Como elas estão, doutor?
— Assim que tivermos algum parecer mais seguro te informaremos, pode ser?
Marcel encostou a cabeça na parede e começou a bater em desespero.
— Calma, queridinho – disse Marcel tentando acalmá-lo –, vai dar tudo certo.
— Ah! Que bom que você apareceu – disse Jorge à Marcel que o abraçou.
— Elas são fortes, ficarão bem, ok?
— Eu sei... é que é tão difícil...
— Claro que é... mas elas têm a nós dois.
— Eu sei...
— Vou buscar uma água com açúcar para você, está muito nervoso.
— Obrigado.
Alguns poucos minutos Marcel voltou com um copo d’água e entregou para Jorge.
— Está se sentindo melhor?
— Parece que um caminhão passou
Theo estava passeando pelas ruas de Paris e sabia que seriam bem tranquilas devido à semana da moda em Milão, não haveriam madames desfilando pelas ruas, pois todas estariam por lá vendo as tendências para a próxima estação, então era apenas administrar seus negócios ilegais.— E aí, Theo, tudo bem? Meus sentimentos...— Tudo bem... porque meus sentimentos?— Você não ouviu o rádio e nem viu as capas de jornais?Ele negou com a cabeça e correu até a banca e viu estampado na primeira página a tragédia tripla... porém só uma delas lhe chamou a atenção...“MORRE A HEROÍNA PARISIENSE, GLADYS VIERMOND...”
Os médicos estavam correndo com as duas macas emparelhadas lado-a-lado, tudo estava turvo, as luzes se revezavam entre clarear e escurecer...— Tânia... disse quase num sussurro quando as camas pararam para iniciarem os procedimentos médicos.— Não fala nada...— Queria que você soubesse que foi uma extraordinária adversária... fico feliz em tê-la como minha rival.— Agora não é hora....— Nem nunca mais será...Gladys sorriu e por um instante, Tânia percebeu que era seu adeus.— RÁPIDO!!! – Gritou um dos médicos – perdemos os sinais vitais dela.Tudo o que Tânia ouviu foi sumindo... então ela adormeceu.AOS POUCOS, TÂNIA foi recobrando a consciência e, de repente, se lembrou de Gladys.— GLADYS!!! CADÊ A GLADYS???As
Theodore entrou no escritório de sua mãe e olhou para o atelier, todos estavam tristes e o ambiente visivelmente sem vida.— Sua mãe era uma grande mulher.Theo olha para trás e viu Gabrielle, a secretária de sua mãe e a intermediária entre eles.— É o que todos dizem.— Isso aqui agora é tudo seu.— Isso aqui nunca será meu.Apesar de ser um rapaz que acabou de sair da adolescência, ela o percebeu muito adulto naquele instante.— Mas alguém terá que dar seguimento ao que ela construiu.Theo sorriu.— Parabéns, Gabi... é todo seu... só me mande relatórios semanais.— Para de brincadeira, Theo.— Você acha que eu iria brincar com uma coisa dessas, e outra, era o desejo da minha mãe.Theo abriu o cofre e mostrou o tes
Tânia fechou os olhos e por um instante o tempo começou a passar em câmera lenta, então, ouviu o barulho oco do corpo sem vida de Marcel cair no chão e a voz de Greg.— Ainda bem que chegamos a tempo.— GREG!!! – Ela jamais imaginou que ficaria tão feliz em vez alguém na vida quanto ele – Nunca achei que ficaria tão feliz ao vê-lo novamente.— Ainda bem que meus instintos estavam certos em segui-la até aqui, sabia que uma hora esse miserável apareceria.— Mas...— Sei que deve estar pensando que ele era apenas o auxiliar de Gladys, mas era um miserável invejoso, matou Gael, o pai de Gladys, Jorge e agora queria te matar também.— Jorge está morto?— Infelizmente... ele foi sequestrado e torturado no dia do acidente.— Coitado do Jorge... era um excelente profissional.
Tânia Copelli continuou a ser conhecida no mundo todo como a mulher que revolucionou a moda, ela se casou novamente e foi avó de muitos netos, abriu uma fundação com o mesmo nome de sua grife e ajudou a muitas crianças carentes, abrindo oportunidades em seus ateliês no mundo todo.JANICE, AO CONTRÁRIO DA MÃE, seguiu a carreira militar, sendo uma oficial altamente condecorada igual ao pai, lutou em diversas batalhas, como o Vietnã e no Golfo, quando se aposentou, seguiu na carreira política, chegando ao Senado dos Estados Unidos e sendo cotada a ser a primeira mulher a disputar para a Presidência dos Estados Unidos, perdendo nas eleições primárias duas vezes seguidas.THEODORE seguiu a carreira de cineasta de filmes eróticos parisienses, um dos primeiros a seguir aquele ramo, ganhando fama mundial seguindo o sucesso de Deep Throat, do qual er
IGUALMENTE AO LIVRO “O sorriso de Cíntia Donnaville”, este livro surgiu de uma ideia absurda que veio em uma talagada só, uma amiga, Tânia postou uma foto com um lenço azul amarrado ao pescoço e até então nada daquilo havia me chamado a atenção, mas como se tivesse recebido uma marretada na cabeça, a ideia veio...A menina do lenço azul...Essa era a primeira ideia de um título, contei a ela, que inicialmente gostou, mas achou que tudo fazia parte de alguma brincadeira, o que não é o meu caso, se eu simplesmente vislumbrar uma ideia, com certeza a colocarei para frente sem pestanejar, e assim sucedeu.Em sua maioria, os personagens são inspirados em pessoas reais, Marcel um Guitarrista, amigo em minha adolescência, Gleide, uma amiga do Rio de Janeiro, com uma personalidade forte e que vence tudo e todos dia-a-d
POR: MARGARET LESNYAK CASCONIA LITERATURA NACIONAL está tendo um grande avanço em nosso território e quem ganha com isso somos nós leitores. Essa obra de Rafael Zimichut denominada - UM SALTO PARA AS ESTRELAS - está aqui para nos provar a força dessa literatura.O autor renomado que já escreveu mais de trinta livros, vem nos presentear aqui com essa narrativa forte, com o pano de fundo da cruel 2° Grande Guerra Mundial.O próprio subtítulo já deixa claro o recado de Rafael Zimichut:"...Existe sempre um alto preço pelos seus sonhos..."De certa forma a narrativa nos embala aos acontecimentos de uma trama onde o preço pode ser alto demais. Acontecimentos esses que seguem o ritmo ficcional, mas caminham por imitar a própria vida. O autor vem nos trazer mais uma prova de que a arte é o espelho da vida.A
Tânia Copelli era dona da marca mundialmente famosa "Blue Scarf" e por muitos anos foi sinônimo de moda, beleza, criatividade e ousadia, mesmo agora, no auge de seus oitenta e nove anos de idade, prestes a completar noventa, trazia traços de uma beleza clássica que desfilou mundo afora por mais de sessenta anos.Dona de olhos verdes vivos e um sorriso largo fácil, ela foi até o seu guarda-roupa e tirou a caixinha de música que havia ganhado da avó antes dos acontecimentos trágicos que cercavam a sua família e que continuaram a acontecer com ela, mas se não fosse por Gladys Viermond tudo aquilo seria um ciclo de desgraças sem fim.No fim das contas, tudo sempre girou em torno dela...Suas mãos gentis e frágeis pela idade abriram a caixinha de música que imediatamente começou a tocar "As quatro estações" deViv