NICOLE ..Eu tinha começado a me dar conta que o meu relacionamento com o Felipe estava me deixando mimada e fragilizada, logo eu, que sempre cuidei de mim mesma, que achei ser superior a qualquer tipo de situações difíceis, estava praticamente me rendendo a tudo e a todos, como se eu fosse uma boneca de porcelana prestes a quebrar, e eu não queria ser assim. Depois do Felipe ter me comido ferozmente, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte, eu ainda não havia chegado a essa conclusão, mas ele furou a bolha em que eu estava, com um único nome, ele literalmente me puxou pra realidade e me fez vê que diante de tudo o que havia acontecido com nós dois, eu não podia baixar a guarda pra nada e nem pra ninguém, muito menos pra Renata, que não havia superado a traição do Felipe, e estava disposta a destruir qualquer felicidade que ele viesse a ter, e eu estava absorvendo toda aquela onde de vingança, simplesmente por eu ser alguém empenhada a fazê-lo feliz. Eu perguntei para o Fel
FELIPE ..Quando entrei de mãos dadas com a Nicole no corredor da faculdade, senti os olhares queimando em nossa direção. Cada movimento que fazíamos era acompanhado por um sussurro mal disfarçado. As pessoas cochichavam como se não tivessem mais nada importante para fazer na vida, a não ser especular. Eu sabia muito bem o que elas estavam pensando, julgando, e aquilo só aumentava minha raiva. — Felipe, por favor, não faz isso. A Nicole sussurrou perto de mim, tentando manter a calma. — A gente já conversou sobre isso. Não precisa criar uma cena. Mas eu não estava nem um pouco inclinado a seguir esse conselho. Desde o momento em que soube que tinham tentado humilhar ela, como se ela realmente fosse interesseira, ou não soubesse bancar a si mesma, eu não tive mais paz. Eu queria saber qual era o tipo de pessoa que se achava superior a Nicole, e se fosse necessário, eu iria expor cada uma dessas pessoas. Chegamos à porta da sala de aula dela, e eu virei pra ela, mant
NICOLE..Quando Felipe soltou a minha mão e começou a caminhar em direção àquelas garotas, o pânico tomou conta de mim. Eu sabia que ele ia fazer uma cena, e eu não queria isso. Eu queria evitar mais exposição, mais fofoca. O meu rosto queimava de vergonha. Não por mim, mas pela ideia de que ele estava fazendo aquilo em frente a todos, como se eu fosse uma criança indefesa que não sabia se defender sozinha."Vergonha quem tem que sentir são elas, Nicole."Essas palavras ficaram martelando na minha cabeça enquanto eu assistia a cena se desenrolar. Ele estava indo até elas, com aquele sorriso sarcástico no rosto. Meu coração batia acelerado, e por um momento, tudo o que eu queria era que um buraco se abrisse e me engolisse.Mas conforme ele começou a falar, algo mudou dentro de mim. No início, eu só queria que ele parasse, que não me fizesse ser o centro das atenções mais uma vez. Mas depois de ouvir suas palavras, um orgulho silencioso foi crescendo no meu peito. Ele estava me de
FELIPE . . Voltar pra casa depois do meu divórcio com a Marina, foi estranho, na maioria das vezes ela não estava lá, por conta dos inúmeros eventos que ela ia, mas a sensação de saber que eu morava sozinho em uma casa tão grande, me deu um certo tipo de solidão, e ela levou nossa cozinheira, o que fazia de mim um homem solitário e sem comida. Eu precisava respeitar o tempo da Nicole, ela não queria casar antes de terminar a faculdade, queria que as coisas corressem devagar, e apesar disso doar meio adolescente, eu não poderia insistir, não até ela realmente se sentir preparada pra dar esse passo, sem contar que eu havia acabado de me divorciar. Mas embora não casando, eu precisava ter a Nicole ao alcance de minhas mãos, e não dava pra ter isso morando em outro estado. — Eu preciso dar um jeito nisso. Falei, enquanto me livrava da gravata e deitava no imenso sofá. Havia muitas coisas que precisavam encaixar novamente na minha vida, e um homem como eu, tornava tudo mais
NICOLE . . No final do dia, depois de ter assistido todas as aulas finalmente em paz, fui abordada pela Clara. — Escuta Nicole, você não ficou chateada porque falei pro seu namorado quem eram as pessoas que estavam te atacando não, né? — No começo eu senti vontade sim de te matar, eu realmente acreditei que iria fazer papel de ridícula na frente das pessoas, ao verem o meu namorado me defender como se eu fosse a filha dele, mas depois eu fiquei orgulhosa e você se livrou de uma bronca. — Você tem sorte Nicole, é difícil uma mulher ter esse privilégio de ser defendida da forma como o Felipe te defendeu. — Você está certa, eu sou uma mulher de muita sorte. — Que tal a gente sair hoje? Nós estamos com saudades dos nossos encontros, e os meninos vão adorar te reencontrar. — Sem julgamentos? — Alguém julgou você no grupo? — Mas pessoalmente é diferente, Clara. — Somos seus melhores amigos, pelo menos é o que achamos, nós não iremos julgar você. Vamos, por favor?
