PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 8: O vulcão da má sorteQueria pular sobre os móveis, sobre a cama, sobre o tapete ou aquela coisa fofa que havia aos pés da cama... Como é que se chamava?Não fazia ideia! Não importava!Só queria pular! E gritar! E rir!—Gigi!Aquele grito fatídico do seu chefe a desequilibrou, porque para ser clara, quando Niko Keller se irritava sua voz podia desequilibrar até um mamute sem joelhos, e Gigi acabou quase engolindo a língua e caindo de bunda naquela cama em que estava pulando até quase chegar ao teto.—Senhor Keller!Niko ficou mudo olhando para ela. A única coisa que vestia era aquela camisa dele que lhe chegava quase aos joelhos, e provavelmente alguma daquelas calcinhas da Hello Kitty porque ele podia jurar que era capaz de ver os contornos rosados sob o tecido branco. O cabelo não podia estar mais desarrumado nem o sorriso mais luminoso... pelo menos até que ele tinha entrado.—Você tem ideia do volume em que está a televi...?! —tentou repreendê-la po
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 9. Um casteloNiko Keller não era um homem impressionável. Depois de tantas mulheres que tinham passado por sua vida sem causar impacto, desde modelos até atrizes, não havia muito que o emudecesse... mas o que tinham diante era outra coisa.Gigi tinha razão, não era bonita. Tinha as curvas certas para uma garota de dezoito anos, zero maquiagem e traços finos. Era a primeira vez que a via com uma roupa que não fosse três vezes seu tamanho ou ao menos com as panturrilhas de fora, e aquela roupa executiva e sapatos altos gritava por todos os lados que Gigi não pertencia a ela.Gigi pertencia a vestidos de flores com mangas bufantes, a macacões jeans com tênis baixos, a saia colegial, a tranças e a risos. Não era uma mulher bonita, sofisticada e elegante. Gigi era inocência pura, da bonita, da verdadeira. Daquela que dava vontade de sair correndo para conseguir uma redoma de cristal onde colocá-la com todas as suas borboletas, sua música de fundo e seu brilho
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 10. Uma arma de destruição involuntáriaGigi estava com cara de espanto, mas por alguma razão Niko já estava se acostumando com ela e suas reações.—Por que você nunca me disse seu sobrenome? —perguntou ele de repente, estendendo a mão para ajudá-la a descer do carro quando chegaram ao hotel—. Cuidado com...E aquela mão se transformou em duas, e em um "agarro tudo o que posso" para que não saíssem voando as quinhentas folhas do contrato. Dois segundos depois, Gigi recuperava o equilíbrio contra o lado dele, meio desajeitada e se desculpando sem parar.E Niko a olhou novamente com condescendência porque definitivamente aquela criatura não poderia ser dona de casa ou incendiaria a casa no primeiro dia.—Seu sobrenome? —pigarreou tentando mudar de assunto.—Ah, é que o senhor não me perguntou, senhor Keller! —sorriu ela enquanto se segurava bem no corrimão da escada.E Niko disse a si mesmo que sim, ele havia perguntado. Ele também tinha dito: "Senhorita..."
