Thomas
— Que tal essas flores, sua graça?
— Eu pensei em tules e copos-de-leite para a decoração da igreja e para o buquê.
— Precisamos da lista de convidados para o casamento, sua graça.
— A rainha garantiu a sua presença, sua graça. Podemos elaborar um lugar especial para vossa majestade…
Judith tinha toda razão. Muitas coisas para decidir em tão pouco tempo. E o pior é ter que olhar para todas essas pessoas me enchendo de perguntas a cada segundo com os detalhes de coisas que eu não consigo dominar. Estou sufocando no meio de tantas mulheres especulativas, falando de tudo o tempo todo, sempre exigindo alguma resposta de mim.
— A futura Duquesa não vai participar das escolhas dos detalhes do casamento? — Essa pergunta me faz despertar e encarar os olhares especulativos vidrados em cima de mim. Balbucio sem
Thomas— Você está linda, Judith! — sibilo, sem conseguir desviar os meus olhos do rosto oval perfeitamente maquiado.— Obrigada! — Sua voz está tremular um pouco e me pergunto o porquê. — Me desculpe, é que… uh! Eu não estava preparada para esse momento. Quer dizer, eu tinha dois dias para me preparar, mas…— Só relaxe, Judith — peço docemente. — Você vai perceber que não para tanto quando a conhecer. A rainha é uma pessoa encantadora. E se você não souber o que dizer para ela, apenas sorria. — Ela bufa, parece contrariada com as minhas palavras.— Eu não uma boneca de porcelana para ser exibida, senhor Birmingham! Seria ridículo da minha parte ser recebida pela rainha da Inglaterra e não lhe dizer uma palavra sequer! — Abro a porta do carro para ela se acomodar no banc
Judith… Judith Evans, apesar de nos conhecermos tão pouco seu sei, eu sempre soube que nascemos um para o outro. Querida, você aceita se casar comigo?— Ah!Acordo em um sobressalto, puxando o ar com forço e sentindo a minha garganta seca. Imediatamente salto para fora da cama e saio do quarto em busca de água. Definitivamente estamos cometendo a maior loucura das nossas vidas. Penso quando abro a geladeira e pego uma garrafinha dentro dela. Contudo, ao abri-la, meus olhos param em cima do anel de diamante no meu anelar.… Sim!Esse som preenche os meus ouvidos e me dou conta de que não foi um sonho.— Eu estou noiva!Dizer isso em voz alta me apavora e me esqueço da água imediatamente, para andar de um lado para o outro. A visão de Thomas ajoelhado diante de mim e do seu sorriso se abrindo quando ouviu a afirmação sair da
Judith— Que espécie de pergunta é essa?— Collin, por favor!— Ok! — Ele ergue as mãos em redenção. — Conheço o Thomas desde pequeno. Estudamos juntas e brincamos muitas vezes. A meu ver, ele era um garoto ingênuo e…— Eu gostaria de saber sobre o Thomas adulto.— Eu posso afirmar que Thomas é uma pessoa maravilhosa e que ele jamais machucaria alguém…— Nem mesmo a sua esposa?Novamente ele une as sobrancelhas.— Não vai me dizer o que está acontecendo?— Ah… — balbucio. — Não é nada.— Nada?— Quer dizer… eu disse sim e… ficamos noivos…— Noivos? Meu Deus, quando ia me contar isso? — Seu olhar escrutínio corre para a minha mão direita.— Collin, eu
Thomas— Deixe-me ajeitar a sua gravata, sua graça. — Collin fala com seu habitual tom firme, se aproximando de mim e logo as suas mãos estão manuseando a gravata ao redor do meu pescoço. — Posso te perguntar uma coisa? — inquire enquanto faz o seu trabalho minucioso.— É claro — falo, mexendo na lapela do meu terno de luxo.— Por que tanta pressa?— O que?— Esse casamento apressado, Thomas. Por que quer levar a Judy ao altar do dia para a noite?— É Judith e não Judy! — O repreendo um tanto irritado. — E logo ela se tornará a Duquesa de Birmingham, então cuidado como vai tratá-la de hoje em diante.Collin ignora a minha rabugice e continua ajeitando o nó.— Conversou com ela?— Sobre?— Está falando sério, Thomas?— A Jud
Thomas— Thomas? — A voz baixa de Judith me desperta e eu tenho a real clareza do seu rosto. Portanto, inclino a minha cabeça na sua direção sem desviar os meus olhos dos seus e deixo um beijo casto em sua testa.— Eu vos declaro marido e mulher!Está feito! Penso quando seguro na sua mão para sairmos da catedral, recebendo uma chuva de arroz dos esfuziante e alegrias convidados, recebendo as congratulações de cada um deles.— E agora? — Judith pergunta enquanto dançamos uma valsa sob os olhares curiosos ao redor do grande salão da recepção de casamento.— Vamos para a lua de mel, Duquesa — digo o óbvio.— Lua… de mel? — Ela gagueja.— Relaxe, Judith, eu tenho tudo sobre controle — falo à medida que nos embalamos. — Iremos para o sul da ilha onde mantenho uma
Thomas… Você não vai comer?… Não.… Por quê?… Preciso trabalhar, Judith.A verdade, é que eu estava contando os minutos para me trancafiar em um único lugar dessa casa e de abafar todos os sons que estão me assombrando desde que pus os meus pés aqui nesse lugar. Judith não pode me ver vulnerável. Ela pode sentir a minha fraqueza e se tornar mais forte do que eu. Portanto, o ideal é manter-me distante dela e tudo durante o tempo que ficarmos aqui. Entretanto, ao passar pela porta do meu escritório os meus sentidos parecem fugir do meu controle. A porta se fecha como um eco sombrio atrás de mim, enquanto os meus pulmões são esmagados pelo meu pânico e eu luto para respirar. Um suor gelado começa a encharcar a minha camisa e por mais que eu puxe o ar ele não vem.
Thomas— Você deveria se alimentar direito, Thomas. — O seu retrucar me faz parar a dois passos da saída da cozinha. Então me viro para olhá-la e droga, o seu olhar inocente me lembra tanto a Rebecca que chega a doer dentro do meu peito. E inconscientemente levo uma mão para massagear sutilmente o local.— Não se preocupe comigo, Duquesa. Eu ficarei bem — rebato ainda com mal humor, saindo imediatamente do cômodo.Diferente do dia anterior, dessa vez consigo mergulhar de cabeça nos negócios e passo horas a fio analisando contratos, e novos investidores. E só saio do escritório no meio da tarde. Na sala de estar um barulho de águas agitadas me chama a atenção e curioso, me aproximo da porta lateral de vidro transparente, e logo sou arrebatado pela visão da minha linda esposa usando apenas um minúsculo biquini curtinha. E vê-l
JudithIdiota! Se ele prefere se afundar em trabalhos para mim tudo bem. Resmungo mentalmente enquanto caminho pelo corredor que me levará de volta a sala de estar. Assim que adentro o cômodo bebo mais um gole do meu vinho e vou para perto do som. Logo uma travessura se passa pela minha cabeça e eu penso que isso deve ser o efeito do álcool na minha cabeça, que nesse instante está dando leves giros. Portanto, aperto o botão de ligar e uma playlist se forma no painel iluminado. Deslizo levemente o meu indicador pela lista a procura de algo dançante e sorrio quando encontro algo que me agrada. Então aperto novamente o botão e Girls Like You começa a tocar.Ah, eu amo essa música!Penso, entregando-me ao seu embalo levemente dançante e no ato, fecho os meus olhos, erguendo a minha taça acima da minha cabeça. Sinto-me mais leve