Olívia não acordou nem mesmo com o barulho da campainha, não estava apenas dormindo, também estava sonhando, como se a mente tivesse dado a ela o prazer de continuar presa na delícia do que sentiu com Nick.Dormiu pensando no que sentia e sonhou com o que experimentou.Já o namorado descobriu que coisas simples podiam ser particularmente difíceis, fechar a calça, por exemplo.Tentou de todas as formas acomodar o membro dentro da roupa até que desistiu e pegou uma calça de moletom. Abriu a porta certo de que seria um dos homens do condomínio, mas deu de cara com uma soldado.— OiNão conseguiu articular as palavras, ficou surpreso, mas principalmente com vergonha.Killer ficou vermelha e desceu os olhos pelo peito masculino até alcançar o volume aparente na roupa.A mulher temida por muitos, também era uma menina, não tinha experiência nenhuma com os homens, simplesmente não gostava deles.Ao menos não da companhia, mas já tinha pensado sobre sexo algumas vezes e em todas era forte, gos
Nick deixou Killer para trás os passos largos do rapaz a obrigaram a correr para alcançar o pai de Zuri, percebeu que ele continuava sendo a mesma pessoa de sempre, quieto e arrogante demais para que qualquer mulher conseguisse se interessar por ele.A única pessoa que Nick parecia enxergar era Olívia, os olhos dele brilharam no instante em que a menina surgiu, como se algo nele se completasse, como se a presença da namorada o fizesse vestir uma máscara extremamente atraente. Odiou ainda mais os homens, internamente o xingou.- falso, hipócrita!O alcançou alguns metros a frente, ofegante, ainda assim tentou alertar o filho de Ivan, ali as regras eram para todos. O capo não separava as pessoas por postos como no passado, nem protegia os seus, ao contrário, até mesmo o pai do capo, apesar de ser um senhor era direcionado para missões e punido quando algo fugia as regras.Todos sabiam disso e todos concordavam, se sentiam finalmente em uma organização onde a justiça ditava as regras.—
Olivia não estava preocupada em manter a noção, nem parecer serena e muito menos em respeitar a casa de Kyara. Aquela mulher tinha tocado em algo inegociável, o amor que sentia por Zuri. Algumas vezes, na época em que ainda achava que Nick estava morto, ela olhou para Zuri e o pensamento a traiu. Se perguntava como teria sido o destino se nunca tivesse pulado a janela para ir procurar por Zuri, se tivesse ficado naquele quarto de hotel em Zanzibar abraçada ao homem que amava. Pensou, a dor a fez olhar para Zuri e se culpar por ter priorizado a filha ao invés de Nick, mas segundos depois, quando via o olhar curioso de Zuri, ela tinha certeza de que nada poderia ser mais valioso ou mais puro do que o amor que recebia de graça da filha. E foi exatamente nisso que pensou quando invadiu o quarto de Kyara.Alguém incapaz de ver a pureza de uma criança não merecia estar vivo!— Você não tem ideia do quanto eu tô me segurando pra não enfiar a mão na sua cara sua víbora desgraçada. Como vo
Olivia se assustou, parou por alguns segundos e foi o bastante para que Kyara reagisse outra vez. As duas rolavam no chão como dois animais selvagens, para alguém de fora seria difícil saber quem era quem, mas Nick reconheceria a namorada em qualquer lugar do mundo. O rapaz estava segurando o pai de Kyara com mão espalmada no peito do senhor. Quando o homem tentou intervir, Nick o empurrou com o braço como se quisesse tirar algum incômodo da sua frente. Só quis impedir que o homem se aproximasse de Olivia, não usou força, ao menos não sentiu que havia usado. Apesar disso, o senhor começou a esfregar o peito e procurar pelo ar como alguém que tinha acabado de ser salvo de um afogamento.Afrouxou o aperto, mas ainda manteve o corpo do homem preso ao batente, não permitiria que Olivia se ferisse, não mais, não outra vez!Nick olhou para o rosto vermelho de Oliva focou nas coisas que diziam uma a outra.— Não vai encostar nos meus filhos, entendeu? A frase se intercalava com ameaças c