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 11. A resposta para tudoVan Beek era um homem inteligente, capaz de captar a indireta e muito mais, embora junto a Niko a moça parecesse absurdamente alheia ao que seu chefe acabava de insinuar, a ponto de nem sequer ter corado. Isso era muita inocência ou uma atuação excelente, e em qualquer dos dois casos, ele gostava.—Bem... espero que a senhorita Favre possa ter pelo menos um dia nesta viagem, seria muito descortês da parte do seu chefe não permitir que conhecesse Amsterdã —disse o homem e Niko forçou o sorriso.—Não se preocupe, na verdade, como começa o fim de semana, não é bom falarmos de trabalho. Vamos aproveitar esses dias para revisar o novo contrato e na segunda podemos assiná-lo. O que acha?Aquele tom não estava muito aberto a discussões, então Van Beek não teve escolha a não ser aceitar de má vontade enquanto Niko fazia com que Gigi se despedisse.Estava de mau humor, estava um pouco frustrado e outro pouco desconfortável, e é claro que, q
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 12. Um pouquinho de tudo sem querer—Dormir, Gigi, vai dormir! —suspirou Niko com o mesmo tom em que qualquer pai mandaria sua filha se deitar, mas a verdade foi que ele mesmo mal conseguiu dormir durante toda a noite.A cena da boate com Van Beek o atormentava. Gigi dizendo que era de Aquário quase lhe partiu o coração, então acabou virando na cama com um grunhido antes do amanhecer.Como era possível que Gigi pudesse ser tão... inocente? Não, mais que inocente, estranha, perdida, como se a tivessem tirado de repente de uma tulipa do jardim. Nem sequer tinha percebido as investidas de um homem com a experiência de Van Beek, então não havia conseguido confundi-la.Mas infelizmente isso não fazia com que sua própria atração por ela diminuísse. Ao contrário, sua ternura e ingenuidade o deixavam à beira do desespero.Levantou-se com dificuldade depois de dez voltas, deu uma olhada no relógio e decidiu que era hora de tomar um café. Tinha sido duro demais na n
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 13. Verdades ao anoitecerGigi ouviu o chuveiro enquanto pegava uma garrafa de água, e suspirou pensando em seu chefe. Nada de mal, é claro, porque por aquela cabecinha não podia passar nada de mal, simplesmente se sentia bem porque nesse dia ele tinha sido menos rude que em todos os outros.A moça havia dormido um pouco depois do passeio, e aquele chuveiro aberto no quarto de Niko era um indicador de que ela também devia se arrumar, no entanto antes que entrasse em seu quarto encontrou aquela caixa sobre uma mesa próxima, uma caixa que tinha seu nome.Gigi a levou para seu quarto e a abriu, ficando muda: era um vestido casual, fresco e lindo, com mangas bufantes até os cotovelos e cintura alta. Era bonito demais para recusar, então a moça tentou encontrar seus sapatos mais combinando e o vestiu depois de tomar banho.—Bem, Gigi... vamos experimentar esse batom.E tentou não se olhar muito enquanto o fazia, sem saber que Niko iria ficar olhando para ela em
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 14. Uma garota prestes a se rebelarNiko queria que a terra se abrisse e o engolisse primeiro a ele, e depois a tudo o que restava daquele Distrito da Luz Vermelha de Amsterdã. A expressão de Gigi estava transtornada, como se não pudesse acreditar no que estava vendo, embora para ser honesto, seu chefe não tinha a mínima ideia do que se passava por aquela cabecinha naquele exato momento.—Você não deveria ter visto isso! —murmurou Niko ajudando-a a se levantar, visivelmente desconfortável—. Não devia ver nada disso, droga!Mas embora tenha tentado mantê-la perto dele enquanto atravessavam o resto da zona, tentando sair dali o mais rápido possível; e embora ela não voltasse a olhar para nenhum outro lugar que não fosse o chão à frente de seus sapatos, era óbvio que aquilo a tinha afetado demais.No entanto, como estava acostumada a fazer, não disse nada. Mantinha o olhar baixo, quase como se estivesse perdida em seus pensamentos; e à medida que se afastavam
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 15. "Isto"Niko abriu a boca, completamente desconcertado pelo que acabava de ouvir. Que tipo de pergunta era essa? Ela estava insinuando...? Não, não podia ser, mas... a ideia de Gigi se despindo cruzou sua mente, e rapidamente afastou o pensamento com um suspiro.Não tinha ideia de como tinham chegado a esse ponto. De todas as conversas que havia imaginado ter com Gigi, essa era a última que lhe tinha ocorrido. Então não podia, não senhor!—Gigi, o que você viu naquelas vitrines não é o que parece. É apenas lingerie fina!, ok? —disse tentando soar o mais calmo possível, embora por dentro sentisse que caminhava sobre uma corda bamba.Gigi o olhava expectante, com os braços cruzados e aquelas sobrancelhas juntas que exigiam uma explicação mais convincente.—Lingerie fina? —repetiu com tom amargo—. Então está me dizendo que se eu colocar a mesma coisa, vou parecer igualmente... "fina"?Niko engoliu em seco. Cuidado com o que diz, Niko. Muito cuidado.—Não e