"Por Noah." Um mês se passou desde a nossa volta. Os primeiros dias foram um pouco complicados, devido à mudança de fuso horário, ao retorno à nossa rotina e à ausência da minha mulher ao meu lado durante o dia inteiro... Mas, infelizmente, o dever nos chama. Como consequência dos dias em que ficamos fora, meus compromissos acabaram se multiplicando, tornando estas últimas semanas intensas. Mesmo assim, faria tudo outra vez. Após passar a manhã cumprindo parte dos meus compromissos externos, ligo para a Ava para que ela me encontre para almoçarmos juntos na casa da mãe dela. — Oi, amor! — Ava diz ao entrar no meu carro. Ela me dá um beijo e sorri. — Como foi a sua manhã? — Exaustiva, mas proveitosa. E a sua? Se alimentou corretamente? — Então... — Ela responde, desviando o olhar. — Eu trabalhei bastante. Balanço a cabeça negativamente quando ela me encara, como se fosse uma criança que acabou de ser flagrada comendo um doce escondido. Isso porque, há alguns dias, Ava simplesment
"Por Ava" Ao longo deste mês, meus dias parecem ter se tornado ainda mais leves. Com o divórcio dos meus pais finalizado na semana passada e minha mãe recuperando sua normalidade, sinto que finalmente tudo está se ajeitando. Toda essa expectativa e ansiedade, somadas à chance de nos livrarmos da Amber de uma vez por todas, têm mexido com meu estômago. Espero que isso passe logo, ou, com toda certeza, vou acabar enlouquecendo meu marido. — Tem certeza de que não quer ficar em casa e descansar? — Noah pergunta ao me ver sair do banho. — Sim, amor. Estou bem. — Não acha que já está na hora de ir ao médico? Você está assim há vários dias, Ava. E ainda por cima não se alimenta direito! — Não precisa se preocupar, amor. É só uma fase. — Respondo, ajudando-o com o nó de sua gravata. — Mas se isso te tranquilizar, eu prometo que vou ao médico quanto antes. — Então faça isso. Me dá deixa nervoso ter que ficar o dia inteiro longe de você, mas prometo que volto assim que fechar o negócio.
"Por Noah." Embora Ava insista que está tudo bem e atribua isso à rotina ou ao nervosismo, sinto uma forte vontade de segurá-la pelo braço e insistir que vá ao médico. Mesmo relutante, nos despedimos e me encaminho em direção ao hangar. Não gostaria de deixá-la sozinha; preferia levá-la comigo para Baltimore. No entanto, tenho certeza de que uma viagem aérea a deixaria ainda mais desconfortável. Com um compromisso inadiável para a aquisição de um grupo empresarial que gerencia diversos centros comerciais em todo o estado de Maryland, sinto-me forçado a seguir adiante, mas com o coração apertado. Cerca de uma hora e meia mais tarde, pousei em Middle River, a apenas 16 quilômetros do meu destino, onde o motorista contratado já me aguardava. Em questão de minutos, chegamos ao hotel onde a proposta de compra será apresentada. Suspiro, incapaz de disfarçar minha frustração, ao ver a quantidade de pessoas aguardando na sala de conferências, dando-me a certeza de que isso irá demorar mui
Mia se ergue rapidamente, segurando firmemente os meus ombros. Após um rápido olhar para mim, ela se vira para o homem à nossa frente e exige: — Detetive, minha cliente está grávida e precisa de atendimento médico imediatamente! O detetive, que anteriormente mantinha uma expressão séria e imperturbável, ergue as sobrancelhas, revelando surpresa, antes de se levantar e partir em busca de ajuda. Após longos minutos de expectativa, ouço finalmente o som da sirene se aproximando, uma sensação de alívio percorrendo meu corpo. — Finalmente, a ajuda está a caminho! — Mia exclama, visivelmente aliviada. Os paramédicos entram na sala de interrogatório, carregando uma maca e um kit de primeiros socorros. Eles realizam um exame rápido em mim, colocam um monitor cardíaco no meu dedo e me conduzem até a ambulância. Minha boca está seca, meus músculos tremem e meu corpo parece pesar uma tonelada. Em meio à fraqueza e à adrenalina, escuto algumas palavras indistintas, fixando o olhar na luz ama
