"Por Noah." Embora Ava insista que está tudo bem e atribua isso à rotina ou ao nervosismo, sinto uma forte vontade de segurá-la pelo braço e insistir que vá ao médico. Mesmo relutante, nos despedimos e me encaminho em direção ao hangar. Não gostaria de deixá-la sozinha; preferia levá-la comigo para Baltimore. No entanto, tenho certeza de que uma viagem aérea a deixaria ainda mais desconfortável. Com um compromisso inadiável para a aquisição de um grupo empresarial que gerencia diversos centros comerciais em todo o estado de Maryland, sinto-me forçado a seguir adiante, mas com o coração apertado. Cerca de uma hora e meia mais tarde, pousei em Middle River, a apenas 16 quilômetros do meu destino, onde o motorista contratado já me aguardava. Em questão de minutos, chegamos ao hotel onde a proposta de compra será apresentada. Suspiro, incapaz de disfarçar minha frustração, ao ver a quantidade de pessoas aguardando na sala de conferências, dando-me a certeza de que isso irá demorar mui
Mia se ergue rapidamente, segurando firmemente os meus ombros. Após um rápido olhar para mim, ela se vira para o homem à nossa frente e exige: — Detetive, minha cliente está grávida e precisa de atendimento médico imediatamente! O detetive, que anteriormente mantinha uma expressão séria e imperturbável, ergue as sobrancelhas, revelando surpresa, antes de se levantar e partir em busca de ajuda. Após longos minutos de expectativa, ouço finalmente o som da sirene se aproximando, uma sensação de alívio percorrendo meu corpo. — Finalmente, a ajuda está a caminho! — Mia exclama, visivelmente aliviada. Os paramédicos entram na sala de interrogatório, carregando uma maca e um kit de primeiros socorros. Eles realizam um exame rápido em mim, colocam um monitor cardíaco no meu dedo e me conduzem até a ambulância. Minha boca está seca, meus músculos tremem e meu corpo parece pesar uma tonelada. Em meio à fraqueza e à adrenalina, escuto algumas palavras indistintas, fixando o olhar na luz ama
Ao ouvir suas palavras, desta vez, sou eu quem paralisa. O encaro, as sobrancelhas arqueadas, tentando decifrar a sua reação. Abro a boca para questioná-lo, mas ele me interrompe antes que as palavras saiam. — Ava, querida, eu te amo muito. — afirma, sentando-se ao meu lado. — Mas eu vou acabar com o seu pai! — O quê?! Eu te conto que estou grávida e você quer fazer isso? — Acha que não deveria? Meu amor, seja sincera, ok? Qual a chance de você ter cometido os crimes pelos quais está sendo acusada? — Você acha que fui capaz de… — Não. — Ele corta minhas palavras, arqueando as sobrancelhas. — É claro que não! Mas se eu já estava determinado a resolver a situação com seu pai antes, agora estou me esforçando para manter o controle! — Você não está chateado porque estou… — Carregando nosso filho na sua barriga? — meu marido pergunta e me abraça forte. — Claro que não, meu amor! Estou muito feliz, Ava. Bem, estou com muita raiva, mas feliz. Quando descobriu? — Pela manhã... Planejav
Chego rapidamente à empresa, sem me preocupar para me identificar. Ignoro as tentativas inúteis da recepcionista de me impedir de entrar no elevador. Enquanto subo, pressiono o botão de gravação, consciente de que isso pode ser a minha única prova, e respiro profundamente, buscando a calma que me escapa neste momento. — Sr. Ewing! — A secretária do meu sogro exclama ao me avistar. Forço um sorriso gélido e sigo em frente. — Sr. Ewing, o senhor não pode entrar sem ser anunciado! — Ela grita, enquanto me segue. Chego rapidamente à porta dele e a abro. O desgraçado está sentado em sua mesa, mexendo no computador. Ele arregala os olhos, como se visse um fantasma, e quase cai da cadeira. — O que diabos você está fazendo aqui? — Ele pergunta, levantando-se. — Por que invadiu o meu escritório desse jeito? — Sr. Hampton, eu disse a ele que… — Eu já estou aqui dentro, senhorita. Agora saia! — exclamo, fazendo-a me olhar assustada. Ele acena com a cabeça, permitindo minha presença, e ela se
