As pessoas podiam se dar um dia para chorar, mas Andrea não se deu nem um minuto, não podia, porque a única coisa que queria era recuperar sua filha. A assistente social os acompanhou à residência de Mason naquela tarde e Andrea sentiu vontade de vomitar ao ver a mansão em que ele morava e o carro que tinha enquanto ela só tinha um berço para sua filha. É claro que a assistente social não deixou passar despercebido aquele impacto, nem a dor de ter que deixar sua filha nos braços da enfermeira de Mason, porque assim que ele a pegou a menina começou a chorar desesperadamente. Naquela noite Andrea sentiu que morria sem sua filha. Só conseguia pensar em como ela estaria, provavelmente sem poder dormir porque estava com estranhos. No dia seguinte não conseguiu nem tomar um café enquanto esperava ansiosa na porta do prédio até que Mason apareceu em sua Mercedes e a enfermeira, com olheiras e cansada, entregou-lhe o bebê. Andrea abraçou e beijou sua filha como se não a tivesse visto em mes
—Não tenho cartões, senhora Stormhold, não sou tão importante. E se eu tivesse, a senhora também não me ligaria, só está tentando se livrar de mim como a pessoa educada que é. Mas nós duas sabemos que não me ligaria, por isso pedi cinco minutos do seu tempo. A mulher ficou olhando para ela em silêncio por um longo minuto, mas depois olhou para a pista, onde seu filho treinava e assentiu. —Vamos lá fora, não quero distraí-lo —declarou. Andrea a seguiu para fora das arquibancadas e a senhora Stormhold parou na frente dela em um dos corredores desertos. —Bem, o que queria me dizer? —Senhora Stormhold, sou aprendiz de um representante da Nexa Sport Representation, é uma empresa americana nova no país, embora já represente muitos esportistas canadenses —disse Andrea com firmeza—. Estou aqui para oferecer meus serviços, gostaria de ser a agente do seu filho. A mulher na frente dela parecia muito educada, então apenas negou com delicadeza. —Agradeço, mas meu filho não tem outro repres
Andrea sentiu seu coração parar por um segundo ao vê-lo ali. Ele usava um sobretudo longo e preto, uma blusa de gola alta e o cabelo tão impecável como sempre. Sua expressão estava cansada, como se fosse um grande peso estar ali. Ele continuava sedutor, continuava atraente... e de repente foi como se todas aquelas borboletas que ela tinha sentido por ele tivessem se transformado em ratos tentando devorar seu estômago por dentro.Durante dias, Andrea tinha desejado vê-lo aparecer naquela porta, mas agora... agora era muito diferente.Zack olhou discretamente para dentro e se surpreendeu que absolutamente nada tinha mudado ali, mas se absteve de dizer isso. Àquela altura, ele esperava que Mason tivesse voltado a morar no apartamento e ter que negociar com os dois.— Oi — disse ele com a mesma suavidade de sempre.— Oi — murmurou Andrea, mas sua mão não se moveu da maçaneta e seu corpo não deixou de bloquear a porta.Durante um longo minuto, nenhum dos dois abriu a boca, ela o olhava com
Andrea suspirou e passou a mão pelo cabelo. Sentia-se exausta, perdida e um pouco insensível.— O advogado dele disse que este lugar, do jeito que está, não era apropriado para criar uma criança, que não era um ambiente saudável, e o juiz concordou com ele — murmurou.— E o que disse o seu advogado? Não alegou nada sobre isso?Andrea mordeu o lábio, sentindo a dor profunda que esse tipo de conversa trazia consigo, especialmente por estar tendo-a com ele.— Por que você não me responde, Andrea? — insistiu Zack.— Porque estou fazendo um esforço tremendo para não te chamar de "idiota"! — replicou, e ele conteve a respiração. — Eu nem tenho uma cama para dormir, Zack! De onde diabos eu ia tirar dinheiro para um advogado?! Mason entrou com um processo pela custódia e em menos de duas semanas já tinha levado minha filha sem que eu pudesse fazer nada!Os olhos de Zack se encheram de lágrimas e ele rugiu de frustração. Não cabia na sua cabeça que Mason tivesse sido tão cruel com Andrea e o be
Se havia um bom momento para que a terra se abrisse e o engolisse, definitivamente para Zack Keller era aquele.Eles não tinham tido uma conversa longa, mas havia palavras de Andrea que não saíam de sua cabeça:"Mason tirou minha filha de mim porque eu não quis voltar para ele"."Eu nem sequer tenho uma cama para dormir, Zack! De onde diabos eu ia tirar dinheiro para um advogado?!""Só quero que você vá embora"."Você não arruinou nada, só foi... irrelevante".Talvez isso fosse o pior de tudo, que depois de ter prometido que a ajudaria, que a protegeria, não tinha estado lá para fazer nenhuma diferença. Andrea havia perdido sua filha, e por mais que ela repetisse que não era culpa dele, Zack não conseguia deixar de pensar que era.Ben se assustou quando no dia seguinte chegou cedo e o encontrou no escritório, andando de um lado para o outro como um leão enjaulado. Por sua aparência desleixada, era evidente que não havia dormido a noite toda e seus olhos estavam cansados de preocupação.
