Vikran tentava implorar por ajuda a cada voz que aparecia, todos os dias, sentia os vermes rastejaram embaixo da pele, comendo a sua carne.Tentou gritar, mas muitas vezes achava que o que saia da sua boca mais se parecia com os grunhidos dos porcos presos ao seu redor.Sentiu alívio quando um homem se aproximou, finalmente estava sendo ouvido, normalmente tudo o que recebia era uma lavagem que caia de um cano bem acima da sua boca, restos de tripas, verduras podres, cabeças de galinhas e outras nojeiras que ele não conseguia identificar.Comer aquilo não era uma opção, aquela mistura podre caia sobre o seu rosto, entrava pela boca e pelo nariz, se virasse se afogava na lama, se ficasse se afogava naquilo até que a tosse o fazia abrir a boca e engolir a podridão.O alívio percorreu seu corpo por um seguindo, não se lembrava do rosto de Nick, muito menos da voz, para ele tudo não tinha passado de um negócio.— VIKRAN!Ouviu seu próprio nome sair da boca daquele homem em um rosnado chei
Kwami olhou assustado, não teve tempo de fazer nada, mas achava que mesmo que tivesse, não conseguiria. Nick se ajoelhou na lama ao lado de Vikran, segurou o pescoço do indiano apertando as pontas dos dedos com tanta força que a pele necrosada soltou.A mão escorregou como se puxasse uma geleia fedida e nojenta.— Olívia! Lembra dela?A voz de Nick saia misturada a uma respiração estranha e barulhenta, uma espécie de choro e ira que fez Vikran segurar o próprio grunhido de dor.— RESPONDE! OLHA PARA MIM! POR QUÊ? O QUE ELA TE FEZ?A humanidade que o indiano havia esperado finalmente estava diante dele, mas não tinha a face da esperança como ele imaginava que teria, ao contrário, era uma humanidade crua, dilacerada, cheia de ódio e loucura.Vikran não conseguia lembrar daquele nome, não sabia do que Nick estava falando, achou que a mente estava o aprisionando em mais uma alucinação, mas então uma frase o levou de volta ao dia em que Helena foi assassinada.— Ela era uma menina! A minha
Nick chegou em casa coberto de lama e sangue, uma mistura que afastaria qualquer um. A atadura que deveria estar protegendo a cabeça estava molhada de excremento fétido.O barulho da porta fez com que Olívia viesse correndo, queria contar ao namorado o que tinha combinado com a sogra, estava feliz, o cabelo preso em um rabo de cavalo alto segurando uma caixa de adesivos de carrinhos, dinossauros e outros apliques para parede.Sara tinha tudo para o quarto de Arjun, só não tinha usado por razões que compartilhou apenas com Endi e agora com a nora.Derrubou tudo no chão assim que viu o namorado.— NICK!A voz saiu como um chamado desesperado, o choque percorreu o seu corpo e de repente o medo de perdê-lo a dominou outra vez.Correu pisando nos papeis caídos, nada mais tinha importância, nem a raiva que sentiu quando Sara falou sobre a conversa que teve com Kyara, nem o quarto do filho, nem ela mesmo.O mundo pareceu se resumir naquele olhar perdido que o namorado trazia na face.Abraçou
Amor, provavelmente a maior força da natureza, capaz de fazer uma menina resistir ao inferno e de mandar um Deus para buscá-la.Olívia estava sozinha em casa quando o namorado voltou, os filhos estavam com a avó. Sara queria compensar o neto, já havia chorado abraçada a Olívia, mas ainda sentia o peso da culpa queimar dentro dela.Deixou a nora entretida com a reforma, gostaria de ajudar, mas além de ser uma surpresa para Arjun, também queria mostrar os brinquedos que tinha comprado e que infelizmente ficaram esquecidos no antigo quarto de Nick.— Ele vai adorar conhecer o quarto do pai— E a tia dele vai amar ajudar a abrir os pacotes, Ive ama tirar os laços.Ive era a irmã caçula de Nick, a garotinha que era chamada de maçãzinha tinha a delicadeza da mãe e a personalidade arteira e divertida do pai.Sara teve certeza de que Arjun e Zuri adorariam brincar com a menininha.Deixou a nora na casa sem imaginar o que estava por vir e Olíe, apesar da dor que sentiu nos braços, continuou ol
