LUTAR POR VOCÊCapítulo 70. Agora você é meuDoía. Doía tanto que a única coisa que ele queria era gritar, mas não era a primeira vez que passava por aquilo, então sabia como era e que eventualmente passaria, por isso dos lábios de Kyle saíram apenas algumas palavras suaves.—É demais —sussurrou sem abrir os olhos, mas sabia que o médico responsável por suas cirurgias jamais se afastava dele até vê-lo completamente acordado.—Calma —ouviu sua voz—. Já vou aumentar a morfina. Relaxa.Kyle abriu os olhos devagar e suspirou aliviado ao ver a equipe médica que conhecia tão bem. Muitos estavam com ele desde sua primeira cirurgia, então eram praticamente sua família.—Teve que cortar mais um pedaço meu, ou dessa vez você teve compaixão? —perguntou e seu médico sorriu, porque o sarcasmo era uma boa reação.—Não cortamos mais nada, o bisturi quase desviou e a gente quase te mutilou pra sempre, mas...—Eu falei pra você amarrar ela pro lado! Não pode arriscar minha linhagem assim, doutor! —prot
LUTAR POR VOCÊCapítulo 71. Você não vai escaparSe alguém ainda tinha dúvida sobre qual favor Adriana tinha pedido à Borboleta, bem... era esse.E enquanto Kyle a olhava com expressão transtornada, sua família ia se despedindo com muito amor e bons desejos para deixá-lo com a nova dona.—Não... espera... o que é isso...? —murmurou o lutador, sem saber se o que estava sentindo era algum tipo de consternação misturada com alívio.—Esta é a resolução de um problema imediato —sussurrou Adriana se inclinando para dar um beijo suave em seus lábios.—Que problema?—Você, tentando escapar de mim. E isso não vai acontecer —sentenciou a moça com segurança.—Mas... —Kyle apertou os lábios numa linha fina e respirou fundo—. Adriana, isso não está certo. Eu... tenho uma recuperação muito longa pela frente, as pessoas que já me conhecem sabem como me tratar, só preciso de tempo. O melhor é eu voltar pra Ucrânia com minha família e lá...—O que foi que eu falei?! —exclamou Adriana olhando para Nina
LUTAR POR VOCÊCapítulo 72. Motivação intensivaO importante não era que a propriedade fosse enorme, mas sim o que ela tinha. Zack era um atleta aposentado e o melhor em representação apesar dos seus anos, então tinha lidado com lesões durante toda sua vida e sabia muito bem o que era necessário para uma longa recuperação.—Só para você saber, isso foi um esforço em equipe. —Adriana piscou assim que ficaram sozinhos e caminhou na frente dele, mostrando a casa.Quase tudo estava no térreo, para que ele nem precisasse se preocupar com as escadas, mas conforme ela explicava como tudo ficava ao seu alcance, Adriana via que o rosto de Kyle ia escurecendo.Nem imaginava o quanto era difícil para ele voltar a se sentir tão limitado, mas antes que aquela escuridão o tocasse nem um pouco, alcançou sua boca com um beijo travesso e divertido e abriu a porta dos fundos.—Ainda não fique à vontade, agora vem a melhor parte —disse mordendo os lábios e Kyle viu uma enorme estrutura de cristais negros
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja
Furioso... não, mas frustrado e muito. Ele não conseguia entender como Andrea podia ser tão submissa com um sujeito tão desprezível. Sabia que ele era o chefe, mas que um raio caísse direto na cabeça dele se algum dia tratasse seus funcionários daquela maneira!Andrea não só se esforçava ao máximo, como fazia um bom trabalho. Era preciso ser cego para não ver que o idiota do Trembley só a diminuía daquela forma para mantê-la sob controle. E Zack não sabia por que ficava irritado com ela por permitir isso, mas o incomodava vê-la tão dócil com o chefe.Assim que a viu menos vigiada, ele a seguiu até a sala de cópias e fechou a porta atrás de si.— Ei, você nasceu com algum problema no pescoço? — perguntou, fazendo-a parar. Andrea o olhou confusa.— Como? — murmurou sem entender.— É que sua cabeça só se move pra frente e pra trás, dizendo sim. Não vi você balançar nem uma vez para os lados pra dizer não! —sibilou Zack. A moça apertou os lábios, com as bochechas coradas.— Porque nã