Andrea sentia que o mundo estava desmoronando sobre ela. Apertava as mãos no colo, juntando forças para não começar a gritar. — Como... como você soube que a Adriana estava no hospital? — perguntou a Zack. — O Ben acabou de me avisar. Pedi a ele que ficasse de olho na Adriana e, ao que parece, o próprio Mason avisou que a bebê tinha passado mal... aparentemente porque não conseguiu te localizar. Os olhos de Andrea se encheram de lágrimas enquanto Zack dirigia a toda velocidade. — Isso é mentira, eu nem recebi uma ligação dele! — rosnou ela com impotência. — Ele disse...? Ele disse o que aconteceu? — Não, só que ela foi admitida na emergência — murmurou Zack, segurando uma de suas mãos e apertando-a num gesto tranquilizador que para ela não ajudou em nada. Vinte minutos depois, já perto das onze da noite, correram pelos corredores do hospital até chegarem à recepção da emergência. — Adriana Brand... é minha filha! — exclamou Andrea, parando em frente à recepcionista, que d
— Isso não é verdade! — soluçou Andrea. — Eu vou te dizer o que é verdade — regozijou-se Mason. — Vou sair por aquela porta com a criança nos braços e você não pode fazer nada, porque um juiz me deu a guarda. — Tem certeza de que quer jogar essa carta? — A voz atrás deles os fez se virar, e ambos viram o rosto sombrio de Zack. — Não te convém ameaçar nenhuma das duas. — Você não se meta nisso, idiota, não é seu problema. Se tivesse sumido quando te avisei, teria poupado muitas lágrimas — rosnou Mason, estendendo as mãos em direção a Andrea. — Me dá a menina. — Não... Mason... — Me dá a menina ou eu chamo a polícia! — Não vou deixar minha filha sozinha com você para que a machuque! — gritou Andrea. — Então você já sabe o que tem que fazer — sibilou Mason. — Anda na minha frente e entra no meu carro. Andrea engoliu em seco, com lágrimas caindo de seus olhos, mas sabia que não tinha outra escolha. Se Mason estava disposto a tudo para submetê-la, ela faria qualquer coisa pa
Andrea não sabia dizer exatamente como se sentia, mas aquela mistura de medo, impotência e desespero não a abandonava. A suposta enfermeira que tinha sido responsável por dar leite estragado ao bebê já não estava mais pela casa quando chegaram, mas ela se encarregou de contar tudo a Zack por mensagem. Apesar da terrível situação em que se encontrava, não podia esquecer nada que pudesse usar contra Mason. Aquela noite, ela não dormiu, não conseguiu. Mas olhar pela janela e vê-lo sentado dentro da caminhonete, atento a qualquer movimento, lhe dava uma certa paz. Infelizmente, Andrea não foi a única que o viu, e às quatro da madrugada, em meio a um frio infernal, Zack sentiu batidas na janela do carro. Respirou fundo ao ver os dois policiais e teve a cortesia de sair do veículo. — Oficiais. Como posso ajudá-los? — Desculpe, senhor, mas você não pode ficar aqui — disse um dos policiais. — Por que não? — perguntou Zack com tom amável. — Não estou em propriedade privada. Não esto
Andrea não precisou que repetissem, saiu apressada, e assim que chegou à rua, Zack abriu a porta traseira da caminhonete para que ela entrasse. — Não se preocupe. Temos o turno da noite nesta área — disseram os oficiais apertando a mão de Zack. — Podemos dar uma volta sempre que for necessário. Deixaram seus números e Zack agradeceu antes de tirar Andrea dali. Chegaram ao prédio da empresa e Zack se certificou de que fossem vistos entrando, só para que o idiota do Mason não tivesse a ideia de incomodar. No entanto, quinze minutos depois, já estavam trocando de carro no estacionamento do prédio e saíam no carro de Ben. — Isso não vai trazer problemas? — perguntou Andrea, preocupada. — Não, já consultei com Gazca. A ordem do juiz não indica que você não possa tirar Adriana da creche, só precisamos garantir que a levemos antes das cinco — respondeu Zack. — Além disso, você precisa descansar, ainda temos algumas noites sem dormir pela frente. Passaram no apartamento de Andrea, ma