Não seria! Olívia estava olhando para a própria dor enquanto era abraçada tão forte que tudo desapareceu, tudo exceto ele. E foi aquele pedido estranho e que parecia sem sentido algum também o levou para a missão que tinha assumido para a vida. Fazer a sua ratinha feliz. — Olie, eu não estou bem — Eu sei, Thor, eu sei meu amor, só deixa eu cuidar de você. A gente vai ficar bem. Ela também não estava, mas mulheres tem o hábito de guardar a própria dor em um cantinho secreto da alma e se tornarem gigantes quando precisam. E foi exatamente o que Olívia fez. Abaixou devagar, mas sem soltar a mão do namorado. — Confia em mim Falou pouco antes de cortar a camiseta que Nick usava. Puxou o tecido para baixo e repetiu o processo com o restante da roupa, com a atadura, tentou se abaixar para ajudar com os sapatos, mas o rapaz a segurou. — Eu vou Teria dito que só queria descalçá-lo, mas ficou quieta quando ele puxou o top preto que ela usava, havia pouca roupa para tirar, ainda assim N
Nick esperava por qualquer coisa, menos o que ouviu. Aquele pesadelo era uma espécie de lenda que só se ouvia falar, mas que ele e a irmã não se lembravam com clareza.Olívia nem mesmo fazia parte da vida deles quando tudo aconteceu, mas a gravação era incontestável, se havia um culpado para tudo aquilo, mesmo que indiretamente era ele!Não terminou de ouvir a gravação o celular caiu e ficou ali, jogado, como uma testemunha do que Vikran viveria, mas as palavras se repetiam em sua mente em um looping eterno.- A menina é dos americanos e parece que está namorando o seu sobrinho.- Mais uma razão para seguir as ordens do Paolo.Já tinha dois nomes, mas um deles era o próprio tio!Se virou para Vikran passou a mão nas correntes até encontrar onde estavam presas, o pino de aço resistiu a agonia do indiano, todas às vezes que ele em desespero tentou se soltar, mas cedeu no segundo tranco.Nick puxou a primeira vez enquanto o grito misturou desespero e ódio.— AAAAARRRGHHHA madeira em que
Kwami não foi o único, depois dele, cada um dos soldados que tentou se aproximar, era como se visse Vikran em cada um deles, não sabia como, nem se lembrava do caminho, apesar disso, voltou para casa, voltou para o único lugar em que se sentia completo.E agora que tinha com ele aquele corpo pequeno embaixo do chuveiro, tudo o que conseguia pensar era no quanto a amava e foi o que repetiu quase sem parar enquanto a apertava contra o peito.— Desculpa, ratinha. Eu te amo, eu não te esqueci nem um segundo, mas eu não te achei, eu tentei, Olie eu tentei de tudo, me perdoa, por favor.Se havia uma certeza em Olívia era de que ele não tinha desistido, soube disso no instante em que o ouviu gritando o seu nome enquanto os homens de Omar o espancavam.Ela havia pedido tanto, implorado, oferecido qualquer coisa para que o gerente da casa 64 deixasse o rapaz ir embora, mas as vontades de um objeto nunca seriam ouvidas. E Nick pagou naquela noite pela vergonha dela.Beijou o peito do namorado,
Deitou sobre ela, tomou cuidado com o peso, mas Olíe passou os braços pelo pescoço dele e o puxou para ela. Ela odiava aquela posição.A sua primeira vez tinha sido naquela posição, um homem grande, barrido que subiu sobre ela como um animal, ainda se lembrava do cheiro de suor, dos gritos das outras meninas, do bafo podre da língua que a lambia e da mão pesada que segurava seu seio.Quando pode escolher, todas às vezes em que precisou servir a outros homens como um trabalho, ela fez em outras posições, sempre que ficava por baixo ela segurava firme o pingente de Thor, para conseguir respirar, para afastar o medo, para aguentar!Mas com ele não existia medo, nem dor, não precisava se agarrar as lembranças, era ele! Estava com ele!Envolveu Nick com as pernas, estava ansiosa, não sabia muito sobre preliminares, só sobre execução e ainda assim, com ele era como se estivesse reaprendendo tudo.Ele ainda a olhou mais uma vez, a boca salivando por ela, assim como a masculinidade que pulsav