Eloise e Arthur haviam combinado de se encontrar na aldeia à tarde. Então ela pediu a Ignácia que arrumasse uma cesta cheia de comida para levar às crianças. Ela falou à mãe que ia caminhar, mas dessa vez a mãe insistiu para Firmina ir junto. Já o pai de Eloise havia ido até a fazenda do Barros para desfazer o acordo.
Enquanto caminhavam até a aldeia, Firmina e Eloise conversavam:
— A senhorita combinou de se encontrar com ele, não é?
Eloise a olhou e deu uma risadinha tímida:
— Você acha que minha mãe desconfiou?
Firmina sorriu de volta:
— Sua mãe é muito perspicaz, senhorita.
Elas seguiram o restante do caminho conversando e rindo. Firmina era confidente de Eloise e esta sabia que podia confiar nela. Ao se aproximarem da aldeia, algumas crianças que brincavam ali fora correram para enc
Eloise estava preocupada com Arthur e foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou ao local da briga, junto com Firmina, os dois homens já haviam sido separados. Arthur estava com um olho roxo e Estevam com o nariz escorrendo sangue e a boca cortada. Estevam se soltou dos homens que o seguravam e saiu andando rápido em direção ao seu cavalo. Quando ele passou por Eloise, a olhou com fúria nos olhos e lhe fez uma promessa: — Se não for minha, não será de mais ninguém!!! Eu tornarei sua vida um inferno. Ela se encolheu e ele passou. Montou em seu cavalo e saiu trotando. Eloise não entendia o que havia acontecido, Estevam nunca a amou, por que estaria fazendo aquilo? Orgulho ferido? Arthur correu em direção a ela. Pegou sua cabeça em suas mãos e a olhou nos olhos, nas bochechas, orelhas, examinando: — Você está bem? Ela ficou comovida com a preocupação, pegou a mão dele e o olhou: — Eu estou. Mas você não parece muito bem.
Era uma quarta-feira de outono, mas fazia um daqueles dias atípicos. Estava muito quente. O sol estava forte. Eloise e sua mãe tomavam um chá na varanda da casa e conversavam sobre assuntos aleatórios. Álvaro havia saído para comprar fertilizantes para a lavoura de café e vacinas para o gado. O lacaio da fazenda o acompanhava. Após a libertação dos escravos, o pai de Eloise ficou com poucos homens trabalhando para ele, manteve duas mulheres na casa, seu lacaio e mais três homens que cuidavam do gado e do cafezal. Ele teve que vender muito do gado que tinha para pagar contas e conseguir manter esses empregados. Em relação ao café, não teve como diminuir a produção, pois já estava cultivado. E o lucro da venda desse que ia ajudar a pagar um salário para aqueles que ficaram e dar um sustento a família. Já havia se passado uma semana após o incidente com o Estevam e ele não havia mais dado sinal de vida. Eloise e Arthur se corresponderam por quartas nesses dias, enviadas através
Arthur estava desesperado. A fumaça estava muito densa e era difícil ver qualquer coisa à frente. Ao mesmo tempo estava com raiva de Eloise por ter se metido em algo assim. Conforme adentrava mais aquela nuvem, mais seu coração acelerava e seu corpo tremia, agora tinha certeza que amava Eloise e não podia perdê-la:— Eloiseeee!!!Arthur andava com cuidado, olhando para todos os lados, tentando não deixar passar nada. De repente algo o segurou no tornozelo e ele quase caiu. Olhou para o chão e deitada de bruços, com a cabeça dentro de um buraco, tentando se proteger da fumaça, estava ela. Ele se abaixou rápido e a pegou nos braços:— Eloise, meu amor…Passou a mão pelo rosto dela, tirando os cabelos que caiam na testa suada. Ela respirava com dificuldade e seus olhos estavam vermelhos:— Vem meu amor, vou tirar você