Ao ouvir suas palavras, desta vez, sou eu quem paralisa. O encaro, as sobrancelhas arqueadas, tentando decifrar a sua reação. Abro a boca para questioná-lo, mas ele me interrompe antes que as palavras saiam. — Ava, querida, eu te amo muito. — afirma, sentando-se ao meu lado. — Mas eu vou acabar com o seu pai! — O quê?! Eu te conto que estou grávida e você quer fazer isso? — Acha que não deveria? Meu amor, seja sincera, ok? Qual a chance de você ter cometido os crimes pelos quais está sendo acusada? — Você acha que fui capaz de… — Não. — Ele corta minhas palavras, arqueando as sobrancelhas. — É claro que não! Mas se eu já estava determinado a resolver a situação com seu pai antes, agora estou me esforçando para manter o controle! — Você não está chateado porque estou… — Carregando nosso filho na sua barriga? — meu marido pergunta e me abraça forte. — Claro que não, meu amor! Estou muito feliz, Ava. Bem, estou com muita raiva, mas feliz. Quando descobriu? — Pela manhã... Planejav
Chego rapidamente à empresa, sem me preocupar para me identificar. Ignoro as tentativas inúteis da recepcionista de me impedir de entrar no elevador. Enquanto subo, pressiono o botão de gravação, consciente de que isso pode ser a minha única prova, e respiro profundamente, buscando a calma que me escapa neste momento. — Sr. Ewing! — A secretária do meu sogro exclama ao me avistar. Forço um sorriso gélido e sigo em frente. — Sr. Ewing, o senhor não pode entrar sem ser anunciado! — Ela grita, enquanto me segue. Chego rapidamente à porta dele e a abro. O desgraçado está sentado em sua mesa, mexendo no computador. Ele arregala os olhos, como se visse um fantasma, e quase cai da cadeira. — O que diabos você está fazendo aqui? — Ele pergunta, levantando-se. — Por que invadiu o meu escritório desse jeito? — Sr. Hampton, eu disse a ele que… — Eu já estou aqui dentro, senhorita. Agora saia! — exclamo, fazendo-a me olhar assustada. Ele acena com a cabeça, permitindo minha presença, e ela se
"Por Ava" Durante as duas semanas seguintes à ameaça de aborto, segui à risca as orientações da Dra. Elina: mantive-me em repouso absoluto na cama, evitei qualquer esforço físico ou emocional, e tomei os medicamentos conforme prescritos. Em meio a tudo isso, minhas preces pelo bem-estar do meu bebê nunca cessaram. Graças a Deus, não houve mais nenhum sinal de sangramento, apenas um discreto corrimento marrom que a médica assegurou ser normal. Embora suporte as cólicas, elas adicionam uma camada extra de insegurança. A verdadeira tranquilidade só virá quando tiver a certeza de que tudo está bem, e o meu bebê está crescendo forte e saudável dentro de mim. Por isso, cada minuto até hoje foi uma contagem regressiva ansiosa. Agora, com a reunião sobre a destituição de Amber marcada para o final da tarde, Noah fez questão de estar ao meu lado durante a consulta com a Dra. Elina. Ele organizou para que a consulta fosse realizada em nossa própria casa, para que eu não precisasse sair da ca
“Por Noah” Após deixar Ava em casa, adormecida, com a responsabilidade da reunião sobre a destituição de Amber, finalmente pude liberar a tristeza que me consumia, mesmo que por breves minutos. Ao estacionar na garagem da empresa, um nó se formou em minha garganta, acompanhado por uma crescente onda de raiva. Enquanto lutava para vestir novamente a armadura do homem inabalável, prometi a mim mesmo que descontaria meu ódio contra aqueles que tiveram parte nisso. Cansei de ser o bonzinho. — E então? — Taylor pergunta, apreensivo, quando aparece na minha sala. — Tudo certo? — Não. — Respondo, passando a mão nos cabelos. Suspiro profundamente, contendo o choro, e o encaro novamente. — Perdemos o bebê. — Eu… Eu sinto muito, Noah. Ava deve estar arrasada. — Está péssima, Taylor. — Digo ao me levantar. Caminho até a janela e encaro a paisagem, tentando esconder meus olhos marejados. — Chorou por horas, se alimentou quase forçada e, por fim, tive que dar um calmante a ela. — Noah, eu…