Depois de desligar na minha cara, eu fiquei olhando pra tela, tentando assimilar o que havia acabado de acontecer, toda a perfeição daquele namoro, havia sido colocado em dúvidas em questões de segundos. — Desligou na minha cara? Sem eu ter feito nada de errado? Sério mesmo? — Está tudo bem? A voz do André, um dos meus amigos, ecoou atrás de mim, e eu tentei disfarçar as lágrimas que estavam se formando nos meus olhos. — Nada demais, é só saudades do Felipe. Ele ficou alguns segundos me encarando e eu conhecia bem aquele olhar, era daquela forma que ele me olhava quando não acreditava em mim. — Vocês brigaram, não foi? Eu soltei o ar dos pulmões, me sentindo derrotada. — O Felipe não lida muito bem com o fato de eu ter uma vida além dele. — Então isso é um problema. Você sabe né? — Sei, e eu preciso resolver isso. Mas não agora, hoje eu vou curtir os meus amigos e esquecer que o meu namorado é um babaca. O André deu um beijo na minha testa, e depois voltamos pra m
FELIPE . . Eu fui vencido pelo cansaço, eu dormi sem saber o paradeiro da Nicole, nem o motivo dela ter desligado o maldito celular. Quando eu acordei, meu primeiro pensamento foi ela, e rapidamente eu fiz uma tentativa fracassada de ligar pra ela. — Ainda desligado, que porra! Meu celular sempre esteve cheio de mensagens, tanto de parceiros de negócios, quanto dos meus funcionários, então eu não prestei atenção nas mensagens e simplesmente joguei o celular na cama e fui tomar um banho e me preparar para as reuniões importantes que eu teria no dia. Depois de arrumado, peguei o celular e fui até a cozinha preparar o café, e então o celular tocou. Quando olhei pra tela, vi que era o Fred, e rapidamente atendi. — Bom dia Fred, algum problema na empresa? — Bom dia, pelo visto você ainda não está sabendo? — O que houve? — Você já olhou as redes sociais, Felipe? — Eu sou um homem ocupado, Fred. — Felipe, olha suas redes sociais e depois me liga se precisar de alg
NICOLE . . Eu nunca me senti tão humilhada, ler cada uma das mensagens do Felipe, era como se eu tivesse sendo apunhalada, era como se cada uma daquelas palavras apagassem todas as vezes em que ele me defendeu ou pareceu respeitar a mulher que eu era. Em uma das mensagens, ele dizia que haviam bucetas mais caras e mais difíceis que a minha, e que eu poderia aumentar o preço do programa depois de ter tido a oportunidade de ser comida por Felipe Gutierrez. Em nenhum momento da minha vida, eu lembrei de ter chorado tanto, quanto eu chorei ao ler isso, foi necessário a Clara e a Luana me abraçarem, na tentativa de me acalmar. — Como ele pode falar uma coisa dessas? Como ele pode me machucar tanto assim? Logo ele que deu todo aquele discurso me defendendo, é o primeiro a acreditar em qualquer merda que vê na mídia. Como ele não consegue confiar em mim? Eu dei o meu coração pra ele. Meus soluços eram intensos, meu choro parecia estar rasgando a minha alma, e apesar de ter minha