PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 42. Com minhas próprias mãosInfelizmente, havia pessoas que se achavam mais espertas que os outros, e Kolo era uma delas.Qualquer um poderia pensar que Dandara tinha ido se meter na boca do lobo, mas a verdade era que no exato momento em que levantou a pistola em sua direção, Kolo já estava com o pescoço dilacerado sem nem ao menos saber.—O que está fazendo? Enlouqueceu?! —rosnou Cameron, atravessando o quarto e puxando a mão de Dandara para colocá-la atrás de si, mas antes que pudesse fazer isso, ela avançou em direção ao homem à sua frente.—Baixe essa maldita pistola, a menos que queira engolir essas quinze balas. Vou avisar só uma vez —sibilou, e aquele tom fez os pelos de Cameron se arrepiarem.—Desculpe, querida, mas meu negócio depende da discrição, e infelizmente você acabou de ouvir uma conversa muito privada. Então, acho que vamos fazer esse acordo sim ou sim, Cameron —cuspiu Kolo, olhando-o com malícia—. Nenhum dos dois pode sair disso agora,
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 43. Uma situação subestimadaA reação foi instantânea, mas não o suficientemente rápida. A consternação de Kolo durou apenas um segundo, mas nem em seus piores pensamentos havia conseguido imaginar que em meio à maior tranquilidade, Dandara tinha usado uma mensagem privada do TikTok para alertar o terceiro predador mais perigoso na selva de sua vida; (porque o segundo não podia ficar sabendo, e o primeiro estava naquele momento dirigindo um caminhão com centenas de quilos de droga e, embora ela mesma não soubesse exatamente quanto, era dele que mais devia ter medo naquele momento)A porta do escritório se abriu com estrondo e Dandara recuou imediatamente, apoiando as costas no encosto da cadeira e usando-a como alavanca para projetar as pernas para frente. A sola de suas botas impactou contra o peito de Kolo antes que pudesse sacar a pistola, e o homem caiu para trás em meio a uma explosão de maldições e madeira quebrada.A mesa se despedaçou sob seu corpo
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 44. Pode, claro que podeCameron não era capaz de descrever tudo o que estava sentindo naquele momento. Metade dele era pura frustração, e a outra metade era ansiedade e medo, mas não por ele, e sim por Dandara, porque sabia que Kolo não era um cara fácil, e que ela tinha desenvolvidos os instintos mais perigosos.Não havia ido até ali com a intenção de aceitar qualquer acordo que não fosse entregar dinheiro de volta com juros, mas tudo isso havia mudado no exato momento em que viu uma arma apontando para a cabeça daquela mulher. Sabia que o clube estava lotado com os homens de Kolo, então, embora pudesse resistir por conta própria, sabia que não podia fazê-lo colocando a vida dela em perigo.Noel podia estar meio histérico, mas se cuidou muito bem de não dizer nem uma palavra quando sentou ao seu lado naquele caminhão.—Não precisa vir comigo —murmurou Cameron—. Se nos pegarem, isso vai ser cadeia por dez anos fodidos.—Bem... já sei como é aguentar você,
PRINCESA... DE DIA. CAPÍTULO 45. As cores de um homemA estrada estava vazia àquela hora da madrugada, e Cameron havia sido cuidadoso o suficiente para memorizar o código de entrada da garagem onde Dandara guardava seus melhores carros. Claro que também havia os escritórios e, no interior do complexo, toda uma enorme e deserta pista de corridas que poderia atenuar o escândalo que estava prestes a acontecer.—Diabos, juraria que me trouxe aqui para poder me dar uns tapas sem que ninguém saiba! —murmurou ela quando a caminhonete parou bruscamente dentro do galpão e a porta começou a descer.—Pois saiba que dar uns tapas em você não é permitido! —disparou ele, abrindo sua porta e desatando-a de um puxão—. Mas não pense nem por um momento que isso vai ficar assim! Te trouxe aqui para poder gritar sem que seu pai me demita, porque agora menos do que nunca posso perder o maldito trabalho, mas isso não significa que você não mereça que alguém te dê uns tapas! E não da forma boa!Dandara cerro
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja