NICOLE . . O sol da manhã invadia o meu novo apartamento, preenchendo cada canto com uma luz suave, mas a sensação de vazio persistia. Felipe havia retornado aos negócios, e eu sabia que o momento de enfrentar a vida real, a faculdade e os colegas estava cada vez mais próximo. Eu me arrumei com calma, respirando fundo para acalmar os pensamentos que me assombravam desde a última conversa com meu pai. As palavras dele ainda doíam, mas Felipe tinha me dado a força que eu precisava para seguir em frente. — Hoje, é o dia de voltar para a faculdade e encarar tudo de frente. Eu cheguei ao campus com uma mistura de ansiedade e determinação. Os olhares e sussurros eram inevitáveis; todos pareciam saber da minha história. Eu os ignorei, mantendo a cabeça erguida e os passos firmes, tentando não me deixar abalar. Mas a sensação de estar sendo julgada a cada segundo era sufocante. Assim que entrei na sala de aula, vi a Clara, minha amiga. Ela estava sentada no fundo, olhando p
FELIPE ..No dia seguinte ao episódio com a Renata, acordei com uma dor de cabeça dos infernos, eu não havia bebido muito, mas foi o suficiente pra me deixar em uma situação ruim.Enquanto eu me preparava pra mais uma reunião, eu fiquei repassando todas as ameaças da Renata, e fiquei me perguntando se ela seria mesmo capaz de fazer algo mais, mesmo depois do processo.Eu olhei pro celular e senti vontade de ligar pra Nicole e falar tudo o que aconteceu, mas eu não queria levar mais problemas pra ela, afinal eu sabia que ela estava sentindo dor e mágoa e suficiente por conta dos pais.Os últimos dias tinham sido uma loucura. A correria do trabalho, com reuniões intermináveis e eventos que estavam prestes a acontecer, me impediu de estar com ela, e a saudade dela só aumentava. Eu não conseguia parar de pensar nela. Sentia falta do sorriso dela, do cheiro dela, da buceta dela, dos gemidos dela no pé do meu ouvido...— Que porra!Resmunguei ao perceber a minha ereção se formando por den
NICOLE . . Eu tentei focar no restante da aula, mas minha mente estava em outro lugar. As palavras daquela vagabunda, ecoavam na minha cabeça. "Será que mais alguém pensa como elas? Como meu pai?" Eu sabia que não podia me deixar levar pela tristeza daqueles confrontos. Eu era mais do que as pessoas estavam dizendo de mim, mas não podia negar que aquilo me afetou mais do que eu gostaria. Eu estava exausta, psicologicamente drenada, e cada palavra parecia pesar mais do que a anterior.Quando a aula finalmente acabou, saí da sala com a cabeça cheia de questionamentos. Minha vida tinha se tornado uma montanha-russa de emoções, e eu sentia falta de um porto seguro. Felipe. Eu sabia que ele estava ocupado com os negócios, que sua agenda era cheia e que não podia estar ao meu lado o tempo todo, mas, mais do que nunca, eu daria tudo para tê-lo por perto. Só queria que ele estivesse comigo, pelo menos neste dia horrível.Eu cheguei no apartamento e soltei um suspiro longo, tentando me
FELIPE . . Eu a segurei contra mim, sentindo o calor do corpo dela através das nossas roupas. O sorriso que ela me deu, mesmo que apenas por um breve instante, já fez valer a pena tudo o que passei até ali. Mas quando os lábios dela encostaram nos meus, todo o resto desapareceu. Havia uma fome ali, uma necessidade mútua que era quase palpável. Eu precisava estar dentro dela de uma forma que eu não conseguia explicar. Era tudo diferente, a sensação de estar com ela e saber que ela era só minha, me deixava ainda mais maluco. Eu a levei pro quarto disposto a acabar com todo o meu sofrimento, porque sim, era um verdadeiro sofrimento passar tanto tempo sem comê-la. O quarto estava apenas iluminado pela luz suave que entrava pela janela, criando sombras que dançavam nas paredes. Eu me afastei por um segundo, apenas o suficiente para apreciar a visão dela, deitada na minha frente enquanto eu tirava a minha roupa em um completo desespero. O colar que eu havia colocado ainda brilhand
