Judith
… Judith Evans, apesar de nos conhecermos tão pouco seu sei, eu sempre soube que nascemos um para o outro. Querida, você aceita se casar comigo?
— Ah!
Acordo em um sobressalto, puxando o ar com forço e sentindo a minha garganta seca. Imediatamente salto para fora da cama e saio do quarto em busca de água. Definitivamente estamos cometendo a maior loucura das nossas vidas. Penso quando abro a geladeira e pego uma garrafinha dentro dela. Contudo, ao abri-la, meus olhos param em cima do anel de diamante no meu anelar.
… Sim!
Esse som preenche os meus ouvidos e me dou conta de que não foi um sonho.
— Eu estou noiva!
Dizer isso em voz alta me apavora e me esqueço da água imediatamente, para andar de um lado para o outro. A visão de Thomas ajoelhado diante de mim e do seu sorriso se abrindo quando ouviu a afirmação sair da
Judith— Que espécie de pergunta é essa?— Collin, por favor!— Ok! — Ele ergue as mãos em redenção. — Conheço o Thomas desde pequeno. Estudamos juntas e brincamos muitas vezes. A meu ver, ele era um garoto ingênuo e…— Eu gostaria de saber sobre o Thomas adulto.— Eu posso afirmar que Thomas é uma pessoa maravilhosa e que ele jamais machucaria alguém…— Nem mesmo a sua esposa?Novamente ele une as sobrancelhas.— Não vai me dizer o que está acontecendo?— Ah… — balbucio. — Não é nada.— Nada?— Quer dizer… eu disse sim e… ficamos noivos…— Noivos? Meu Deus, quando ia me contar isso? — Seu olhar escrutínio corre para a minha mão direita.— Collin, eu
Thomas— Deixe-me ajeitar a sua gravata, sua graça. — Collin fala com seu habitual tom firme, se aproximando de mim e logo as suas mãos estão manuseando a gravata ao redor do meu pescoço. — Posso te perguntar uma coisa? — inquire enquanto faz o seu trabalho minucioso.— É claro — falo, mexendo na lapela do meu terno de luxo.— Por que tanta pressa?— O que?— Esse casamento apressado, Thomas. Por que quer levar a Judy ao altar do dia para a noite?— É Judith e não Judy! — O repreendo um tanto irritado. — E logo ela se tornará a Duquesa de Birmingham, então cuidado como vai tratá-la de hoje em diante.Collin ignora a minha rabugice e continua ajeitando o nó.— Conversou com ela?— Sobre?— Está falando sério, Thomas?— A Jud
Thomas— Thomas? — A voz baixa de Judith me desperta e eu tenho a real clareza do seu rosto. Portanto, inclino a minha cabeça na sua direção sem desviar os meus olhos dos seus e deixo um beijo casto em sua testa.— Eu vos declaro marido e mulher!Está feito! Penso quando seguro na sua mão para sairmos da catedral, recebendo uma chuva de arroz dos esfuziante e alegrias convidados, recebendo as congratulações de cada um deles.— E agora? — Judith pergunta enquanto dançamos uma valsa sob os olhares curiosos ao redor do grande salão da recepção de casamento.— Vamos para a lua de mel, Duquesa — digo o óbvio.— Lua… de mel? — Ela gagueja.— Relaxe, Judith, eu tenho tudo sobre controle — falo à medida que nos embalamos. — Iremos para o sul da ilha onde mantenho uma
Thomas… Você não vai comer?… Não.… Por quê?… Preciso trabalhar, Judith.A verdade, é que eu estava contando os minutos para me trancafiar em um único lugar dessa casa e de abafar todos os sons que estão me assombrando desde que pus os meus pés aqui nesse lugar. Judith não pode me ver vulnerável. Ela pode sentir a minha fraqueza e se tornar mais forte do que eu. Portanto, o ideal é manter-me distante dela e tudo durante o tempo que ficarmos aqui. Entretanto, ao passar pela porta do meu escritório os meus sentidos parecem fugir do meu controle. A porta se fecha como um eco sombrio atrás de mim, enquanto os meus pulmões são esmagados pelo meu pânico e eu luto para respirar. Um suor gelado começa a encharcar a minha camisa e por mais que eu puxe o ar ele não vem.
Thomas— Você deveria se alimentar direito, Thomas. — O seu retrucar me faz parar a dois passos da saída da cozinha. Então me viro para olhá-la e droga, o seu olhar inocente me lembra tanto a Rebecca que chega a doer dentro do meu peito. E inconscientemente levo uma mão para massagear sutilmente o local.— Não se preocupe comigo, Duquesa. Eu ficarei bem — rebato ainda com mal humor, saindo imediatamente do cômodo.Diferente do dia anterior, dessa vez consigo mergulhar de cabeça nos negócios e passo horas a fio analisando contratos, e novos investidores. E só saio do escritório no meio da tarde. Na sala de estar um barulho de águas agitadas me chama a atenção e curioso, me aproximo da porta lateral de vidro transparente, e logo sou arrebatado pela visão da minha linda esposa usando apenas um minúsculo biquini curtinha. E vê-l
JudithIdiota! Se ele prefere se afundar em trabalhos para mim tudo bem. Resmungo mentalmente enquanto caminho pelo corredor que me levará de volta a sala de estar. Assim que adentro o cômodo bebo mais um gole do meu vinho e vou para perto do som. Logo uma travessura se passa pela minha cabeça e eu penso que isso deve ser o efeito do álcool na minha cabeça, que nesse instante está dando leves giros. Portanto, aperto o botão de ligar e uma playlist se forma no painel iluminado. Deslizo levemente o meu indicador pela lista a procura de algo dançante e sorrio quando encontro algo que me agrada. Então aperto novamente o botão e Girls Like You começa a tocar.Ah, eu amo essa música!Penso, entregando-me ao seu embalo levemente dançante e no ato, fecho os meus olhos, erguendo a minha taça acima da minha cabeça. Sinto-me mais leve
O que há de errado com você? Essa pergunta preenche a minha cabeça e penso que isso não é da minha conta. Que eu deveria voltar para a minha cama macia e quentinha, e me esquecer que o vi ali tão vulnerável. Mas o fato de Thomas ajoelhar-se no chão e de o seu choro tornar-se ainda mais compulsivo, e dolorido está me matando por dentro. Por um instante eu quis sair correndo de dentro desse quarto para ir abraçá-lo fortemente. Queria dizer-lhe que tudo ficará bem, mas os meus pés não pensam a mesma coisa. Então apenas continuo parada aqui no meu lugar assistindo a sua dor por sabe Deus quanto tempo.— Mas o que você… — Entro em pânico quando ele pula na água gélida da piscina e se deixa submergir completamente, e fica lá no fundo. — Suba, Thomas! Por favor, suba! — rogo baixinho como uma súplica,
ThomasNa manhã seguinte…Solto um suspiro alto e arrastado, abrindo os meus olhos pesados e sinto um incomodo desagradável devido a claridade do meu quarto. Com um grunhido estrangulado me sento e percebo que adormeci no chão, bem ao pé da minha cama. Contudo, fito o cobertor grosso e macio. E uma lembrança da noite passada me absorve. Eu no fundo da piscina tentando calar os meus pensamentos cheios de acusação e de raiva. Depois, Judith surgiu bem na minha frente. Os seus cabelos flutuavam na calmaria da água transparente e os seus olhos me fitavam em um misto de preocupação e de medo. Então ela me puxou para fora e o barulho retornou para dentro da minha cabeça.Ela estava tentando me salvar, mas ela não faz ideia de que não tenho salvação. Ela não pode me salvar. Ninguém pode.… Saia de perto de