Judith“A fada madrinha tocou a Cinderela com a varinha e, num instante, seus trapos se transformaram em um lindo vestido de gala, todo bordado de prata e ouro. E assim que o príncipe a viu, ficou encantado e dançou com ela a noite toda. Todas as outras damas do baile olharam para ela admiradas com sua beleza. Mas a meia-noite, ao tentar fugir, como a fada madrinha ordenara, Cinderela deixou cair um dos seus sapatinhos de cristal. O que permitiu ao príncipe encontrá-la mais tarde."Por algum motivo lembrei-me de quando a minha mãe me contava histórias de fantasias. Naquela época me sentia uma criança, me via como uma criança. Eu era uma criança. Portanto, sonhava como tal. Mas quando tudo desmoronou simplesmente deixei de sonhar. Eu só… me esqueci como fazia isso. E Thomas trouxe essa possibilidade de volta.Sorrio, encarando as ruas de Londres, à medida que o carro corre pelo asfalto, levando-me para a editora. E quando fecho os meus olhos, juro que consigo ver o seu sorriso.— Chega
Thomas… Thomas Elliot, onde você está?!… Eu não admito que você me deixe aqui sozinha!… Vamos ver o que a coroa acha desse seu comportamento lamentável!Ouvir as mensagens irritantes na minha caixa de mensagens me faz bufar de raiva. Rebecca mentiu para mim, me enganou, abandou o seu lar e esqueceu-se do nosso casamento por um ano inteiro. Ela fingiu estar morta e agora quer voltar para casa como se nada tivesse acontecido?Ela está de brincadeira?!Temos uma morte nisso tudo. Uma garota que eu nem sei dizer se é ou não inocente nisso tudo e ela se comporta como se fosse a coisa mais natural do mundo.Eu preciso consertar toda essa bagunça. Só assim poderei ter Judith de volta, mas como? Se brincar serei acusado de assassinato.— Chegamos Senhor Birmingham! — Alfred para o carro em frente a um restaurante no centro de Londres e logo após sair do veículo, ajeito o meu terno e após adentrar o prédio vou direto para a varanda no segundo andar, onde o Barão de Luxemburgo já me aguarda.
Thomas— Darly?— Sua graça?— A Judith está por aí? — Procuro saber assim que o carro entra em movimento. — Estou tentando falar com ela, mas só cai direto na caixa postal.A garota faz um som de desagrado do outro lado da linha.— Aqui está uma loucura, Senhor Duque. Tem jornalistas brotando de todos os lados. E eles querem falar com ela. — Solto um grunhido estrangulado.— E onde ela está?— Eu não sei, mas posso… — Encerro a ligação antes de ela terminar a sua frase. Aborrecido, olho pela janela do carro e fecho as mãos em punho quando percebo a imagem de Judith ser exibida em um telão com a manchete: Amante do Duque de Birmingham, além de várias pessoas lendo jornais e fazendo comentários entre si. Então o carro para no sinal vermelho e uma loja chama a minha atenção. — Procure um lugar para estacionar, Alfred! — ordeno, saindo do carro de repente e caminho apressado para a loja, adentrando um hall neutro, porém, elegante.— Oh, sua graça! — Um homem fala reverenciando-me.— Prec
JudithNão consigo deixar de pensar que estou vivendo um sonho acordado. Penso quando sinto o toque dos seus dedos arrastando-se pelas minhas costas, enquanto fazem pequenos círculos em minha pele. O calor do seu corpo colado no meu me aquece, enquanto a neve cai impiedosamente lá fora. A sua respiração morna está batendo contra a minha nuca, causando-me leves arrepios por todo o meu corpo e me pego sorrindo quando lembro que fui amada nessa cama não só pelo seu corpo, mas pela sua alma também.Devo dizer que essa sensação de felicidade que me absorve agora é incrível. Mas eu sei que tudo está por um fio de se acabar.— Eu sinto muito pelo ocorrido, querida! — Thomas sibila baixinho, quando o seu rosto se enfia entre os meus cabelos e ele aspira o meu cheiro sem pressa, deixando-me arrepiada. No entanto, estou confusa.— Ocorrido? — pergunto um tanto curiosa, virando-me de frente para ele. E sou imediatamente arrebatada pelo brilho dos seus olhos.— Pela mentira na manchete — esclarec