Firmina ajudou Eloise no banho, enquanto sua mãe foi conversar com o pai que havia chegado em casa e queria notícias da filha. Eloise aproveitou para obter algumas informações:— Firmina, você conhece a história de Romeu e Julieta?Firmina não entendia o porquê daquela pergunta naquele momento, mas respondeu:— A senhorita comentou comigo quando foi assistir a peça.— Há uns dias atrás eu li o livro e agora, depois de tudo que aconteceu, fico pensando se existe mesmo um remédio ou planta que pode fazer aquilo? Eu preciso me livrar do Estevam Firmina. Ele não vai deixar eu e minha família em paz até nos tirar tudo…Eloise estava abalada e lágrimas corriam pelo seu rosto. Firmina lavava seus cabelos com cuidado e parou para olhar para ela:— O que a senhorita está pensando?— Tenho um
Ao anoitecer daquele dia, após todos terem jantado e se retirado, Firmina preparou um chá para Eloise e foi até seu quarto. A jovem estava com um lindo vestido branco, cheio de rendas e bordados. Firmina a encarou e colocou a xícara ao lado da cama:— A senhorita está muito bonita.A jovem sorriu:— Obrigada Firmina. Estou um pouco nervosa.Firmina sentou ao lado dela:— Ainda dá tempo de desistir.— Não. Eu vou continuar. Já enviei a carta para o Arthur, não vai demorar muito para ele receber e a dos meus pais, você coloca embaixo da porta assim que eu adormecer.Firmina assentiu. Eloise pegou a carta e entregou a ela:— Será que vou sentir alguma coisa? Dor?Firmina pegou as mãos da jovem:— Eu acredito que deve ser como dormir. Eu ficarei aqui com a senhorita.Eloise assentiu e pegou a x
Farroupilha, 2010Elena estava com alguns amigos numa festa da casa de um deles no interior da cidade. Fazia poucas semanas ela havia retornado de Porto Alegre, onde concluíra sua faculdade de filosofia e agora voltava a sua cidade natal para dar aulas na escola onde um dia estudou. Ela sempre foi uma jovem introvertida e tímida, tinha poucos amigos e nunca havia namorado, pois sempre cultivou uma paixão pelo jovem Eduardo, com quem estudou desde o jardim de infância. Este era totalmente o oposto dela, era namorador, extrovertido e tinha um círculo de amigos muito grande, sempre sendo o popular da escola.Era uma linda noite de verão, a lua cheia brilhava no céu, deixando a noite parcialmente clara. A festa acontecia na casa de Cecília, cujo os pais tinham uma chácara que usavam apenas em finais de semanas ou em eventos. Ela e Elena eram amigas desde a infância, embora tenham se afastado
Elena caminhou em direção a janela e olhou para a linda lua no céu. Ela estava muito nervosa, havia esperado muito por aquele momento. Edu não acendeu a luz, caminhou até ela e abraçou por trás, tirou o cabelo de seu pescoço e deu um beijo:— Queria ter mais tempo com você, mas precisamos nos apressar, o próximo jogador só pode começar quando concluirmos aqui.O corpo de Elena se arrepiou e ela sentiu um frio na barriga. Tentou virar para Edu, mas ele a manteve firme, de costas para ele. Ele a pressionou contra a janela e ela pode sentir sua ereção. Então ele começou a deslizar as mãos pelas coxas dela, levantando seu vestido e puxando sua calcinha. Elena se assustou:— Edu? O que está fazendo?Ele continuou. Abriu o zíper da sua calça e tirou seu membro para fora passando nela.— Eu vou ser r&
Elena entrou em seu carro e dirigiu sem olhar para trás. As lágrimas rolavam pelo seu rosto, lágrimas de tristeza, de decepção. Assim que chegou em casa, correu para seu quarto, pegou um pijama e foi para o banheiro. Escovou seus dentes durante vários minutos, assim como sua língua e toda extensão da boca, depois usou enxaguante bucal, lavou as mãos e foi tomar banho.Ela se sentia suja e por mais que esfregava, parecia que toda aquela sujeira não saia dela. Queria tirar de si qualquer vestígio do Edu. Lavou e esfregou várias vezes os lugares onde ele tocou, mas a imagem dele a olhando nos olhos cheio de prazer e perversidade não saia da cabeça dela. Então sentou-se ao chão, deixando a água cair sobre si e chorou. Chorou tanto que seus olhos ficaram inchados. Alguém bateu na porta:— Elena, querida você está bem?Era su