Olívia não perdeu tempo. Ignorou a histeria e o nariz sangrando de Kyara. Falou com o namorado como se desse uma ordem:— Nick, me ajuda! Ele não tá respirando!O rapaz ficou paralisado. Não sabia como ajudar, nem sequer tinha percebido quando o pai de Kyara perdeu os sentidos. Estava hipnotizado pela namorada. Enquanto ela defendia Zuri, ele viveu todos os sentimentos possíveis. Primeiro, um orgulho imenso de ter ao seu lado uma mulher que, mesmo depois de tudo o que viveu, era incansável para proteger os seus. Depois, quando lembrou da gestação, teve medo de que ela perdesse o bebê. Estranhamente, logo em seguida, pensou que isso poderia acontecer que, se Deus olhasse para eles, Olívia nem precisaria saber. Por último, ele apenas não queria que ela se ferisse.Nick segurou o pai de Kyara apenas porque não permitiria que mais ninguém machucasse Olívia. Nunca quis matar aquele homem. Ao contrário, até gostava dele.Seus olhos estavam presos no rosto pálido e imóvel do homem. Mas não er
Nem todas as pessoas lidam com a dor da mesma forma, Olívia enfrentou o sofrimento com o coração, Kyara optou por responder fogo com fogo.Foi rejeitada pela mãe desde o instante em que nasceu, uma criança com deficiência nunca é bem recebida na máfia e para piorar ainda mais, Kyara nasceu menina.Quando fechou a porta do quarto deixando o pai para fora, ela se lembrou de todas às vezes em que aconteceu a mesma coisa com ela. Era só uma criança em uma cadeira de rodas, precisava fazer um esforço enorme para chegar até o quarto dos pais e quando finalmente conseguia, Ana levantava da cama e batia a porta.O homem que agora estava lá fora batendo e pedindo para entrar quase sempre assistia o que a esposa fazia. Muitas vezes os dois estavam juntos na cama.— SAI DAQUI!Gritou com ódio, mesmo que não ele nunca tivesse feito nada, ainda que as mãos dele não fossem culpadas, ele assistiu, não só quando a mãe esfregava o seu rosto no assento da privada, mas também agora enquanto Olívia a hum
Quando o casal bateu na porta de Júlia, o garotinho já tinha tomado banho e estava comendo torta no sofá enquanto assistia a um vídeo no ipad de Théo.Zuri em compensação não quis mais desgrudar do rapaz, estava encantada com um jogo que Théo tinha apresentado e assim como ele, não quis comer.— Posso levar?— Pode, eu faço uma cópia e você joga no seu computador.Zuri baixou o tom de voz antes de explicar para que precisava daquele jogo.— Não é para mim, meu irmão não sabe contar ainda e a minha mãe não para de falar de escola, quero ensinar o Arjun antes da gente ir, para ninguém rir dele.Théo lembrou da própria infância e acabou sorrindo, o irmão tinha dado a ele um jogo para que ele conseguisse aprender a ordem das letras no alfabeto. Endi não era muito falante, às vezes ciumento, mas sempre o ajudava.— Excelente ideia, Zuri. Vou baixar uma cópia para você e criar um bem mais legal para brincarem juntos, o que acha?— Você sabe fazer jogos? Do jeito que eu quiser? Qualquer cois
Voltaram para casa juntos, porque era exatamente assim que Nick queria passar o resto da vida, muitas vezes precisou se esforçar para não se perder para a necessidade de vingança, mas quando viu Olívia ir até a Kyara e dar o recado da forma mais incisiva possível, percebeu que algumas coisas precisam ser ditas.Levou Zuri no colo, mas fez questão de pegar Arjun, mesmo que o garotinho preferisse ficar agarrado a mãe. Por algum tipo de ironia do destino, a menina que conheceu primeiro a mãe, era colado ao pai e o garotinho que havia pedido Nick como pai ao Papai Noel, amava ficar com a mãe.Uma troca perfeita onde ninguém perdia nada, como uma soma sem fim onde todos se amavam.— Nem pensar, campeão! Falta equilíbrio. Preciso de um em cada braço ou vou ficar com dor nas costas.Arjun refletiu e se deixou pegar, mas a irmã perguntou a Nick se sentindo curiosa.— Mas e quando tivermos um irmão pequeno?Nick se lembrou com tristeza que o irmão de Zuri e Arjun já estava a caminho. Tentou de