HelenaOs soldados me deixam no quarto de Arthur e me amarram ao dossel da imensa cama, é certo de que não me deixariam livre. Entretanto, me soltar destas cordas não é algo muito difícil. Olho ao redor por todo ambiente a procura de algo que eu possa usar como arma. Infelizmente não pude trazer minha espada o que é uma grande lástima, adoraria enfiá-la em Arthur até atravessá-lo. Já é noite, uma ansiedade me invade, e logo ouço o som da porta se abrindo. As botas do general batem em solavancos pelo piso de madeira quando entra, parece mais bêbado do que antes feito um porco imundo. Prefiro não encará-lo, tenho muita repulsa por este homem. Quando se aproxima de mim, ele ergue sua espada e sinto a ponta fria da lâmina tocar meu busto subindo em pequenas trilhas até alcançar meu queixo sobre seu olhar nojento.— Então você é durona, não é? Permaneço de cabeça baixa.Percebo que o maldito começa a retirar suas roupas devagar. Quando se livra da parte de cima da farda ainda perto de mi
HelenaA viagem de volta a Molavid é de navio, assim como a maioria dos soldados vieram para o ataque. Havia uma festa animada, os soldados não paravam de comemorar com muita música e algumas bebidas que haviam saqueado de Tronte, ficou decidido que Tireade e Persi ficariam nas terras, eram reinos tão grandes quanto Molavid. Estabeleceriam ali suas respectivas cidades.Algo dentro de mim não estava certo, eu não conseguia me sentir feliz, nem ao menos comemorar a vitória, não entendia como isso era possível, afinal eu desejava tanto essa guerra e de alguma forma me sentia culpada por não gozar da mesma alegria que os demais.James me analisa o tempo todo com seu jeito protetor, a forma como ele invadiu o quarto na tentativa de me salvar foi heróico, além do mais não interferiu em minha luta. O que só fez aumentar o desejo dentro de mim em estar com ele, queria James comigo para sempre. Desejava me casar com ele, voltar para minha família da qual eu morria de saudades, e já que eu prec
HelenaSeguimos pelo corredor escuro e frio, James estava a frente, pelo menos não me arrastara com ele, no entanto sei que não deveria segui-lo, porém meus instintos estão me traindo desejando ir com ele para qualquer lugar.Então, descemos algumas escadas e eu sabia bem para onde me levava, aquele era o porão do navio, e se tratava de um navio de guerra, não tinha nada mais que armamentos e poucos alimentos que restava. Meu coração batia forte, e houve um momento em que pensei que fosse parar. Minhas pernas tremiam como se fosse a primeira vez que eu ficasse a sós com ele. Quando finalmente fechou o alçapão de madeira, eu soube que era um caminho sem volta.Uma ansiedade frenética toma conta de mim, meu estômago se revira ao mesmo tempo se contorcendo de uma forma que eu nunca imaginei que fosse possível. Não há nem ao menos uma única troca de palavras sequer.James se vira ficando de frente, e como em câmera lenta, se lança sobre mim feito um animal feroz faminto e eu uma indefesa
HelenaSubo rapidamente a escada de madeira deixando James para trás, havíamos combinado que eu subiria primeiro para não levantar suspeitas. Quando passo pelo corredor vejo Magnus e Sarah, fico constrangida ao notar que estão em uma discussão, num diálogo caloroso, a expressão em ambos não é das melhores:— Você não é o meu dono!— Ela fala enfurecida.Magnus segura os pulsos de Harley como se tentasse contê-la e ela o enfrenta. Fico inquieta desejando sair dali, entretanto temendo ser pega como uma bisbilhoteira. Então o que eu mais temia me acomete, os olhos de Sarah encontram os meus.Seus olhos azuis ficam acinzentados ao me ver, sou analisada de uma forma um tanto rude. E percebo que Magnus também me olha, como se desejasse se recompor e a soltá-la. Sentindo meu rosto queimar de vergonha, dou um passo à frente devagar. Harley se vira para Magnus me ignorando.— Não temos mais nada a dizer um ao outro. Me deixe em paz!— ela fala e saí sem ao menos olhar para trás.Ainda estou par