Judith— Obrigada, Bóris! — digo ao sair do carro e quando dou alguns passos na direção da entrada do prédio, paro e olho para trás. — O Thomas não virá essa noite. Será que pode focar de olho nas coisas para mim?— É claro, Duquesa. Ninguém chegará perto da sua porta — garante. O fito em silêncio por alguns segundos. Então meneio a cabeça em concordância e caminho para dentro do prédio.Dentro do elevador tiro o cartão da jornalista do meu bolso e olho para o número tentada a fazer uma loucura.Nervosa, solto uma lufada de ar pela boca e quando dou por mim, estou fazendo a ligação.— Lucy Michel?— Sim, é ela. Com quem eu falo?— Judith Evans, a esposa do Duque de Birmingham — respondo-lhe com um tom firme na voz. E o seu silêncio me diz que ela foi pega de surpresa.— Oh, claro! Em que posso ajudá-la, Evans?— Você disse que queria a verdade, certo?— Com certeza. Fale conosco, Evans. Exponha o seu lado da história e deixe que o mundo conheça a sua versão.As portas do elevador se s
Judith— Ora vamos, preguiçosa, acorde! — Thomas sussurra suavemente contra a minha pele, me fazendo abrir um sorriso languido e no ato, me espreguiço debaixo dele, abrindo uma brecha de olhos sonolentos.— Que horas são? — sibilo, sentindo a minha voz rouca de sono. Contudo, ele não para de beijar as minhas costas, fazendo uma trilha tão gostosa, que me faz arrepiar inteira.— Tarde. E se você continuar dormindo, vamos perder o nosso voo.Ah sim. Após a entrevista forçada de Rebecca ela acabou na prisão e a lista de crimes que ela cometeu, lhe renderá alguns anos na prisão. Sem falar no Adam que resolveu acompanhar de perto o julgamento da falsa Duquesa. Enquanto isso, Thomas Elliot de Birmigham está disposto a me tirar do país por alguns dias.— Ok, Senhor Duque e quanto tempo eu tenho? — Viro-me para olhá-lo, mas os seus olhos se fixam nos meus seios desnudos.— Duas horas.— Duas? — questiono um tanto sugestiva. Seus olhos encontram os meus e Thomas entende exatamente o que se pas
Judith— Escolha o que você quiser, querida.Thomas simplesmente me pediu, deixando-me sozinha com uma atendente e eu sequer tive a oportunidade de perguntar onde ele estava indo. Então encarei os incontáveis vestidos de noiva sem saber por exatamente começar. Contudo, um em especial me chamou a atenção. Ele é bem simples, com decote canoa, de um branco suave curto e com uma saia godê na altura dos meus joelhos.O meu coração está batendo diferente.Estou escolhendo me casar com o homem que eu nunca imaginei amar. E o amo como a minha vida. Estou escolhendo o meu jeito para me casar. Sem todo aquele glamour, sem ondas de flashes e sem multidões. Apenas ele e eu. Pensar nisso me faz sorrir e me faz pensar que eu estive o tempo todo enganada. O amor existe para garotas como eu.— Que tal esse, Duquesa? — Desperto a atendente ergue um lindo e estravagante buque de rosas brancas.— É, você tem lírios cor de rosa?— Oh! Lírios? Claro!E quando ela se afasta aproveito para me olhar no espel
Judith— Judith! — Abigail, Sophie e Violet praticamente gritam assim que nos vir entrar na mansão Birmingham. Elas abrem enormes e sorrisos e correm animadas na nossa direção.— Ei, eu não ganho abraços não? — Thomas resmunga com fingida indignação quando sou abraçada pelas três ao mesmo tempo.— É claro que sim, irmão. Mas estávamos com muitas saudades da Judith. — Abigail retruca.— Thomas, que saudades! — Josephine o abraça carinhosamente, assim como a Lydia e logo elas estão tagarelando perguntas umas atrás da outra.— Como vocês estão? — Josephine procura saber quando as meninas se afastam animadas com seus presentes. Em resposta, Thomas me puxa para colar-me na lateral do seu corpo.— Perdidamente apaixonados. — Ele beija calidamente os meus cabelos e em seguida a garota abre um sorriso de olhos brilhantes.— Eu sabia!— E, estamos casados de verdade.Josephine parece confusa.— Como assim, sua graça?— A Judy eu tinha um acordo nupcial. Mas agora nos casamos por amor.— Simples