Isso era verdade. Tão verdade que Zack sentiu um nó no estômago. — O que sugere? — perguntou, virando-se para Milo. Seu irmão caminhou em frente à propriedade com a testa franzida. — Tem grade alta, mas não muro; erro típico de novos ricos, valorizam mais a exibição do que têm do que a privacidade — sentenciou Milo. — Felizmente, isso nos dá uma vantagem, porque temos duas casas para escolher. Ele apontou para as casas ao lado da de Mason. — Qualquer uma das duas é uma boa opção — sentenciou Loan. — Se você olhar pelos corredores, verá que têm quintais enormes. Andrea não precisaria ficar trancada o dia todo, e nós teríamos uma maneira melhor de vigiá-la. Só precisa convencer um dos proprietários a alugar para você pelos próximos quinze dias. Zack assentiu, mas não estava tão confiante quanto seu irmão sobre as chances de negociar com os donos das casas. — Vou investigar os donos para ver as possibilidades — murmurou, mas o oficial O'Grady se aproximou dele. — Não preci
Zack agradeceu e pouco depois passavam pelo prédio de escritórios a caminho do apartamento. Adriana imediatamente começou a brincar com Milo, e Zack arrastou Andrea para o seu quarto. — Deixa eu te ver — rosnou ele, levantando seu queixo. — Zack, realmente não foi nada... — tentou se soltar Andrea, mas ele negou com a cabeça. — Claro que foi algo! Aquele infeliz se atreveu a colocar as mãos em você! Eu vou matá-lo! — sibilou com impotência enquanto apertava os dentes. Andrea passou uma mão pelo cabelo dele e o puxou para mais perto. — Zack, você precisa se acalmar... — Eu não posso acreditar que você está me pedindo isso — disse ele com desespero. — Como você pede para eu me acalmar quando aquele homem teve a audácia de te machucar? — Porque eu não posso permitir que você faça nada estúpido. Estamos no meio de um processo, precisamos aguentar isso até o fim... há muito em jogo aqui. Adriana está em jogo. Zack olhou para ela com os olhos semicerrados. Sabia que ela est
Milo estava se exibindo na caminhonete, como o melhor dos playboys, mas felizmente, em menos de vinte minutos a transferência foi concluída e os papéis com sua assinatura digital estampada estavam prontos. — Pronto, só falta imprimir e você me ajuda a desaparecer depois, porque eu juro que essa mulher vai vir atrás de mim — avisou ele. Zack assentiu, aliviado, enquanto enviavam os documentos para o advogado Gazca e pouco depois estavam entrando no elevador, só para descobrir que Mason e seu advogado estavam fazendo um escândalo na recepção da empresa. — Minha filha deveria estar aqui! O juiz determinou que ela deveria ir para a creche, não que Andrea pudesse levá-la daqui! — rugiu Mason, furioso. — Vamos imediatamente registrar uma denúncia no tribunal! — ameaçou Basil Gagnon, seu advogado. — E faremos com que nunca mais concedam a custódia...! — O idiota do seu cliente não informou isso? — Zack estava irritado, mas sabia que manter a calma era a melhor opção para garantir qu
O Grady e Byren estavam fora de serviço durante o fim de semana, mas estavam encantados por ajudar a família da representante da Baby Storm; então, eles também ficariam para impor a força da lei, se necessário. — Bem, chegou a hora — disse Zack quando o relógio marcou meia-noite. Adriana tinha adormecido cedo e Andrea estava dando voltas no quarto como se não encontrasse consolo. Do segundo andar da casa ao lado, Zack podia vê-la perfeitamente, assim como podia ver que todas as luzes da casa já estavam apagadas. — Como oficiais de polícia, não podemos aprovar a invasão de propriedade privada — declarou Byren. — Exatamente por isso vamos nos virar para a TV e fingir que não ouvimos o seu plano — declarou O'Grady, e Zack sorriu enquanto se despedia dos irmãos. Zack respirou fundo, colocou a mochila nas costas e estalou os dedos. — Em seus marcas... e já! — sussurrou antes de correr em direção ao portão. Escalar foi fácil para ele. Silenciosamente, caiu do outro lado e corre