HelenaEra James, tão lindo e másculo como sempre, estava parado à porta do meu quarto, e mantinha um sorriso no rosto como se estivesse ansioso para me encontrar, suas mãos estavam escondidas para tás do corpo como se escondesse algo. Nem me dei ao trabalho de especular o que fosse, eu tinha muita raiva de James para me interessar por qualquer coisa que viesse dele.— Estava lhe aguardando. — Sua voz é rouca e sedutora.Quando me aproximo ele se lança sobre mim e eu tive certeza de que fosse me beijar, entretanto recuo.— Acho melhor não — o impeço.Ele no entanto se conforma, certamente sabe que era algo arriscado demais. Então James retira as mãos detrás das costas e me entrega uma bela rosa vermelha. Respiro devagar sem nenhum tipo de reação, a flor é maravilhosa e delicada, seu perfume invade minhas narinas, talvez em outra situação eu teria ficado em êxtase, no entanto sinto muita vontade de faze-lo engolir cada pétala.— É para você, pensei que gostasse de flores.Eu não dever
HelenaPor causa das festividades em Molavid devido a nossa vitória contra os Tronteanos, meu retorno a Village acabou se atrasando e alguns dias depois, finalmente, estava tudo preparado para viagem, eu retornaria para minha terra. Estava me mantendo tranquila, afinal não havia mais nada o que fazer aqui, por mais que eu amasse minha vida militar em Molavid, precisava voltar para minha família. Além do mais, a cada dia ficava mais difícil minha situação com James, estávamos juntos em cada evento, hospedados na mesma casa, e eu não desejava vê-lo, era muito difícil para ambos. O sol ainda não havia nascido quando os servos terminam de ajeitar as bagagens no compartimento do navio para nossa partida. Haviam muitas coisas que eu estava levando, Hector me presenteou com todas as roupa de guerra, apesar de que papai não me permitirá usar boa parte delas, mesmo assim desejo levá-las. Agradeço a Hector pela milésima vez por sua estadia.James me evitava, e eu também sabia que ele se mantin
HelenaAquela parecia ser a primeira vez que eu fazia uma viagem de navio, o meu corpo havia se esquecido de como era estar tanto tempo em alto mar, todos os dias eu sentia um mal-estar diferente.Naquela madrugada fria, eu me remexia na cama sem conseguir pregar o olho, meu estômago se revirava em meio a muitas náuseas, mas diferente de todas as outras vezes, senti que tudo aquilo que eu havia me alimentado durante o dia iria sair para fora. Salto rapidamente da cama e corro até o recipiente próprio para esse tipo de necessidades, logo um jato de vômito sai de meu estômago até passar pela boca. Quando começo a sentir alívio, novamente outra onda de mal estar me acomete, coloco para fora tudo novamente.Então me ergo, vou até a mesa de mogno em pequenos passos, pego o jarro de água ainda sentindo minhas pernas fracas e o corpo trêmulo. Viro o líquido no copo e bebo em pequenos goles na tentativa de me sentir um pouco melhor. Ainda fico tentando entender que doença era essa que me acom
HelenaDepois do meu diálogo com Melin na madrugada anterior acordei me sentindo bem disposta, ainda não sabia se Melin estava certo, entretanto as suas palavras conseguiam aquietar o meu espírito e havia funcionado feito um remédio que alivia dores. Saber que estamos quase chegando em terra firme também fez com que todo meu mal estar passasse, eu sabia que o balanço do barco era o que me fazia mal.Quando vejo James me assusto com seu estado, ele parecia não ter dormido nada, me recordo de que Melin disse que ele havia bebido muito na noite anterior. Estava um trapo. Às vezes eu tinha a impressão de que James estava sofrendo com o nosso distânciamento, seu semblante era triste, confesso que sinto um aperto no peito.— Bom dia, Senhorita Lewis! — Melin me salda com alegria em sua voz ao me chamar de forma tão formal. — Acho que está bem melhor.Ele diz notando que eu observava James de onde eu estava. No mesmo instante me recomponho. Melin sorri.— Por que não conversa com ele?Respir