estou mais confiante em ficar como babá da pequena Elise, espero que eles me liguem, sigo voltando para casa com a esperança no coração.Quando cheguei em casa, contei para as meninas como foi, elas ficaram super animadas e curiosas para conhecer a pequena Elise, mas até agora ninguém entrou em contato, mas não posso deixar isso me abater.Já faz dois dias que estive lá! Será que fiz algo de errado? No mínimo, não tenho perfil nem para ser babá.São inúmeras perguntas e nenhuma resposta, as coisas estão ainda mais difíceis. Hoje, a menina que mora em uma das casas aqui me disse que tem uma lanchonete que estava precisando de uma atendente. Não pensei duas vezes e fui até lá, só não gostei, por ser estilo um boteco, beira de estrada, que dá até medo de entrar no lugar. Mas é o que têm por hora, começarei hoje às 17h e fico até 23h. Não me sinto bem com horário, mas não posso reclamar, é um pouc
Por que sinto como se estivesse faltando algo?Mal amanheceu e já fico de mau-humor, umas das filiais sofreu um atentado, ouve um incêndio não tenho tempo nem de pensar, já começo a ligar para Enrico tenho certeza de que ele já esteja ciente ocorrido. Ligação online:— Enrico, temos que ir quanto antes, para verificarmos de perto esse atentado.— Já estou me preparando, Emma queria ir, mas a convenci de ficar em casa para cuidar da princesa.— Irei mandá-la para casa dos nossos pais, assim posso ficar mais tranquilo, não sabemos o que estará por vir.Desligo sem esperar a resposta do meu irmão, olho minha filha ainda dormindo na minha cama, deixo um beijo em sua testa e sigo para fora do quarto.— Bom dia! Margarida, houve um imprevisto e tenho que sair. Assim que Elise acordar, quero ela na casa da minha mãe, mas acredito que Emma esteja chegando a qualquer momento para buscá-la. — E a babá, o que devo fazer?— Irei pedir que minha secretaria e
Caminhos cruzados...Nada melhor do que uma bela loira em minha cama, consegui tirar um pouco o estresse que estava, mas a vida não para. Há deixo no quarto de hotel, minha mãe já mandou várias mensagens, simplesmente dei uma desculpa, primeiro tenho que ir até Juan, ele já tem novidades...Depois da tarde estressante com algumas novidades, é claro que não vou deixar o segurança impune, pois tenho provas de que ele estava com um dos nossos concorrentes, que sempre nos tenta derrubar os LeBlancs. Eles sempre articulam algo contra a nossa empresa, mesmo já tendo a certeza de que a empresa deles está por um fio para decretar a falência. Descobri que o segurança Igor mora em um bairro decadente, consegui conversa com ele e vamos juntar mais prova para derrubar de vez os LeBlancs que nem umas das suas futuras gerações irão lembrar que um dia tiveram o nome reconhecido mundialmente. Voltando da casa dele, estou indo para minha casa para depois ir para a casa da fazenda mais uma vez Emma li
O destino nos atraiu para o caminho certo. Às vezes posso ser impulsiva, em me apegar a pessoas muito facilmente, e tento sempre manter contato, mas sempre tenho que ficar em alerta por ser de uma família rica, muitas vezes as pessoas só se aproximam com interesse. Mas uma pessoa que conseguiu o meu carinho de primeira foi Maya, uma pessoa incrível, simpática e quando você estiver ao lado dela, uma energia boa se instala dentro de si. Depois do acidente, eu fiquei alguns dias de repouso em casa, por mais que não tenha me machucado muito, mas tive que ficar de repouso. Como só Enrico soube do endereço, ele tinha uma viagem marcada, eu não pude voltar lá, era para pegar pelo menos o contato dela. Depois que fiquei melhor, fui até a casa, que me acolheu, mas quando cheguei, uma mulher disse que ela mudou de estado. Fiquei muito triste, queria muito conhecer a família dela. E agradecer mais uma vez pelo que fez por mim. Cheguei tarde demais, cheguei a comentar com Enrico, ele diss
A vida sempre nos surpreende! Fico olhando-o na minha frente, esse rosto não é desconhecido, fecho meus olhos e tento me lembrar de onde o conheço... É ele o bonitão que esteve em minha casa, o irmão da Emma. Isso é ele mesmo, esse rosto eu nunca iria me esquecer. — Maya, você está se sentindo bem? — Ele fala em tom de preocupação. Abro os olhos e fico o encarando, tentando me forçar para falar, com calma. — Estou, só estou me acostumando com a claridade, você é o irmão da Emma? — O pergunto para sanar as minhas dúvidas. — Sim, sou Enrico, Maya queria te pedir desculpas. — Fico curiosa, sobre o que ele quer me pedir desculpa, ele não fez nada. — Maya, não deu tempo de frear, por mais que eu estivesse com velocidade reduzida... eu tentei, mas você apareceu do nada no meio da pista, não tive como desviar. — Ele diz com pesar. — Foi você que me atropelou? — O questiono. — Sim, parecia que você estava fugindo de alguém. —Começo a me desesperar e lembrar do homem que vinha lo