EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 31. Um lugar chamado DesesperoSe alguma vez, em algum instante por mínimo que fosse, Percival McKenneth havia duvidado do que aquele homem sentia por Kim, a dúvida se dissipou em um segundo, quando o viu cambalear depois que aquelas palavras saíram de sua boca."Três...? Como assim três meses...? O que você quer dizer com três...?" Peter sentia que não estava realmente falando, que seus lábios se moviam mas não saía nada, porque estava bastante certo de que não era capaz de se ouvir.Uma de suas mãos foi para trás, como se estivesse tateando o vazio tentando encontrar algo em que se apoiar, mas antes que aquela fraqueza o levasse ao chão, a mão firme de Percival McKenneth o segurou, levando-o contra uma parede na qual Peter apoiou as costas como se custasse respirar."Sinto muito, mas posso imaginar por que ela não te contou" murmurou Percy passando as mãos pelos cabelos com um suspiro resignado. "Kim não gosta de falar sobre isso, na verdade, faz
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 32. Uma viagem importanteQueria um milagre. Realmente era só isso que queria. Peter deixou-se escorregar por aquela parede como se as forças o tivessem abandonado completamente. Tinha na cabeça aquela confusão de termos médicos e nomes de doenças que não serviam absolutamente para nada, mas embora fosse verdade que Percival McKenneth pudesse ter se tornado em algum momento um homem ressentido, era evidente que não era uma má pessoa.E poucos minutos depois chegaram os médicos para confirmar que o diagnóstico estava absolutamente correto, e que os outros médicos que haviam avaliado o caso tinham feito até o impossível para ajudá-la com algum tratamento que pudesse funcionar, porém nenhum tinha dado resultado.—Pode me dizer...? Pode me dizer como vai ser? —perguntou com o coração na mão e as lágrimas rolando incontroláveis por suas bochechas, porque mesmo não querendo se render, mesmo querendo lutar por ela com todo seu ser, a verdade era que precisava s
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 33. Apenas o começoO céu estava absolutamente limpo e era lindo, realmente era lindo naquela hora da tarde, e Kim olhava pela janela do avião como se não pudesse acreditar que estavam mesmo fazendo uma viagem como aquela.O confortável avião executivo estava pronto no mesmo momento em que o médico tinha dado alta do hospital, e a verdade era que ela nem fazia ideia do que tinham colocado em sua mala ou se de alguma forma sequer tinha mala. A única coisa que sabia era que Peter a tinha pegado no colo para levá-la direto para a van, e só meia hora depois o avião estava decolando com eles a bordo e a maior privacidade possível, porque a única comissária de bordo que levavam fazia questão de se manter sempre fora de vista.—Quer continuar aqui ou posso te convidar pra cama? —perguntou Peter com tom provocante e Kim não pôde fazer outra coisa além de sorrir pra ele.—Gosto daqui —garantiu ela se aconchegando naquela poltrona enquanto uma mão do homem acarici
E embora fosse verdade que Peter Ferguson tinha dinheiro de sobra para pagar o mais luxuoso dos hotéis, sua escolha foi uma pequena cabana sobre palafitas na praia, em uma ilha privada e totalmente afastada de tudo.Sua única comunicação com as ilhas centrais era um pequeno iate que ele sabia pilotar perfeitamente, e embora no início tenha se preocupado um pouco porque Kim poderia ficar enjoada, a verdade era que ela estava absolutamente encantada com a paisagem, aproveitando cada momento, a cor da vegetação, ou a pureza daquelas águas que quase ninguém podia tocar.Nem precisa dizer que ele a viu fazer um biquinho apaixonado no mesmo momento em que viu a cabana, aberta e luminosa, onde ficariam só eles.O pessoal do serviço ficava em uma das ilhas próximas, mas estavam disponíveis o tempo todo. E mesmo assim Peter também estava convencido de que seriam capazes de se virar sozinhos.—Juro que não queimo a cozinha! —advertiu ele depois de deixar as pequenas malas no único quarto que hav
NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 35. Vou tentar com todas as minhas forças!Fazê-la gemer era, sem dúvida, uma das melhores sensações que Peter já havia experimentado. Sentir a forma como seu corpo se arqueava sob ele, a forma como sua intimidade tremia contra sua boca, cada espasmo que a percorria, cada ofego, cada gemido desesperado com que o buscava...Nem mesmo em seus melhores sonhos ele havia imaginado poder sentir algo assim por uma mulher, desejar assim nenhuma mulher, entregar-se daquela forma com nenhuma.Sempre fora um homem pragmático; apaixonar-se não estava em seu vocabulário. Divertir-se, sim, mas apaixonar-se, não.Deus sabia quantas mulheres haviam tentado conquistá-lo para um relacionamento sério, e ele jamais havia cedido a nenhuma delas.E no entanto, ali estava ele, completamente perdido por uma mulher que, incrivelmente, nem sequer havia tentado conquistá-lo, por uma mulher que não estaria ao seu lado por muito tempo, mas que lhe acelerava o coração de uma maneira
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 36. Um projeto diferenteA resposta era "sim", claro que sim, sempre.Não havia como Kim dizer não a algo assim. Então nada pôde impedir que ela colocasse toda sua atenção naquele projeto.E a verdade é que não estava trabalhando, porque fazer algo que havia desejado durante tanto tempo, e mais ainda sabendo que ficaria nas mãos de Peter, era algo que realmente a fazia esquecer todas aquelas emoções ruins que às vezes a assaltavam.Bali era lindo, tinha que reconhecer, mas também estava convencida de que jamais teria aproveitado, nem com todo o tempo ou dinheiro do mundo, a menos que tivesse visitado com ele.Peter sabia que não devia cansá-la demais, mas mesmo assim era incapaz de resistir cada vez que ela sorria para ele com aqueles olhos e pedia para darem uma volta pela pequena ilha.Caminhar pela praia era simplesmente maravilhoso, e ele experimentava aquela sensação devastadora de que até aquele momento jamais tinha aproveitado a vida, jamais tinha
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 37. Uma pequena marcaEstava com sono. A paisagem ao redor era absolutamente perfeita, e tão cheia de calma que se Kim fosse honesta, tinha que reconhecer que jamais em sua vida tinha se sentido tão em paz. No entanto, algo mais formigava em seu interior, e era aquela necessidade urgente de fazer algo mais, de fazer o último, de não partir sem ter deixado pelo menos uma pequena marca, uma que fosse para ajudar os outros.Então, um mês depois de ter chegado a Bali, Kim lutou contra aquele cansaço para ser ela quem acordasse Peter naquela manhã.—O que foi, querida, você está bem? Está sentindo alguma coisa? —questionou ele preocupado, porque era estranho que a moça acordasse com o sol.—Sim, não é nada, só... Só queria perguntar se você acha bom a gente sair daqui —respondeu Kim.—Sair? —perguntou Peter sem entender—. Sair pra onde, boneca?—Bom, estava pensando que talvez pudéssemos ir pra Inglaterra —respondeu ela com um suspiro—. Eu realmente adoraria
NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 38. Na minha próxima vidaPara falar a verdade, Kim não se importava nem um pouco com o nome que a escola teria, a única coisa que ela realmente queria era que um lugar assim fosse construído para as crianças.—Onde você preferiria? —ela perguntou enquanto voltavam de avião para a Suíça, porque já tinha decidido que queria passar aquelas últimas semanas em casa.—Lucerna —Peter respondeu sem hesitar nem por um segundo—. Não trocaria Lucerna por nada. A maior parte da minha família está lá, então tenho certeza absoluta que assim que meus primos souberem disso, vão se envolver o máximo possível, sem falar dos meus pais, que praticamente criaram tantas crianças que a essa altura já são especialistas.—É muito engraçado que sua mãe nunca tenha querido ter filhos biológicos. Dá pra entender que você já era o suficiente, né! Nem quero imaginar quanto trabalho você deve ter dado! —Kim gargalhou, porque mesmo não sabendo muito sobre Peter quando criança, só cons