NICOLE ..Eu tinha começado a me dar conta que o meu relacionamento com o Felipe estava me deixando mimada e fragilizada, logo eu, que sempre cuidei de mim mesma, que achei ser superior a qualquer tipo de situações difíceis, estava praticamente me rendendo a tudo e a todos, como se eu fosse uma boneca de porcelana prestes a quebrar, e eu não queria ser assim. Depois do Felipe ter me comido ferozmente, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte, eu ainda não havia chegado a essa conclusão, mas ele furou a bolha em que eu estava, com um único nome, ele literalmente me puxou pra realidade e me fez vê que diante de tudo o que havia acontecido com nós dois, eu não podia baixar a guarda pra nada e nem pra ninguém, muito menos pra Renata, que não havia superado a traição do Felipe, e estava disposta a destruir qualquer felicidade que ele viesse a ter, e eu estava absorvendo toda aquela onde de vingança, simplesmente por eu ser alguém empenhada a fazê-lo feliz. Eu perguntei para o Fel
FELIPE ..Quando entrei de mãos dadas com a Nicole no corredor da faculdade, senti os olhares queimando em nossa direção. Cada movimento que fazíamos era acompanhado por um sussurro mal disfarçado. As pessoas cochichavam como se não tivessem mais nada importante para fazer na vida, a não ser especular. Eu sabia muito bem o que elas estavam pensando, julgando, e aquilo só aumentava minha raiva. — Felipe, por favor, não faz isso. A Nicole sussurrou perto de mim, tentando manter a calma. — A gente já conversou sobre isso. Não precisa criar uma cena. Mas eu não estava nem um pouco inclinado a seguir esse conselho. Desde o momento em que soube que tinham tentado humilhar ela, como se ela realmente fosse interesseira, ou não soubesse bancar a si mesma, eu não tive mais paz. Eu queria saber qual era o tipo de pessoa que se achava superior a Nicole, e se fosse necessário, eu iria expor cada uma dessas pessoas. Chegamos à porta da sala de aula dela, e eu virei pra ela, mant
NICOLE..Quando Felipe soltou a minha mão e começou a caminhar em direção àquelas garotas, o pânico tomou conta de mim. Eu sabia que ele ia fazer uma cena, e eu não queria isso. Eu queria evitar mais exposição, mais fofoca. O meu rosto queimava de vergonha. Não por mim, mas pela ideia de que ele estava fazendo aquilo em frente a todos, como se eu fosse uma criança indefesa que não sabia se defender sozinha."Vergonha quem tem que sentir são elas, Nicole."Essas palavras ficaram martelando na minha cabeça enquanto eu assistia a cena se desenrolar. Ele estava indo até elas, com aquele sorriso sarcástico no rosto. Meu coração batia acelerado, e por um momento, tudo o que eu queria era que um buraco se abrisse e me engolisse.Mas conforme ele começou a falar, algo mudou dentro de mim. No início, eu só queria que ele parasse, que não me fizesse ser o centro das atenções mais uma vez. Mas depois de ouvir suas palavras, um orgulho silencioso foi crescendo no meu peito. Ele estava me de
FELIPE . . Voltar pra casa depois do meu divórcio com a Marina, foi estranho, na maioria das vezes ela não estava lá, por conta dos inúmeros eventos que ela ia, mas a sensação de saber que eu morava sozinho em uma casa tão grande, me deu um certo tipo de solidão, e ela levou nossa cozinheira, o que fazia de mim um homem solitário e sem comida. Eu precisava respeitar o tempo da Nicole, ela não queria casar antes de terminar a faculdade, queria que as coisas corressem devagar, e apesar disso doar meio adolescente, eu não poderia insistir, não até ela realmente se sentir preparada pra dar esse passo, sem contar que eu havia acabado de me divorciar. Mas embora não casando, eu precisava ter a Nicole ao alcance de minhas mãos, e não dava pra ter isso morando em outro estado. — Eu preciso dar um jeito nisso. Falei, enquanto me livrava da gravata e deitava no imenso sofá. Havia muitas coisas que precisavam encaixar novamente na minha vida, e um homem como eu, tornava tudo mais