EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 18. Prisioneira—Me solta, Percy. Chega, me solta! —Kim tentou se libertar porque sabia que cada segundo que aqueles dedos permaneciam agarrados em seu rosto deixariam a marca ainda mais profunda e longa em sua pele.—Não acredito que você fez essa barbaridade, Kim! —rugiu seu marido—. Você está mesmo dormindo com alguém?! Está me traindo, sua desgraçada?—Chega! —gritou ela e um segundo depois Percy a soltou com um gesto mais violento do que gostaria. Sabia que não era um homem que se deixava levar pelo seu pior lado, mas tinha feito todo tipo de concessões com sua esposa nos últimos tempos e não podia entender que aquela fosse a maneira como Kim o pagava.—Só quero o divórcio —sussurrou acariciando o rosto.—Ah é? E quem vai cuidar de você então?! Já pensou nisso?!—Eu vou cuidar de mim! —exclamou ela com os olhos cheios de lágrimas—. Eu vou cuidar de mim!Mas para sua surpresa a resposta foi simples e definitiva.—Não. Você não está em seu ju
Só as mulheres mais próximas a eles sabiam, e Kim estava prestes a descobrir. Um Keller com instinto superprotetor era capaz de derreter uma montanha inteira de neve e não precisamente por ser sexy.Peter sentia que o corpo vibrava, que a pele vibrava de raiva que carregava naquele momento, porque infelizmente aquelas marcas na pele de Kim significavam muito, e significavam coisas que por mais que ela tentasse não seria capaz de negar.—Não, não, não foi nada! —exclamou a moça tentando acalmá-lo, mas a expressão do homem à sua frente não admitia justificativas.—Como assim não foi nada, Kim?! Querendo ou não você é um livro aberto, e um ilustrado ainda por cima, não tem como te tocarem e não ficar escrito na sua pele como e por que fizeram isso! —rosnou Peter—. Acha que não sou capaz de identificar a intenção por trás de marcas como essa? —ofegou enquanto colocava seus dedos nos mesmos lugares de cada um daqueles hematomas e levantava o rosto de Kim em sua direção sem apertar.À me
EM MINHA PRÓXIMA VIDACapítulo 20. DescontroleAquilo era uma merd@ loucura e ele sabia. Não tinha como seus beijos não deixarem marcas em sua pele por mais delicado que fosse, mas também era uma loucura a forma como a desejava, a forma como precisava dela, ao ponto de esquecer qualquer vestígio de bom senso que tinha.Era uma mulher casada.Era uma maldita mulher casada e mesmo assim não podia evitar sentir que era com ele que ela deveria estar.Peter jamais tinha sentido algo assim, e gostaria de dizer que era apenas o descontrole do sexo, mas infelizmente não era, porque não importava quantas vezes se afundasse nela, não importava a força ou a delicadeza com que a penetrava, não importavam os gemidos, nem os gritos, nem o suor... Nada disso se comparava a sentir sua pele, a beijá-la, a ouvi-la rir.Alcançou uma de suas mãos para puxar seu corpo em sua direção, enquanto via como as costas de Kim se arqueavam de prazer, e seus joelhos se erguiam acima de seus quadris, se fixando
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 21. Uma desculpaQuando Kim abriu os olhos, a escuridão já envolvia tudo, e estava tão cansada que nem teria se incomodado em acordar, se não fosse pela boca de Peter fazendo uma festa em seus seios. Seus lábios devorando um de seus mamilos era a sensação mais excitante do mundo. Podia sentir a forma deliciosa como entrava nela, podia sentir o mundo se perdendo naqueles gemidos, podia sentir aqueles dois corpos se tornando um só como se não pudessem se separar nunca mais.O clímax chegou novamente. Aqueles orgasmos eram como marés incontroláveis, que a deixavam totalmente exausta; mas em certo momento, depois de um mar de beijos e gritos, apenas sentiu como ele a levantava contra seu peito para colocá-la numa enorme banheira de água quente.Kim olhou pela janela, sabendo da ameaça que pairava sobre sua cabeça, porque Percy tinha dito que ela deveria chegar todas as noites em casa para dormir, mas até isso tinha doído demais para obedecer. Já não quer
