JudithNo dia seguinte na editora…— Bom dia, Judy!— Bom dia, Darly!— Nossa, você está bem?— Estou. Por quê?— Não sei, parece que faz dias que você não dorme.Se ela soubesse.— O que temos para hoje?— O Senhor Hill precisou fazer uma viagem de emergência para o Brasil e pediu para você adiantar os relatórios de contratação dos escritores.— E onde eles estão?— Os coloquei em cima da sua mesa assim que o Adam trouxe.— Ok! E, Darly eu não quero ser incomodada. A leitura desses relatórios exige muita atenção, então não repasse nenhuma ligação até eu terminar, ok?— Sim, Senhora.Assim que adentro a minha sala, fecho a porta atrás de mim e imediatamente seguro a pilha de papéis com cuidado para levá-la a mesinha de centro. Na sequência peço uma xícara de café para Darly e me acomodo no sofá de três lugares para iniciar a minha leitura. Em algum momento um pedaço de papel dobrado escapa de um dos documentos e cai no chão. Nervosa, saio do sofá e me debruço para buscá-lo debaixo do
Thomas— Eu… estou com muito frio. — Ela diz estupidamente trêmula, tentando aquecer o seu corpo com seus próprios braços. Mas é os seus lábios roxos que chama a minha atenção.— Merda, o que você fez?! — rosno e cuidadoso, a abraço, levando-a para dentro de casa.— Judith?! — Minhas irmãs levantam-se em alerta.— O que aconteceu com você? — Josephine questiona preocupada e vem logo atrás de nós. Entretanto, enquanto subo os degraus, deixo algumas ordens para ela.— Peça para Flora preparar um chá e peça para ela levar uma sopa de legumes. A Duquesa precisa se aquecer agora!— Certo.Escuto os seus passos apressados, enquanto conduzo Judith para o nosso quarto. Dentro do cômodo ajudo a despi-la e sinto o gelo na sua pele. Mas o fato de ela não parar de se tremer me deixa em combustão.Onde ela estava com a cabeça de vir a pé para casa, debaixo de uma torrente e em pleno inverso inglês?— Venha! — peço cauteloso, guiando-a para dentro de uma banheira com água morna e imediatamente ela
Thomas— Judith, abra os olhos. Olhe para mim — peço docemente e uma pequena brecha castanha me encara. Contudo, sua visão parece turva e eu penso que ela ainda está presa em seus delírios febris. — Sente-se, precisa tomar um remédio para baixar a febre.— A minha cabeça está doendo.— Logo tudo isso vai passar — falo enquanto ela engole o comprimido.— Estou com frio.— Vem aqui! — A puxo para os meus braços, livrando-me do copo e ela se aconchega junto ao meu corpo. — Vai passar! — sibilo, enquanto afago as suas costas e me pego beijando os seus cabelos.… Ele não me quer!Ele?Quem é ele? Um amor do seu passado?Alguém que partiu o seu coração?É por isso que não quer um relacionamento de verdade?Ou tudo só está ligado a morte dos seus pais?São perguntas que eu jamais terei respostas e que não posso reivindicá-las, porque nada construído entre nós é verdadeiro.***No dia seguinte…O cântico dos passarinhos me faz abrir uma brecha de olhos cansados e a minha primeira visão é o r
Judith…— O que você quer dizer com isso, Magnólia? Tio Willian resmunga irritado, porém, com um tom baixo. Acho que ele não quer que eu escute, mas a porta do orfanato está entreaberta e é impossível não escutar.— Não podemos ficar com ela, Willian.— Mas ela é a minha sobrinha e esse foi o último desejo do meu único irmão! — O que você quer que eu diga, Willian? Acabamos de nos casar e ainda estou construindo a minha carreira como médica cirurgiã. Eu não posso e não vou assumir uma criança que não é minha!Escuto o som do seu suspiro alto.— Ele deixou uma herança, Magnólia. Como eu resolvo isso?— A herança está no seu nome…— Se, eu ficar como tutor da criança!— Não importa, está no seu nome! E o que uma criança vai fazer com tanto dinheiro?Eles percebem a minha presença e fecham a porta para continuar a discussão. Minutos depois, tio Willian se despede de mim.…Abro uma brecha de olhos pesados e preguiçosos com essa última lembrança. Pensar que tio Willian nunca foi me vis