"Por Ava" Durante as duas semanas seguintes à ameaça de aborto, segui à risca as orientações da Dra. Elina: mantive-me em repouso absoluto na cama, evitei qualquer esforço físico ou emocional, e tomei os medicamentos conforme prescritos. Em meio a tudo isso, minhas preces pelo bem-estar do meu bebê nunca cessaram. Graças a Deus, não houve mais nenhum sinal de sangramento, apenas um discreto corrimento marrom que a médica assegurou ser normal. Embora suporte as cólicas, elas adicionam uma camada extra de insegurança. A verdadeira tranquilidade só virá quando tiver a certeza de que tudo está bem, e o meu bebê está crescendo forte e saudável dentro de mim. Por isso, cada minuto até hoje foi uma contagem regressiva ansiosa. Agora, com a reunião sobre a destituição de Amber marcada para o final da tarde, Noah fez questão de estar ao meu lado durante a consulta com a Dra. Elina. Ele organizou para que a consulta fosse realizada em nossa própria casa, para que eu não precisasse sair da ca
“Por Noah” Após deixar Ava em casa, adormecida, com a responsabilidade da reunião sobre a destituição de Amber, finalmente pude liberar a tristeza que me consumia, mesmo que por breves minutos. Ao estacionar na garagem da empresa, um nó se formou em minha garganta, acompanhado por uma crescente onda de raiva. Enquanto lutava para vestir novamente a armadura do homem inabalável, prometi a mim mesmo que descontaria meu ódio contra aqueles que tiveram parte nisso. Cansei de ser o bonzinho. — E então? — Taylor pergunta, apreensivo, quando aparece na minha sala. — Tudo certo? — Não. — Respondo, passando a mão nos cabelos. Suspiro profundamente, contendo o choro, e o encaro novamente. — Perdemos o bebê. — Eu… Eu sinto muito, Noah. Ava deve estar arrasada. — Está péssima, Taylor. — Digo ao me levantar. Caminho até a janela e encaro a paisagem, tentando esconder meus olhos marejados. — Chorou por horas, se alimentou quase forçada e, por fim, tive que dar um calmante a ela. — Noah, eu…
"Por Ava" Sabe quando você dorme e reza para que, ao acordar, tudo tenha sido apenas um sonho? Fiz isso com toda a minha força, desejando fervorosamente que fosse apenas um pesadelo. Torci intensamente para, ao abrir os olhos, ser transportada de volta para as Maldivas. Certamente, faria tudo de maneira diferente. Tomaria precauções e lutaria para que tudo se desenrolasse de outra forma. Tudo para garantir que meu bebê estivesse aqui, são e salvo. No entanto, infelizmente, ao despertar, tudo permanecia exatamente igual. Levanto-me, buscando algum resquício de ânimo para continuar, e sigo em direção ao banheiro para um banho. Lágrimas escorrem involuntariamente enquanto minhas mãos deslizam sobre minha barriga, misturando-se às gotas de água que percorrem meu corpo. Após longos minutos, quando as lágrimas finalmente me dão uma trégua, termino o banho e me envolvo na toalha. Mesmo consciente de que devo prosseguir com a vida, sinto-me completamente perdida sobre como fazer isso. Dia
De maneira involuntária, as lágrimas afloram em meus olhos, e minhas pernas ameaçam ceder, forçando-me a me apoiar na mesa para não desabar por completo. O que meus olhos veem é avassalador, um turbilhão de emoções e revelações que ameaça me consumir.— O relógio? Mas o senhor da loja de penhores me disse que uma senhorita o comprou e... — sussurro, sem desviar o olhar do objeto. Chego até o cofre e seguro-o em minhas mãos. — Ele esteve com você esse tempo todo?— Ava, por favor, eu posso explicar!— Explicar? — pergunto, soltando uma risada amarga. — Noah, por favor, me diga que você conseguiu localizar esse relógio e o comprou de volta depois que já estávamos bem!Desisto de segurar as lágrimas quando ele permanece em silêncio, confirmando o contrário. Sinto uma cólica leve e me sento, fitando meus pés por alguns minutos para tentar me acalmar.— Me desculpe! — Ele diz, num tom baixo. Levanto o olhar e noto as lágrimas escorrendo em suas bochechas. — Eu não queria que você descobriss