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 22. Uma mulher determinadaA resposta era "não". A resposta era evidentemente "não", já não era suficiente, e isso se devia completamente a ele. No entanto, Kim não podia dizer a verdade.—Estou buscando minha saída do casamento —sussurrou sem olhar nos olhos dele—. Mas os divórcios demoram, você sabe como é.Peter assentiu enquanto ficava pensativo por um momento, decidindo se devia ou não dizer algo assim, mas finalmente se atreveu a abrir os lábios.—Você tem que voltar para a casa do seu marido todas as noites? —perguntou—. Já sei que você não está com ele mas... —Seus dedos percorreram devagar aquelas marcas que a moça tinha nas bochechas e que eram as únicas que não pertenciam a ele—. Não quero que algo assim aconteça de novo.—E não vai acontecer de novo —garantiu a moça num sussurro—. Mas não sei se posso ir para outro lugar, é... é bastante complicado.No entanto, aquela não era uma resposta que Peter estava disposto a aceitar. Deixá-la i
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 23. Não vou aceitarHavia neve agora. Neve, e algo que definitivamente não podia ser chamado de trabalho.Chegar à Dinamarca foi algo estranho para Kim, embora fosse verdade que era fotógrafa esportiva, fazia muitos anos que não saía da Suíça, que não aproveitava a vida, que não sorria.Mas ali a esperava o desconhecido, um mundo em que não precisava ser quem tinha sido antes, um espaço onde podia esquecer tudo e Deus era testemunha de que Peter era absurdamente bom nisso.Desceram daquele avião para subir em um sedã que já os esperava e que os levou diretamente a um hotel de luxo.As reuniões com os patrocinadores foram rápidas, a única coisa que Peter devia fazer era aproveitar as pistas, usar aquela roupa de grife e deixar tirar fotos para promover tudo que pusessem em suas mãos, desde artigos esportivos, aparelhos eletrônicos, roupas, e tudo o que fosse possível.—Deixa eu te fazer uma pergunta —murmurou Peter naquela tarde, depois de uma sess
EM MINHA PRÓXIMA VIDA.Capítulo 24. Três mesesEla precisava se levantar. Levantar e responder e dizer e explicar... mas não queria. Podia fazer isso, mas não queria.Seus olhos se fecharam por um momento infinito e depois se abriram para fixar-se além de Peter, no céu avermelhado do entardecer que era perfeito para tantas fotos e especialmente para tantas lembranças.—Sim, você chegou tarde —sussurrou enquanto seus olhos marejavam—. Mas de maneiras que você ainda não entende. Se você tem certeza de que quer que eu fique por perto... eu vou ficar. Meu casamento acabou há muito tempo, então vou ficar por aqui, mas você precisa me prometer algo.Havia algo no tom de sua voz que fez Peter estremecer, mas ele simplesmente se recostou e puxou sua mão para fazê-la sentar sobre a neve.—Pode falar —respondeu com curiosidade porque não imaginava qual seria a condição que ela poderia impor.—Isso não vai durar menos de três meses.—Como assim...? —perguntou ele sem entender, e Kim segur
Aquele vestido azul marinho tinha mangas compridas e era totalmente fechado. Elegante e completamente coberto. E Kim agradecia porque isso significava que Peter tinha pensado em cada um dos beijos que tinha dado nela há menos de duas horas.Pela primeira vez na sua vida, aquelas marcas em sua pele ganhavam uma dimensão totalmente diferente, e se não fosse pelo que realmente significavam, até teria chegado a adorá-las.E mesmo assim, coberta, Peter jurava que não havia homem que tivesse olhos para outra mulher naquela noite, a menos que estivesse perdidamente apaixonado.—Não, não, deixa isso. —Apressou-se ele tirando a câmera das mãos dela e deixando-a sobre a cama—. Esta noite é para curtir, nada de fotografias, nada de patrocínios, nada de nada. Só vamos nos divertir e passar um momento agradável no leilão.Kim revirou os olhos, mas finalmente concordou em não trabalhar naquela noite, pendurou-se em seu braço como se realmente fossem um casal consolidado e saiu andando para longe