Letícia levantou a cabeça engolindo o choro que estava preso na garganta, as lágrimas ardiam em seus olhos, mas ela não as deixou cair. Com as mãos trêmulas, Letícia trava as rodas da cadeira, aperta fortemente as pernas e lentamente com apoio da força nos braços começa a ficar em pé. Seus músculos trêmulos cediam aos poucos, mas ela se mantinha firme, determinada a encarar aquela mulher que lhe causava tanta dor. Com um tremor nas pernas, Letícia se ergueu da cadeira de rodas, sentindo a força pulsante percorrer em suas veias. Seu coração batia descompassado, o suor frio escorria por sua testa, mas ela não podia mais se manter sentada, ela jurou pra si mesma que estaria de pé para ver a queda de quem já lhe fez tanto mal.Tudo parecia estar em câmera lenta, erguendo-se lentamente, com os olhos marejados de lágrimas, Letícia encarou Morgana com uma intensidade que a outra não estava acostumada a ver. Sua voz saiu firme, carregada de emoção e dor, mas também de uma coragem que vinha d
Marcos segurou Beatriz nos braços, sentindo seu coração despedaçar. — Não me deixe, amor. — disse, tocando seu rosto pálido. Marcos sentia suas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, sua voz tremendo de desespero. Ele olhou para Morgana, sentando desorientada no chão. Maicon rapidamente correu para segurá-la e impedi-la de fugir. — Você pagará por isso! — Sua raiva era ofuscada pela preocupação com Beatriz. — Onde você vai? — perguntou Letícia, em lágrimas, ao ver o sangue de Beatriz pingando no chão. — A ambulância está demorando, eu mesmo vou levar ela. — Com cuidado, Marcos levantou Beatriz, sentindo seu peso leve e frágil. — Eu te amo, Beatriz. Não me deixe! — Seu olhar implorava para que ela não o deixasse. Ele caminhou rapidamente para fora da mansão, onde o som das sirenes da ambulância e da polícia preenchia o ar. De longe, Marcos avistou seu amigo Jonathan, acompanhado por Lincoln. Ele estranhou, mas sua preocupação com Beatriz era maior. Jonathan, ao ver Beatriz ferid
Enquanto isso na delegacia, Lincoln e Jonathan, junto com o delegado analisavam as gravações de Letícia. — Isso é suficiente para condenar Morgana?— Lincoln perguntou, seu rosto endurecido pelas palavras que ouviu. — Sim. Precisaremos fazer uma investigação, o advogado de defesa pode querer anular a gravação como prova.— O delegado disse com o olhar preocupado. — Mas ela fez isso com o meu conhecimento, então mesmo que ele tente, não poderá anular, já que eu sou o investigador desse caso. — Ótimo! Com o arquivo que seu pai trouxe e com suas investigações, não terá como ela se livrar de ir para a cadeia. Para não deixar meios para ela escapar, quero que consiga os nomes dos envolvidos, Morgana nunca sujou as mãos, então sabemos que existe várias pessoas por trás de cada crime. Preciso interrogar a médica que atendeu Elisa Ávila, os médicos que negligênciaram o filho de Letícia Brown, quero o nome do farmacêutico que manipulou os venenos que matou Oliver Brown. Quero tudo isso a
Na manhã seguinte, Marcos, Beatriz, Maicon e Letícia foram até a delegacia onde Morgana estava temporariamente até ocorrer o julgamento. Renner havia ligado, pois Lincoln iria interrogar Morgana e mesmo sendo algo proibido, o advogado de Marcos conseguiu uma autorização de um juiz onde ele permitiu que Letícia e Beatriz ouvisse o interrogatório. Na frente da delegacia parecia que estava ocorrendo um espetáculo, jornalista de todas das emissoras de tv esperavam um pronunciamento, Marcos para proteger a imagem dos filhos e de Beatriz entrou pelos fundos, já dentro da delegacia, eles foram direcionados para uma sala privada onde aguardavam os próximos comandos. — Peço a cooperação de vocês. Fiquem em absoluto silêncio, independentemente do que acontecer ali dentro.— Renner pediu e eles concordaram, assim que o policial retirou Morgana da cela em que passou a noite, eles foram posicionados atrás de um vidro. Marcos abraçou Beatriz pela cintura percebendo o nervosismo de sua amada.
