NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 12. O melhor do mundoEle teria preferido que alguém o socasse. Literalmente teria preferido que alguém lhe acertasse um soco no meio do nariz antes de ver outro homem beijando aquela mulher. Era evidente que eram um casal e um casal oficial, mas talvez o pior de tudo fosse ver a aliança de casamento no dedo daquele homem.Por que ela não usava uma? Por que diabos ela não tinha uma única maldita marca de que não estava livre...? E esse pensamento o fez entender o porquê, exatamente por isso, pelas marcas, ela não usava correntes, nem brincos, nem anéis, justamente porque deixavam marcas.—Kim, olha pra mim! Você está bem? —perguntou o homem enquanto ela tentava recuar inutilmente.—Estou bem, estou bem, só ficamos presos por alguns dias numa tempestade, mas foi só isso —respondeu passando a mão pelos cabelos e só nesse momento seu marido olhou para Peter.—Numa tempestade?! Do que você está falando?! Cheguei aqui te procurando, ninguém conseguiu me
NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 13. Ser egoístaKim Russell sentou no banco do passageiro daquele carro de luxo que pertencia ao seu marido. Não podia dizer que ele era um homem ruim, embora fosse verdade que às vezes seu temperamento o fazia perder o controle, mas seria injusto dizer que ele não se preocupava com ela.O problema era que depois de seis anos e sabendo tudo o que estava por vir, a única coisa que Kim queria era ser exatamente aquilo que Peter tinha dito: Queria ser egoísta, queria fazer só o que a fizesse feliz.—Percy... quero o divórcio. —Foram as únicas palavras que saíram de sua boca e aquele carro freou com tanta força que quase derrapou para fora da estrada.A expressão de seu marido estava entre incrédula e atordoada enquanto se virava para ela e a olhava como se tivesse acabado de crescer outra cabeça.—Kim, o que você está dizendo? Você ficou maluca? —repreendeu-a com tom frustrado—. Como assim divórcio?A moça fechou os olhos com expressão cansada e nego
EM MINHA PRÓXIMA VIDACapítulo 14. Consequências—Você tá maluca! Ou melhor: você comeu um caminhão de doido se em algum momento achou que eu realmente vou correr atrás dessa mulher pra ela vir tirar mais fotos minhas! —exclamou Peter com tanta determinação que sua tia Andrea, tia e empresária honorária, ficou com o dedo levantado e uma expressão entre confusa e tocada por uma epifania.—Bom... Eu nunca falei em "correr atrás" —retrucou—. E tenho certeza que não falei nada sobre a autora da foto vir tirar várias outras. Mas já que você tocou no assunto...!—Não, não, tia, não! Já falei que não! —resmungou Peter recuando, quando de repente uma portada sonora impediu sua fuga daquele escritório.—Querido, ela não está pedindo educadamente, está mandando —ouviu outra voz feminina e essa sim fazia suas pernas bambearem.—Mã... mãe...!—Nem vou perguntar por que diabos você faltou a um campeonato —sentenciou Noemí olhando nos olhos dele—. E digamos que tenho confiança suficiente no m
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.CAPÍTULO 15. Um tour pelos seus lugares favoritosEra a coisa mais absurda do mundo, mesmo assim Peter não conseguia explicar o que sentia só de vê-la novamente, como se tivessem se passado dois anos e não apenas alguns dias desde a última vez.Engoliu em seco franzindo a testa porque certamente esperava alguma sessão de fotos ou algo assim, mas a definição de "sua sombra" era algo que já conhecia porque sua tia tinha tentado impor isso antes.—Não não não não não não não! —declarou se aproximando delas—. Eu faço uma sessão normal pra você, mas não vou ficar com uma segurança atrás o tempo todo...O que se ouviu em seguida foi aquele tapa na nuca e Peter cerrou os dentes olhando de soslaio para sua mãe.—Me parece que você aprendeu a cumprimentar quando tinha uns três anos. Tem algum motivo pra ter perdido a memória?Peter respirou fundo e estendeu a mão para apertar a de Kim, mas que droga, bastou apenas tocá-la e algo dentro dele disparou novamente, aqui
NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 16. Defina "isso"Havia algo que não podia ser negado: ser a sombra de Peter Ferguson tinha seu lado divertido e perigoso. A maioria das coisas que ele gostava eram rápidas, arrepiantes e arriscadas, mas se Kim tinha se atrevido a subir o pico Skatgan com ele, então precisava se atrever a fazer todo o resto.No dia seguinte, bem cedo, encontrou ele em uma das poucas pistas de corrida que havia em Zurique, com seu capacete, sua jaqueta de couro e aquela maldita moto que parecia ter saído do próprio inferno. No entanto, o pior de tudo era o quanto ele ficava sexy em cima dela.Bastou dizer "dia de motos" e um estilista profissional tinha separado pelo menos quatro looks aprovados para ela vestir, e Kim aproveitava cada um de seus movimentos, enquanto ele só curtia poder pilotar aquela moto em um circuito especializado.A câmera não parava, e o melhor sorriso que conseguiu capturar foi quando ele tirou aquele capacete para perguntar se seu dedinho no b
NA MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 17. Não é suficiente?Será que ela conseguiria dizer?Será que ao menos conseguiria expressar em palavras?Seu coração batia mais forte que o motor entre suas pernas, e não era exatamente pela adrenalina da corrida, mas porque os braços de Peter ao seu redor a faziam lembrar dos mil e um momentos em que estiveram juntos naquela cabana do Pico Skatgan.E como se isso não bastasse, ele acabou passando os braços em volta de sua cintura e a puxando ainda mais contra seu corpo.—Peter...—Eu te fiz uma pergunta. Na verdade, acabei de te dar uma ordem. Defina "isso". "Isso" é subir na maldita moto ou "isso" é estar assim comigo?Ele nem sequer conseguia negar, aquela mulher lhe dava febre, fazia seu sangue ferver de um jeito que não conseguia entender. Mas se antes tinha a carta branca da ignorância, agora que sabia que ela era casada não podia dizer o mesmo. E mesmo assim sentia que todo seu corpo vibrava enquanto aproximava os lábios de seu ouvido.
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 18. Prisioneira—Me solta, Percy. Chega, me solta! —Kim tentou se libertar porque sabia que cada segundo que aqueles dedos permaneciam agarrados em seu rosto deixariam a marca ainda mais profunda e longa em sua pele.—Não acredito que você fez essa barbaridade, Kim! —rugiu seu marido—. Você está mesmo dormindo com alguém?! Está me traindo, sua desgraçada?—Chega! —gritou ela e um segundo depois Percy a soltou com um gesto mais violento do que gostaria. Sabia que não era um homem que se deixava levar pelo seu pior lado, mas tinha feito todo tipo de concessões com sua esposa nos últimos tempos e não podia entender que aquela fosse a maneira como Kim o pagava.—Só quero o divórcio —sussurrou acariciando o rosto.—Ah é? E quem vai cuidar de você então?! Já pensou nisso?!—Eu vou cuidar de mim! —exclamou ela com os olhos cheios de lágrimas—. Eu vou cuidar de mim!Mas para sua surpresa a resposta foi simples e definitiva.—Não. Você não está em seu ju
Só as mulheres mais próximas a eles sabiam, e Kim estava prestes a descobrir. Um Keller com instinto superprotetor era capaz de derreter uma montanha inteira de neve e não precisamente por ser sexy.Peter sentia que o corpo vibrava, que a pele vibrava de raiva que carregava naquele momento, porque infelizmente aquelas marcas na pele de Kim significavam muito, e significavam coisas que por mais que ela tentasse não seria capaz de negar.—Não, não, não foi nada! —exclamou a moça tentando acalmá-lo, mas a expressão do homem à sua frente não admitia justificativas.—Como assim não foi nada, Kim?! Querendo ou não você é um livro aberto, e um ilustrado ainda por cima, não tem como te tocarem e não ficar escrito na sua pele como e por que fizeram isso! —rosnou Peter—. Acha que não sou capaz de identificar a intenção por trás de marcas como essa? —ofegou enquanto colocava seus dedos nos mesmos lugares de cada um daqueles hematomas e levantava o rosto de Kim em sua direção sem apertar.À me