Um carro luxuoso parou em frente ao edifício e dele saiu Mason, muito bem vestido, e uma enfermeira que carregava o bebê nos braços. Andrea imediatamente a pegou e a aconchegou contra seu peito.— Bem... você conhece algum bom investigador particular? — perguntou de repente.— Posso conseguir um. Por quê? — perguntou seu amigo.— Porque me parece estranho demais que um homem que teve que roubar sua mulher e sua filha há seis meses, agora chegue dirigindo um Mercedes-Benz de alta gama — replicou com raiva. — Preciso de tudo o que houver sobre esse homem, Ben, até a cor das malditas cuecas dele!Afastou-se rapidamente e, tentando conter suas emoções, dirigiu-se à porta. Ele tinha que encontrar Andrea; tinha que se desculpar por tê-la abandonado e dizer que a ajudaria, que moveria céus e terra para colocar Adriana de volta em seus braços de forma permanente, mas primeiro tinha algo a fazer.Tomou as escadas porque, com Adriana nos braços, Zack tinha certeza de que Andrea pegaria o elevado
Andrea caminhou apressadamente até a recepção. Esperava por qualquer um dos antigos clientes que obviamente ficavam nervosos com a mudança de administração, mas ao chegar se deparou com uma surpresa inesperada.Diante dela estava um homem alto e bonito, vestido com um sobretudo azul escuro. Tinha um rosto amável e uma disposição gentil que Andrea já tinha visto muitas vezes nas últimas duas semanas, embora quase sempre por vídeo.— Senhor Stormhold? — surpreendeu-se Andrea.— Pode me chamar apenas de Gideon, por favor, só tenho vinte anos embora pareça mais velho — respondeu ele com voz grave e suave enquanto estendia a mão para cumprimentá-la. — E você deve ser a senhora Brand. Vim conhecê-la.Andrea sentiu o coração dar um salto. Ela tinha estado correndo atrás dele, claro, mas nunca esperara que ele aparecesse ali.— Claro, com certeza... Posso te convidar para um café?Gideon assentiu e Andrea pegou o cartão da empresa para descer à cafeteria com ele. Poucos minutos depois, sentava
Ela estava prestes a arrancar os cabelos quando a moça da recepção entrou correndo.— Estão te procurando de novo e agora é uma mulher com cara de poucos amigos, acho que vão te bater, chamo a segurança? — advertiu a moça.Andrea se apressou a chegar à recepção para se encontrar cara a cara com Dianne Stormhold e seu filho. Falaram pouco, e menos de cinco minutos depois Andrea empurrava a porta do escritório de Ben sem nem bater.— Preciso... — ofegou, apoiando-se no batente porque tinha corrido por meio andar —, preciso... de um contrato... um contrato de representação para meu cliente — disse emocionada e Ben se levantou enquanto Zack, que estava parado em frente à janela, fixava seu olhar nela.— Seu cliente? Quem? — perguntou Ben desconcertado.Andrea caminhou até seu mural, pegou aquela última foto e a colocou sobre sua mesa.— Consegui o Baby Storm — disse. — Ele está em uma das salas de reuniões, preciso de um contrato... Já, Ben! Já! — exclamou emocionada e Ben deu a volta na m