Lincoln bateu na mesa perdendo o controle, Morgana apenas sorriu de forma sarcástica, ela sentou novamente, olhando para ele com um ar de superioridade. Ele sentiu seu sangue ferver e as lágrimas de raiva misturado com rancor correrem por seu rosto. Ele sabia que Morgana não tinha limites, mas nada o preparou para o que ela diria em seguida. — Seu pai nunca te contou que ele traiu sua mãe logo no começo do casamento, não é?— perguntou cruzando os braços e estudando atentamente o rosto do jovem há sua frente.— Eu sei que você sabe Lincoln, vamos lá, diz em voz alta o que está gritando em seus pensamentos. — Cala a boca.— Lincoln gritou, fazendo ela sorrir ainda mais. Morgana levantou e se aproximou dele, seus olhos escuros, assim como os de Lincoln se chocavam. — Você não pode negar o sangue que você carrega. Você é meu filho, basta se olhar no espelho que você verá a semelhança. — Eu disse para calar a boca!— gritou ainda mais alto, colocando as mãos entre os fios do cabelo
Lincoln saiu da sala de interrogatório com uma sensação de angústia e raiva. Ao passar pela sala onde Renner estava, percebeu a preocupação em seus olhares. — O que você fez Lincoln?— Renner perguntou em tom desesperado. — Eu fiz o que precisava fazer.— disse Lincoln sem remorso. — Mas ao custo de quê? Me diz que é mentira o que estou imaginando.— perguntou Renner. Lincoln respirou fundo e decidiu confessar, ele retirou o gravador, colocou o distintivo, a arma em cima da mesa e olhou para Renner. — Sim, eu sou o culpado, eu a envenenei. Planejei desde o começo, por isso, Renner, faça seu trabalho.— Lincoln disse esticando os braços para ser algemado. A reação dos presentes foi de completo choque e preocupação. Renner não sabia o que pensar. — Você não tem noção do que você fez! Você pode ter colocado toda a investigação a perder. — Eu sei! Mas também sei que você não vai deixar isso acontecer. — Fique ciente de que terei que abrir uma investigação sobre seus atos— Ren
Se passou uma semana desde que Morgana havia sido presa. As coisas pareciam em fim fazer sentindo. Contudo, uma situação ainda incomodava Letícia, fazendo-a perder até mesmo seu sono, e Maicon sabia exatamente o que estava acontecendo. A semana foi de muita correria, Maicon precisou voltar para Nova York, onde deixou Letícia preocupada e um pouco afastada da rotina da família. Apesar da vontade de se isolar, Beatriz nunca a deixava sozinha, ela estava ciente do que seu cunhado foi fazer, por isso tentou demonstrar todo seu apoio para a amiga. A noite caía, e o silêncio era quebrado apenas pelo tique-taque do relógio. Do lado de fora o som do motor do carro de Maicon invade os ouvidos de Letícia, que senta na sua cadeira de rodas rapidamente, a ansiedade exalava em seu olhar. Maicon nunca ficou mais de um dia sem ve-la, e aqueles dois dias foram uma tortura para ambos. A porta se abriu, e Maicon entrou com passos largos, um sorriso radiante no rosto. Seus olhos encontraram os de
Enquanto Letícia estava em Nova York, passando o resto da semana para conhecer sua mãe, Maicon e Marcos decidiram fazer uma surpresa para Beatriz. Com os ataques, as descobertas, e a prisão de Morgana, Beatriz focou unicamente em proteger os filhos e se dedicar ao seu relacionamento com Marcos. Após um dia intenso de trabalho, Marcos chegou na mansão, seus passos fprtes e precisos ecoaram pelo corredor silencioso, ele foi direto para o quarto de Beatriz, matar a saudade dela e dos filhos, porém ela não estava lá. Ele se aproximou da janela sabendo exatamente onde ela estava. O jardim para Beatriz era o lugar mais acolhedor da mansão, lá ela passava horas com os filhos, o céu ainda estava azul, apesar de não ter sol, era um fim de tarde tranquilo onde Beatriz podia apreciar as vastas flores que se destacavam em meio ao gramado verde.Marcos sorriu observando seus filhos deitados em uma manta branca, suas pequenas mãozinhas balançando para o ar, rodeados por brinquedos coloridos. Seus