Judith— É uma ordem, Duquesa! — Thomas sibila com um som rouco na voz e ofegante paro de lutar. Os nossos olhos se encontram no meio do nosso silêncio. Globos castanhos escuros, com um brilho encantador.Paro de respirar quando deliberadamente os seus lábios tocam timidamente nos meus. Contudo, o meu coração bate feroz dentro do meu peito, ensurdecendo os meus ouvidos.— O que você está fazendo? — pergunto com um fio de voz, mas a sua carne macia volta a tocar na minha carne sensível e por um mísero segundo me vejo desejando a sua boca na minha.— Encontrando uma maneira de fazê-la desistir. — Ele sussurra e antes que eu consiga rebater, Thomas me beija.Um beijo calmo e preguiçoso. Sem imposição ou invasão, apenas um roçar de lábios que rouba toda a minha estabilidade. Logo um som fino e manhoso escapa da minha garganta e isso o faz soltar as minhas mãos para segurar nos meus cabelos, e imediatamente ele aprofunda o nosso beijo.Hortelã. O seu sabor é gostoso e refrescante como o ma
Thomas— Antes de qualquer coisa, eu preciso saber se você está bem?Eu estou?Céus, sim, me sinto maravilhosamente bem.— Estou — respondo timidamente.— Eu te machuquei?— Não! Quer dizer, foi… maravilhoso! — Thomas abre um breve sorriso.— Também gostei do que fizemos e… pensei que podíamos fazer isso mais vezes. — Me inquieto com essa conversa e penso em sair da cama, mas ele se move rápido e me prende debaixo dele. Os nossos olhos se conectam e eu não faço ideia do que ele está pensando.Sexo no casamento? Isso não é uma consumação?— Pare de pensar, Judith e olhe pelo lado bom.— Qual é o lado bom? Isso que fizemos é…— Sexo. Homens e mulheres fazem essas coisas e não necessariamente quando são casados.— O que quer dizer?— Que podemos aderir ao nosso acordo. Sexo, quarto e camas separadas. Pode dar certo para nós dois.De repente me sinto aliviada.— Você quer dizer, sexo casual?— Eu quero dizer, sexo sem qualquer compromisso.Isso parece bom!Quer dizer, a um minuto atrás e
Thomas— Para começo de conversa, esse é um caso para uma demissão direta e não para uma segunda chance. E segundo, é de mim que ele está falando. De onde ele me conhece? O que ele sabe sobre mim? Este homem está me acusando de algo e eu quero saber de que! — As suas últimas palavras saem como um berro irritado. Contudo, levo as minhas mãos para o seu peitoral e esse meu gesto não escapa aos seus olhos.Acredite, aos meus também, não. E nem mesma essa sensação de dureza na palma das minhas mãos.— Por favor, deixe-me resolver isso do meu jeito? — peço trêmula. Thomas fecha os seus olhos por um breve momento. — Se não der certo, eu…— Tudo bem! Mas se ele voltar a fazer. Se voltar a importuná-la, eu quero que me diga.— Eu prometo! — falo, sentindo o alívio percorrer todo o meu corpo. — Obrigada!— Não me agradeça. Ainda estou puto com isso. — Ele diz e me faz afastar para o lado no mesmo instante.Solto uma respiração alta pela boca e decido ir pôr uma roupa para sair.***— A Duquesa
ThomasComo ela pode esconder algo assim de mim? Aquele chantagista podia ter feito algo pior com ela! Estou me perguntando o que ele quer com isso? Por que ele está me acusando e trazendo dúvidas a cabeça da minha esposa?— Collin? — falo assim que ele me atende e com um gesto de mão, faço um sinal para o meu motorista ligar o motor do carro.— Você está bem? Parece irritado.— Eu estou puto mesmo! Como pode permitir que Adam Clifford assediasse a minha esposa dentro da sua empresa?— Como é que é?— Aquele imbecil chantagista está me fazendo acusações através de bilhetes anônimos para Judy! — berro irritadiço.— Judy? Olha só!Reviro os olhos possesso.— Dá para focar no que realmente interessa? Onde você está?— No Brasil.— Pois volte agora e vamos resolver essa situação. Eu quero aquele homem bem longe da “minha esposa!” — Dou ênfase ao final da frase e encerro a ligação sem esperar pela sua resposta.… Por favor, deixe-me resolver isso do meu jeito?— Sinto muito, querida, mas n